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 El Beso del Final- Fic baseada na saga Velozes e Furiosos/Dotty, Bria(NC-14)

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Renata Holloway
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MensagemAssunto: Re: El Beso del Final- Fic baseada na saga Velozes e Furiosos/Dotty, Bria(NC-14)   El Beso del Final- Fic baseada na saga Velozes e Furiosos/Dotty, Bria(NC-14) Icon_minitimeDom Set 19, 2010 10:49 am

Capítulo 7

Fuga

Los Angeles

1 ano antes


Letty tinha pedaços minúsculos de vidro espalhados pelos cabelos. Um filete de sangue incômodo escorria de um ferimento na cabeça, manchando-lhe a testa e escorrendo para os lábios, fazendo com que ela pudesse sentir o gosto do próprio sangue. Seu corpo inteiro doía e ela caminhava contando seus passos, obrigando-se a seguir em frente. O frio em sua pele era cortante, podia sentir que seu corpo estava prestes a entrar em choque, mas não podia desistir agora, tinha conseguido fugir, precisava continuar lutando até que não pudesse agüentar mais.

De toda a dor que estava sentindo naquele momento ao caminhar pelo pântano escuro em busca de ajuda e se esgueirando da perseguição implacável do capanga de Braga, a dor maior era em seu ventre. Podia sentir seu corpo se contraindo por dentro, a dor tão dilacerante que ela sentia vontade de gritar. A umidade escorria abundante entre suas coxas, manchando o jeans de suas calças. Estava sangrando, era um fato inegável. Estava perdendo o seu filho. O filho de Dom!

- Não!- ela gemeu se encostando a uma árvore no caminho, abraçando o próprio corpo com força num esforço desesperado para conter o aborto que poderia ser inevitável.

Por que fora tão estúpida em continuar naquela missão depois de saber que estava grávida? Podia ter dito à Bryan que estava desistindo de tudo, mas não foi capaz de fazê-lo porque simplesmente não queria desistir da esperança de que Dom voltaria para ela se conseguisse limpar a ficha dele. No final das contas tudo tinha sido por causa de Dom. Mas o que podia fazer se o amava tanto?

Sem forças para prosseguir, Letty deixou-se escorregar pela árvore até o chão, o corpo tremendo sem controle. Então esse seria o seu fim. Morrer sozinha em um pântano numa noite escura junto com seu filho não nascido. Estava tão orgulhosa de si mesma, pensou com ironia.

De repente, Letty escutou o som de passos chacoalhando na lama, vindo na direção dela.

"Fênix!"- Sua mente gritou em desespero e ela chegou a se preparar para fugir buscando forças dentro de si, porém um grito feminino agudo fez com que ela estancasse no lugar.

- Ai, meu Deus, Jason! È uma mulher!- disse a voz logo após gritar. – Será que está morta? Eu disse a você que não queria vir aqui.

- Fica calma, Ella!- disse um homem. – Eu acho que ela está viva!- acrescentou ele se aproximando de Letty. – Hey, você está bem?

Letty conseguiu respirar fundo e relaxou um pouco quando se deu conta de que aquelas duas pessoas que tinham acabado de encontrá-la no pântano eram provavelmente um casalsinho de namorados procurando um bom lugar para dar uns amassos, gente comum, não gente de Braga.

- Por favor, me ajudem!- ela pediu o mais alto que conseguiu, mas sua voz soou baixa e abafada.

O homem se ajoelhou ao lado dela.

- O que aconteceu? Está ferida?

- Jason, acho que é melhor chamarmos a polícia!- disse a mulher.

- Cala boca, Ella!- falou ele, concentrando toda sua atenção em Letty. – O que aconteceu, moça? Você foi assaltada?

- Por favor...eu estou grávida...grávida...

Foi tudo o que Letty conseguiu dizer antes de perder os sentidos completamente.

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Um barulho fino lhe incomodava os ouvidos e Letty gostaria de saber de onde aquele barulho infernal estava vindo. Sua cabeça doía muito e ela gemeu de desconforto. Tentou se mexer, mas uma mão quente em seu braço fez com que ela permanecesse onde estava.

- Hey, procure não se mexer.- disse uma voz masculina suave.

Letty abriu os olhos e resmungou:

- Maldito barulho!

- A dor de cabeça tornou seus ouvidos sensíveis, mas com a medicação você vai melhorar logo. Teve muita sorte.

- Onde estou?- ela olhou ao seu redor sentindo-se confusa.

- Na emergência de um hospital.- respondeu o homem. – Eu sou o Dr. Larson. Um casal trouxe você pra cá. Disseram que a encontraram ferida.

Aos poucos, Letty começou a se lembrar.

- O que aconteceu?- indagou o médico. – Consegue se lembrar?

- Eu sofri...um acidente de carro.

- Faz sentido.- disse o médico. – Tinha vidro no seu cabelo, um corte considerável na cabeça e um braço deslocado.

Letty notou que seu braço esquerdo estava preso a uma tipóia.

- Também teve algumas escoriações nas pernas. Mas o que estava me preocupando era a hemorragia por causa da gravidez.

Ela piscou os olhos, sentindo-se um pouco zonza.

- Ainda estou grávida?

O médico sorriu.

- Como eu disse, você teve muita sorte, moça. As pessoas que a trouxeram disseram que você mencionou a gravidez. Fui chamado de imediato para atendê-la. Sou obstetra. Tratei de imediato a hemorragia e consegui contê-la. Vai precisar ficar alguns dias no hospital repousando e terá que tomar muito cuidado pelos próximos meses, mas seu bebê vai ficar bem.

Letty sentiu um soluço tomar conta de sua garganta. Ainda estava grávida. Teria o filho de Dom. Era mesmo um milagre.

- Preciso saber o seu nome para dar entrada nos papéis de hospital. Possui plano de saúde?

- Não, mas posso pagar minhas despesas. Só preciso entrar em contato com uma amiga.

- E seu nome é?

Letty pensou um pouco antes de responder. Braga mandou que Fênix assassinasse todos os seus pilotos uma vez que a missão tinha sido cumprida e ela tinha sobrevivido. Agora eles não a deixariam em paz até que acabassem com a vida dela. Mas não se tratava mais só da vida dela, um bebê estava a caminho e ela precisava protegê-lo de qualquer ameaça.

- Meu nome é Maria Fernandez.- respondeu por fim.

- Certo, Srta. Fernandez, se puder contatar sua amiga para que possamos providenciar os papéis...

- Podem telefonar para Mia Toretto. O telefone dela é 555-342-701.

O médico anotou o número e em seguida lhe entregou seu aparelho celular que tinha sido encontrado no bolso de sua jaqueta. Letty agradeceu pegando o aparelho. Achava que o tivesse perdido. Assim que o médico saiu do quarto deixando-a sozinha, Letty discou o número de Bryan e falou rapidamente com ele.

- Letty, onde você está?- a voz de Bryan soou desesperada ao telefone. – Nós perdemos contato com você há horas e...

- Bryan, eu quero desistir.- foi tudo o que ela disse.

- O quê? Não estou entendendo.

- A situação mudou. Eu preciso sair de Los Angeles.

- Como assim precisa sair de Los Angeles?

- Bryan, eu não consegui descobrir nada do que você precisa para incriminar o Braga.- ela mentiu. – Vai ter que continuar procurando, porque eu estou desistindo da missão.

- Letty, não pode desistir agora!- disse ele. – Nós estávamos perto de limpar o nome do Dom...

- Não, Bryan! Acabou! Por favor, esqueça o que eu te pedi e não me procure mais.

Dizendo isso, ela desligou o telefone e retirou o chip de dentro. Não usaria mais aquele telefone. Os capangas de Braga não poderiam encontrá-la. Letty sabia que daquele dia em diante estava marcada para morrer.

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Mia achou estranho quando recebeu uma ligação do hospital dizendo que uma amiga sua, chamada Maria Fernandez estava internada e precisava de sua ajuda. Mas logo ela somou dois mais dois e pensou em Letty que tinha desaparecido na noite anterior e não dera mais notícias. Ficou se perguntando por que ela usara uma identidade falsa. Teria a ver com Dom?

Ao chegar ao hospital, ela foi conduzida imediatamente para o quarto onde Letty estava internada. Havia uma enfermeira trocando o soro dela. Mia esperou que ela saísse para que pudessem conversar.

- O que diabos está acontecendo, Letty?- Mia indagou num sussurro, muito preocupada ao vê-la na cama tomando soro, com um dos braços envolto em uma tipóia e o rosto marcado por pequenas escoriações.

- Sofri um acidente de carro.- Mia respondeu. – Eu estava correndo...

- Sofreu um acidente em uma corrida? Mas por que estava participando de uma corrida se está...

- Grávida!- disse Letty. – O beb|ê está bem.

Mia soltou um suspiro de alívio e puxou uma cadeira, sentando-se de frente para a cama de Letty.

- Por que está usando um nome falso?- ela perguntou.

- Porque me envolvi com os caras errados.

- Letty, que história é essa?

- È tudo o que você precisa saber, Mia. Eu te chamei aqui porque preciso saque dinheiro da minha conta para pagar as despesas médicas. Vou ter que ficar alguns dias no hospital por causa do bebê.

- Sim, eu posso fazer isso.- disse Mia. – Quando pretende contar ao Dom sobre o bebê?

- Como se eu fizesse alguma idéia de onde ele está.- falou Letty.

- Eu posso entrar em contato com ele, Letty. Ele precisa saber...

- Não, ele não precisa saber!

- Como não precisa saber?- retrucou Mia.

- Ele não vai voltar por causa do bebê, Mia. Dom partiu para sempre.

- Letty, ele...

- Ele fez sua escolha e eu estou fazendo a minha. Assim que eu puder sair desse hospital, eu vou embora de Los Angeles.

- Embora pra onde? E o bebê?

- Vou pra um lugar onde ele possa nascer em segurança.

- Não, Letty! Você tem que ficar aqui. Eu posso te ajudar com o bebê.

- Não é seguro aqui pra mim, Mia. Não entende?

- Tem coisas que você não está me contando.

Letty desconversou:

- Mia, nós somos amigas há muito tempo. Conseguimos superar a fase da competição pela atenção do Dom, então pela nossa amizade, eu te peço: não conte ao Dom sobre essa criança.

- Eu não posso fazer isso, Letty. Dom precisa saber.

- Você jurou lealdade a ele e eu respeitei isso, agora preciso que me ajude. Que confie em mim. Sei o que estou fazendo.

Mia assentiu, ainda que pesarosa.

- Já sabe para onde vai?

- Não tenho a menor idéia.- respondeu Letty, mas vou ficar bem.

- Eu vou providenciar o dinheiro para as despesas médicas. Só me prometa que mandará notícias onde quer que esteja.

- Eu prometo.- disse Letty.

xxxxxxxxxxxxxxx

Cerca de quatro dias depois, o Dr. Larson deu alta à Letty. Ela providenciou por telefone uma passagem de avião de volta à República Dominicana, sem contar seus planos à Mia. Quando chegasse lá, iria para uma cidade do interior e arranjaria um emprego qualquer até que o bebê nascesse, depois pensaria no que fazer. Seu vôo sairia naquela mesma noite. Letty estava apenas esperando Mia chegar ao hospital para que as duas se despedissem. Bryan não tinha mais tentado entrar em contato com ela. Provavelmente ele não sabia onde procurar e era melhor que partisse antes que ele descobrisse onde ela estava. Tinha tomado a melhor decisão para não pôr em risco mais uma vez a vida de seu filho.

Letty esperou por Mia na recepção do hospital. Estava de malas prontas. Mia as tinha providenciado. A cunhada entrou no hospital com um embrulho em uma das mãos e uma pequena sacola na outra.

- O que é isso?- Letty indagou com um sorriso.

- Um lanchinho pra viagem.- Mia mostrou o embrulho. – Sabe como é, você precisa se alimentar bem.

- Sempre atenciosa.- disse Letty checando o embrulho que continha suco natural e um sanduíche de peito de peru.

- E isso...- Mia mostrou a sacolinha. – È o primeiro presente do meu sobrinho.

- Sério?- disse Letty checando o interior da sacola. Um ursinho de pelúcia branco, com uma fita verde no pescoço. – È tão bonitinho!- exclamou Letty. – Obrigada, Mia.

As duas mulheres se abraçaram.

- Por favor, Letty, me dê notícias em breve!

- Sim, farei isso. Não se preocupe.

- Sabe, eu estava aqui pensando que o Dom seria um pai muito babão se você tive uma menininha...

- Tenho certeza que será uma menina!- afirmou Letty tocando o ventre plano, que ainda não apresentava nenhum sinal da gravidez.

- Promete que vai tomar cuidado...

- Eu vou ficar bem, Mia.- disse Letty antes de abraçá-la novamente e deixar o hospital, pegando um táxi para o aeroporto.

A viagem de táxi até o aeroporto foi tranqüila, mas ao chegar lá, Letty sentiu-se enjoada e precisou ir ao banheiro antes de passar pelo check-in. Arrastando sua mala de rodinhas, ela adentrou o banheiro feminino e entrou no primeiro box despejando tudo o que tinha comido no hospital. Sua mala ficou do lado de fora da porta, apenas sua bolsa de mão com o dinheiro para a viagem e os presentes de Mia estavam com ela.

De repente, Letty ouviu passos do lado de fora do box e teve um mal pressentimento. Saiu depressa e encontrou sua mala no mesmo lugar. Não havia ninguém lá dentro além dela. Letty então foi até a pia e lavou a boca e o rosto. Foi quando ela viu uma figura conhecida atrás de si. Fênix. O homem enorme e assustador a fitava com olhos zangados e tinha uma faca em uma das mãos. Letty sentiu o estômago ficar enjoado novamente, mas dessa vez era de medo.

- Dessa vez não vou atirar em você... – disse ele. – Vou te retalhar em pedacinhos. O Braga não quer você viva e nem eu!

Letty respirou fundo e quando se virou acertou Fênix com um chute antes que ele pudesse pegá-la. A faca voou longe e eles lutaram corpo a corpo. Letty era menor, mas era bem mais ágil do que Fênix por ser pequena.

Ele conseguiu atingi-la nos lábios fazendo jorrar um pouco de sangue, mas ela o acertou na virilha e se livrou do aperto de aço dele, correndo para fora do banheiro. Deixou sua mala para trás, com o dinheiro que tinha poderia comprar roupas quando chegasse à República Dominicana. Entretanto, ela não contava que Fênix estivesse acompanhado e um homem e uma mulher surgiram diante dela no meio do aeroporto com olhares ferozes. Letty pensou em seu bebê e preferiu correr do que enfrentá-loa.

Eles saíram em perseguição a ela, atirando, não se importando de estarem no meio de um aeroporto lotado. Letty correu o mais rápido que pôde, mas na corrida perdeu a bolsa com o dinheiro e os presentes de Mia. Só restou-lhe sua bolsa de documentos e alguns trocados para a viagem. Ela não teve escolha senão correr para a fila do check-in e embarcar antes que Fênix conseguisse matá-la de verdade.

Continua...
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MensagemAssunto: Re: El Beso del Final- Fic baseada na saga Velozes e Furiosos/Dotty, Bria(NC-14)   El Beso del Final- Fic baseada na saga Velozes e Furiosos/Dotty, Bria(NC-14) Icon_minitimeSáb Jul 10, 2010 2:48 pm

Capítulo 6

De volta à LA

Estrada para Los Angeles, 210 km de San Diego

1 ano depois


Dominic Toretto estacionou na estrada praticamente deserta àquela hora da madrugada e desceu do carro. Os pneus estavam travando e o motor fazendo um barulho estranho. Ele desceu do carro e abriu o capô para checar o motor. Uma fumaça cinza e fedorenta se espalhou pelo ar de imediato e Dom deu uma tossidela.

- Por que isso agora, companheiro?- Dom indagou ao carro como se conversasse com um amigo. – Tantos anos juntos e você quer me deixar na mão agora?

Seu velho chevelle vermelho, companheiro de tantas aventuras estava pedindo arrego. Dom deveria saber que isso poderia acontecer mais cedo ou mais tarde, afinal ele não se desgrudara do carro mais desde que Letty fugiu dirigindo nele junto com León para o México cinco anos atrás. Desde então, a quilometragem do carro vinha sendo danificada e ele não se preocupara muito em consertá-lo, apenas o manteve funcionando.

- Eu juro que se você funcionar agora prometo trocar o seu óleo, fazer umas modificações legais e mudo até a pintura!- prometeu Dom.

Mas o carro não queria mesmo saber de conversa e continuou pregado na estrada, mesmo depois de várias tentativas de Dom de fazer o motor funcionar. Se ao menos tivesse uma oficina ali por perto, ele poderia fazer um pequeno conserto que quebraria o galho até que chegasse à Los Angeles. Cansado e aborrecido, Dom retirou sua mochila do bagageiro e foi para a beira da estrada pedir uma carona. Mas quem daria carona a um marmanjo sozinho na estrada de madrugada? Provavelmente pensariam que ele era um fugitivo da justiça e é claro que estariam certos no final.

Cerca de meia hora de espera depois sem passar uma alma pela estrada, Dominic avistou luzes vindo de longe. Era um enorme caminhão de carga, daqueles que transportavam móveis. Perfeito! Pensou Dom. Se houvesse espaço no caminhão e o motorista decidisse lhe dar carona, ele poderia passar desapercebido na entrada da cidade transportando seu chevelle no bagageiro do caminhão.

Como estava escuro, ele apressou-se em pegar sua lanterna de emergência no carro e fez sinal para que o caminhão parasse, rezando para que o fizesse. O caminhão parou e uma loira robusta de boné vermelho colocou a cabeça para fora da janela:

- E aí, bonitão? O que é que tá pegando?

- Estou tendo problemas com o meu motor.- respondeu ele. – Faço ideia do que seja, mas sem as ferramentas necessárias...

A mulher balançou a cabeça neativamente:

- Hombre, a oficina mais próxima fica a uns 400 km daqui. Está indo pra LA?

- Isso mesmo!

- Que sorte a sua. Também estou indo pra lá. Quer uma carona?

- Com certeza.- respondeu ele animado. – Mas eu não queria ir embora e deixar o meu chevelle aqui, sabe? O carro é como se fosse meu melhor amigo.

A mulher sorriu.

- Eu sei bem como é. Também amo o meu caminhão. Mas a gente põe o seu chevelle pra dentro, não tô carregando muita carga mesmo.

- Valeu mesmo, moça!- disse Dom.

Ela abriu a porta do caminhão e desceu. Era mais alta do que parecia quando estava lá dentro e tinha um jeito durão de ser que era próprio de mulheres que dirigiam nas estradas. Preso ao cinto da calça ela tinha uma pistola que deveria estar carregada. Isso respondia porque ela se mostrara tão solícita e despreocupada em ajudá-lo.

- Eu sou Rosita, e você?- indagou ela depois que eles embarcaram o carro dele e entraram no caminhão para partir.

- Dom.- respondeu ele.

- Gosto do seu nome. È viril, como você.

Dom sorriu.

- O que está indo fazer em LA, Dom?

- Eu tenho assuntos pendentes pra resolver por lá.

- Está certo!- comentou Rosita. – Minha avó, que Deus a tenha, costumava dizer "nunca deixe para amanhã o que pode ser feito hoje."
xxxxxxxxxxxxxxx

Los Angeles

5 anos antes


Dom entrou na oficina segurando o macaco que tinha ido buscar em sua maleta de ferramentas secretas atrás da porta da cozinha quando encontrou Bryan outra vez enfiado em sua garagem e cercando Mia. Ele até que gostava do garoto, mas não suportava ver sua irmã tão derretida por ele. Conhecia suficiente homens como Bryan Spilner, que tinham carinha de anjo e sorriso fácil, sempre prontos para mais uma conquista e ele não queria que Mia se magoasse. Passara a vida inteira protegendo-a de decepções como a que poderia ter com Bryan. Tudo o que ele queria era que sua irmã tivesse uma vida diferente da dele, fazendo a coisa certa.

Ao vê-lo na oficina, Bryan pareceu um pouco inseguro, como sempre costumava ficar quando estava diante de Dom. Ele soltou Mia do abraço carinhoso que lhe dava e disse a Dom:

- Eu já estava de saída. Tenho umas coisas para fazer.

- Dirija com cuidado.- disse Dom muito sério, tentando fingir indiferença à cena romântica que tinha acabado de presenciar entre os dois.

- Tchau, Mia.- disse Bryan se afastando em direção à saída da oficina.

- Tchau.- ela respondeu.

Quando Bryan se foi, Dom perguntou à irmã num tom de voz autoritário:

- Você não tinha que estar estudando pra prova ou algo assim?

- Não se preocupe com isso, Dom. Eu sei muito bem quais são as minhas responsabilidades.- respondeu ela, cheia de si.

- È claro que eu me preocupo e sempre irei me preocupar!- retrucou ele.

- Me deixa em paz!- Mia reclamou e saiu da oficina.

Nesse momento, Letty que trabalhava embaixo de um dos carros, empurrou-se para fora deitada no descanso com rodinhas. Ela se levantou e o chamou:

- Hey Dom, você não acha que a sua irmã merece se divertir um pouco de vez em quando?

- È claro que eu acho que ela merece se divertir.- ele respondeu segurando a tampa do capô de outro carro. Ficou pensando por alguns segundos antes de acrescentar: - Tudo o que eu faço nessa merda vida é pela felicidade dela!- Dom soltou o macaco no chão com força. - Ela não pertence a isso aqui!- ele frisou a oficina. – Além do mais, por que você se importa tanto, Letty?

- Ela já está bem grandinha para tomar suas próprias decisões, homem.- disse Letty sem se abalar com o tom de voz alto que ele estava usando com ela.

- Olha, Letty... – ele começou a dizer, mas desistiu de discutir e já estava dando as costas a ela quando Letty o puxou pelo braço. – Você não tem que se preocupar, não importa o que aconteça, ela sempre vai estar do seu lado.

Dom sentiu sua fúria abrandar e indagou a ela que o encarava com aqueles olhos lindos que ele tanto adorava, os cabelos presos em um bagunçado rabo de cavalo:

- E você? Também vai estar sempre ao meu lado?

- Talvez.- respondeu ela com ar sedutor já começando a desabotoar os botões do macacão dele. A melhor parte de brigarem era fazerem as pazes logo em seguida.

- Talvez...- Dom repetiu no mesmo tom que ela, sorrindo e se deixando seduzir.

Eles se olharam por alguns segundos, os rostos quase colados.

- Você sabe que não precisa ser assim tão durão...

Dom se aproximou um pouco mais e aspirou o cheiro dos cabelos dela. Letty brincou roçando seu rosto no dele antes de começar a beijá-lo devagar, inserindo a língua aos poucos na boca dele.

Ele estava gostando muito do que estavam fazendo e a beijava de volta da mesma maneira lenta e ritmada que ela o beijava, sentindo seu corpo se arrepiar com o risinho abafado que ela deu.

Logo as mãos grandes dele ganharam vida e ele as pressionou duramente contra o traseiro cheio e arredondado dela, com força suficiente para levantá-la do chão. Letty deu um risinho de surpresa.

- Cuidado!- ela brincou se apoiando com ambas as mãos no peito dele.

Ele caminhou com ela em seu colo pela oficina, Letty rodou no ar uma flanela que tinha nas mãos, dizendo baixinho em tom provocador:

- Uh! Sabia que eu gosto de você?

Dom a carregou até um pequeno sofá encostado a uma das paredes da oficina e deixou-se ficar lá ainda com ela em seu colo. Faminto por ela, ele mergulhou a cabeça no pescoço dela e desceu para os seios, beijando-os por cima da camiseta branca e surrada que ela vestia.

- Hummmm... – ela deu um gemidinho de propósito porque sabia que ele adorava.

- Sabe o que eu quero fazer com você agora, não sabe?

Ela riu e afastou um pouco o corpo do dele para tirar a própria camiseta ficando apenas com o sutiã esporte branco.

- Não, eu não faço a menor ideia.- disse ela.

Ele a fitou como se estivesse prestes a devorá-la, suspirou e olhou em volta.

-Acho que o que quero fazer talvez não deva ser feito aqui... Alguém pode chegar!- Dom disse, mordendo o queixo dela, e apertando o corpo de Letty contra ele devagar.

- Dane-se! Eu quero você agora!- Ela disse sorrindo de maneira maliciosa.

Esse era o sinal que Dom precisava.

Com um sorriso largo na face ele voltou a apertar o traseiro dela com vontade, voltando sua atenção aos seios pequenos e bonitos que o chamavam dentro do sutiã.

Letty sentia seu corpo inteiro se arrepiar diante da vontade que Dom sempre demonstrava por ela e ela nunca perdia a chance de ver esse olhar estampado na face dele.

Dom fechou os olhos e sentiu o cheiro da pele macia dela, contrastando com o cheiro de óleo e graxa da oficina, não havia lugar melhor para estar com ela do que em seu ambiente preferido. Mordendo o ombro dela, ele deslizou a alça do sutiã, beijando todo o caminho, antes de colocar a mão às costas dela e abrir o fecho, vendo os seios saltarem a sua frente.

Sorrindo ele passou o rosto por eles antes de passar os lábios devagar. Letty fechou os olhos e deixou outro gemidinho rouco sair de seus lábios. Dom deslizou a mão pelas costas dela, bem devagar antes de passá-las para frente e abrir a calça dela, sempre atento ao que se passava pela face dela.

Letty era sempre muito forte e decidida, mas nesses momentos ela se permitia se deixar dominar um pouco por ele, deixando de lado o seu jeito "sou eu quem manda aqui" para se tornar a mulher linda e feminina por quem ele se apaixonara.

Ele se levantou com ela ainda em seu colo e se aproximou novamente do carro, deixando-a de pé, antes de abrir-lhe totalmente a calça e deixá-la deslizar pelas pernas fortes e bem torneadas dela.

Por alguns momentos ele parou e ficou admirando o corpo dela, vestido apenas com uma pequena calcinha preta e delicada.

- Ah bella mia...- ele sussurrou beijando-lhe a bochecha. – Vem aqui!

Letty sentiu as pernas fracas de desejo quando ele a chamou assim. Como ela, Dom também tinha seus momentos de se mostrar romântico e carinhoso, principalmente quando estavam a sós. Abraçando-a, ele a trouxe de volta ao sofá, dessa vez empurrando o encosto para deitá-la. Dessa vez ele queria vê-la. Queria vê-la enquanto se amavam.

- Está se divertindo?- ela indagou com um sorriso vendo o olhar de apreciação dele em seu corpo.

- Sempre.- Dom respondeu com aquela voz grave e profunda que a deixava toda arrepiada.

Ele deslizou as mãos grandes pelos quadris dela e tirou-lhe a calcinha com um puxão, arrancando-a do corpo de Letty. Ela alargou os olhos em surpresa diante da força e desejo dele.

- Acho que despertei a fera!- ela comentou rindo.

- Sim, como sempre eu estava quietinho e você veio me tentar...tudo culpa sua.

Dom voltou a sorrir de lado, fazendo-a tremer, enquanto ele abria a própria calça, mas não totalmente. Ele queria tocá-la um pouco.

As mãos dele buscaram os seios dela, apertando-os devagar, sorrindo quando ela se empurrou contra ele, com a boca aberta, ofegante.

Ele ficou apenas alisando-os por um tempo, antes de descer as mãos pelas costelas dela, devagar, sentindo a delicada e sedosa pele morena dela contra seus dedos.

- Eu poderia tocá-la o dia todo e ainda não me sentiria contente...- Ele deslizou um dedo até o umbigo dela e sorriu. – Sua pele é a mais perfeita que eu já toquei...

Letty queria falar, mas a forma como ele estava venerando seu corpo a impedia de dizer qualquer coisa, mesmo se ela quisesse.

Ele viu a forma como ela o olhava e sabia que ela estava mais do que pronta para ele. Letty abriu-lhe os braços e Dom deixou que a parte de baixo do macacão deslizasse junto com sua boxer.

Letty suspirou e abriu os lábios antes de dizer:

- Venga, hombre!

Ele se deitou sobre ela, beijando-a com paixão e uma das mãos dele perdeu-se entre as coxas dela, acariciando-a intimamente. Letty gemeu um pouco mais alto e Dom a segurou pelo quadril, erguendo as pernas dela e preparando-se para amá-la quando ambos ouviram passos à entrada da garagem. Imediatamente eles ficaram mudos, mas Letty estava contendo o riso ao ver o olhar de pânico no rosto de Dom.

- Mia, é você?- ele indagou.

- Sou eu, Dom.- falou Vince com sua voz arrastada e displicente. – Está trabalhando no carro do almofadinha? Porque eu queria te falar que...

- Vince, se você quiser que continuemos amigos é melhor ir embora daqui agora mesmo!- disse Dom depressa com uma nota ameaçadora em sua voz.

- Mas por que... – Vince começou a dizer sem se aproximar do lugar onde eles se escondiam.

Letty puxou Dom pela nuca e lhe deu um beijo molhado, gemendo alto de propósito somente para expulsar Vince da oficina. Apesar de seu cérebro lento, ele entendeu de imediato o porquê não podia se aproximar.

- Ah, desculpem aí!- disse ele. – Não sabia que estavam...

Embaraçado, Vince deixou a oficina imediatamente. Quando ele saiu, Letty estava rindo e Dom não pôde deixar de rir também.

- Você é uma menina má!

- E posso ser muito mais... – ela argumentou empurrando o corpo forte de Dom de cima dela somente para trocar de lugar com ele.

- È mesmo?- ele retrucou agarrando-a pela cintura enquanto ela se sentava em cima dele. – Que tal me mostrar isso agora?

Ela deu outra risadinha e deixou que os corpos deles se conectassem, encaixando-se com perfeição. Ambos fecharam seus olhos, deixando um suspiro alto e satisfeito sair de seus lábios enquanto seus corpos se moviam juntos rumo ao êxtase.

Dom parou um pouco de se mover dentro dela, apenas olhando-a, voltando a beber da visão dela diante dele, entregue, nua, cheirosa e ela era toda sua.

- Letty...Letty... – ele murmurou entre suspiros de deleite.

- Quem é Letty?- indagou uma voz de repente, invadindo seu belo e delicioso sonho.

- Como é?- perguntou Dom acordando tão de repente que quase bateu a cabeça no teto do caminhão.

- Você estava suspirando e chamando por Letty. – respondeu Rosita, divertida. -Chamou o nome dela pelo menos duas vezes.

- Acho que acabei pegando no sono.- foi tudo o que ele respondeu, um tanto embaraçado com sua própria fraqueza. Voltar à Los Angeles e reencontrar Letty depois de um ano inteiro sem vê-la estava mexendo com suas emoções.

- Tudo bem, não precisa me dizer quem ela é! Certas lembranças temos o direito de guardar para nós mesmos, especialmente as boas!- riu a caminhoneira, voltando a concentrar sés olhos na estrada. Já estava quase amanhecendo.

Eles passaram por uma placa de boas-vindas: - Bem-vindo à Los Angeles. Dom sentiu sua ansiedade aumentar. Estava muito perto de rever Letty outra vez, ele podia sentir.

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República Dominicana

Soledad colocou as notas valiosas sobre o balcão e Letty apressou-se em contá-las, uma a uma. Não era muito dinheiro, mas somando com o que já tinha seria suficiente para retornar à Los Angeles e procurar um lugar razoável para ficar. Quando chegasse lá decidiria a quem procuraria para pedir ajuda porque sabia que não poderia ficar circulando livremente pela cidade ou as mesmas pessoas que a tinham feito fugir às pressas de LA a ameaçariam de novo e Letty não queria mais fugir. Sua filha merecia um futuro melhor do que esse.

- Está tudo certo?- Soledad perguntou em seu inglês arrastado.

- Si, gracias. (Sim, obrigada)- Letty respondeu.

- Tem certeza de que vai mesmo embora?

- Eu preciso ir. Já está mais do que na hora.

Soledad olhou para Caterina que balançava as perninhas curtas deitada em uma cadeirinha e fazia barulhinhos como se estivesse conversando com elas.

- Oh, Letty, eu te disse que poderia cuidar da menina pra você até que pudesse voltar. Você nem mesmo sabe onde vai ficar em LA, como vai cuidar da nina? (menina).

- Eu agradeço tudo o que fez por mim, Soledad.- disse Letty. – Pelo emprego na oficina do seu irmão, por ter me emprestado dinheiro para as despesas médicas da gravidez e por me ajudar com a Cat...

- Não precisa me agradecer! Você trabalhou duro e já pagou por cada centavo que te emprestei.- disse a mulher de meia idade, puxando Letty para um abraço. – Saiba que eres uma hermana para mi (és uma irmã para mim). Se um dia precisar de um lugar pra ficar novamente, é só me procurar. Mi casa es su casa.

Letty abraçou Soledad de volta e em seguida guardou todo o seu dinheiro em uma bolsinha de couro que prendeu no cinto da calça, colocou sua pesada mochila nas costas e segurou a cadeirinha que transportava a pequena Caterina.

- Vaya com Dios, amiga!- disse Soledad quando Letty subiu no micro-ônibus que a levaria para longe daquela terra poeirenta e saudosa onde ela encontrou amigos que a ajudaram a superar momentos difíceis. Mas agora já era hora de voltar e enfrentar seus próprios medos.

xxxxxxxxxxxxxx

Los Angeles

Mia estava atrasada para o trabalho e tomou seu café da manhã caminhando pela casa e ajeitando algumas tarefas domésticas que vinha negligenciando nos últimos dias por falta de tempo. Depois que recebera o telefonema de Dom avisando que estava voltando, ela andava muito nervosa.

Sabia que ele não faria nada para prejudicá-la em sua vida decente e honesta, mas não era por si mesma que Mia temia, e sim pela segurança de Dom. Onde ele andava com a cabeça para pensar em voltar à Los Angeles? Só podia ser por causa de Letty. Mia sabia que Dom não poderia viver muito tempo longe dela. Mas havia coisas que ele não sabia, verdades que Mia não se atreveria a contar a ele e sequer sabia o paradeiro de Letty. Dominic provavelmente surtaria se não conseguisse encontrá-la.

Ela terminou seus afazeres mais urgentes e já estava colocando a bolsa nos ombros para ir trabalhar quando a campainha tocou. O coração dela bateu mais depressa. Seria Dom regressando à luz do dia? Depressa ela correu para a porta para atender, ansiosa por abraçar o irmão. No entanto, não era Dominic quem lhe batia à porta naquela manhã e sim a última pessoa que ela esperava ver depois de tanto tempo.

- Bryan? O que está fazendo aqui?- indagou ela de cenho franzido, sem esconder sua surpresa ao vê-lo.

Continua...
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MensagemAssunto: Re: El Beso del Final- Fic baseada na saga Velozes e Furiosos/Dotty, Bria(NC-14)   El Beso del Final- Fic baseada na saga Velozes e Furiosos/Dotty, Bria(NC-14) Icon_minitimeSeg Abr 19, 2010 10:40 am

Capítulo 5

A Fronteira

O som da música barulhenta e o cheiro da fumaça de cigarro dentro do bar causou desconforto à Letty. Ela não se lembrava de já ter se sentido assim antes em um ambiente como aquele. Era comum para ela freqüentar bares com Dom após as corridas. Talvez estivesse se sentindo desconfortável porque Dom não estava ali ao seu lado.

Não que não fosse uma mulher independente, acostumada a cuidar de si mesma em qualquer lugar, mas a saudade que sentia de Dominic era tanta que qualquer lugar a que fosse sem ele parecia vazio, desprovido de qualquer atrativo. Letty ainda não acreditava que ele a tivesse deixado.

Diogo Muñoz era um cara legal, com um papo divertido, mas Letty definitivamente não estava interessada. Tudo o que queria naquele momento era voltar para casa. Já tinha conseguido o que queria, se infiltrar na equipe de pilotos de Braga. Mas ela não podia simplesmente ir embora da festa ou seu novo companheiro de corridas poderia desconfiar de alguma coisa.

Eles passaram em meio à multidão, empurrando as pessoas pelo caminho para chegar ao balcão de bebidas.

- O que você quer beber, chica?- Diogo perguntou.

- Eu quero uma corona.- Letty respondeu com o melhor sorriso que conseguiu para disfarçar a náusea que a fumaça que exalava do cigarro de um homem que fumava ao lado dela estava lhe causando.

- Dias coronas.- Diogo pediu ao bartender.

Ele pegou as duas garrafinhas de cerveja das mãos do bartender e entregou uma à Letty, dizendo:

- Vamos brindar ao Braga e a toda grana que iremos ganhar trabalhando para ele.

Letty juntou sua garrafa à dele fazendo o brinde antes de tomar uma generosa golada de cerveja. Mas logo Letty percebeu que tomar cerveja não tinha sido uma boa idéia porque ela sentiu de imediato em seu estômago fragilizado o efeito indesejado da bebida e segurou-se para não vomitar em cima do balcão do bar.

- Você está bem?- indagou Diogo notando o desconforto dela.

Letty respirou fundo e respondeu:

- Eu estou bem, mas preciso ir agora.- ela colocou a cerveja sobre o balcão.

- Mas já?- questionou ele, desapontado.

- Pois é, cara, eu tenho outro compromisso.

- Namorado ou marido?- perguntou Diogo.

- Ainda estou tentando me decidir.- respondeu ela, tentando parecer bem humorada. Aparentemente funcionou porque Diogo sorriu.

- Tá certo. Foi um prazer, Letty. Creio que nos veremos em breve, né?

- Com certeza. Quando o dever nos chamar.- disse ela, sorrindo uma última vez e se afastando.

Ela apressou-se em sair dali, seu estômago estava se revirando do avesso e ela saiu empurrando as pessoas que dançavam, se agarravam e beijavam na pista de dança do bar para poder chegar até o banheiro feminino. Ao chegar lá, mal teve tempo de tirar a escuta que Bryan pusera em sua jaqueta, para que ele não a ouvisse vomitar. Então ela se abaixou e despejou todo o conteúdo de seu estômago no vaso sanitário.

Uma mocinha oriental, de cabelos tingidos, usando um espalhafatoso traje laranja e botas brancas que entrou logo depois de Letty no banheiro, olhou com preocupação para ela ao vê-la vomitar.

- Hey, amiga, você está bem?

Letty assentiu e tentou se levantar, mas de repente suas pernas estavam muito fracas. A garota ajudou-a chegar até a pia e ela pôde lavar a boca e o rosto, ficando quieta em seguida para que aquela sensação ruim causada pela náusea passasse.

A mocinha pegou uma folha de papel toalha e umedeceu entregando à Letty:

- Toma, coloca isso na testa, ajuda a melhorar.

- Obrigada.- disse Letty aceitando a ajuda da estranha.

- O meu nome é Suki.- disse ela, simpática.

- Letty.

- Eu vi você correndo lá fora. Foi incrível!

Letty deu um meio sorriso.

- Eu também corro, mas não me arrisco a ingressar na equipe do Braga.

- Por que?- indagou Letty, de repente muito interessada no que aquela garota tinha dizer.

- Ah porque dizem por aí que rola umas paradas sinistras com os pilotos dele.

- Que tipo de paradas sinistras?- Letty quis saber.

- Uns caras aí que ele pegou pra trabalhar pra ele não foram mais vistos. Galera anda dizendo que o Braga deu cabo deles!

- Mesmo?- retrucou Letty jogando a toalhinha de papel no lixo. A cor voltou ao seu rosto e ela já começava a se sentir melhor.

- Olha, não tô querendo estragar teu lance não, valeu? Mas eu acho que você devia tomar cuidado!

- Obrigada por me avisar e obrigada pela ajuda também!

- De nada.

Ela caminhou para a saída do banheiro imaginando que aquelas informações poderiam ser úteis para Bryan. No final das contas seu mal estar tinha servido para alguma coisa. Porém, antes que ela saísse do banheiro, Suki indagou:

- Está mesmo se sentindo bem?

Letty ergueu uma sobrancelha e perguntou de volta:

- Por quê?

- Bom, porque você ainda me parece um pouco pálida...

- Já me sinto melhor. Acho que foi a cerveja que não me caiu bem.

- Pode ser.- retrucou Suki. – Mas eu tinha uma amiga que costumava vir assistir às corridas todas as noites e se sentia em casa com o cheiro da fumaça de cigarro e bebia a noite inteira, mas um dia ela começou a ficar pálida assim como você está agora, não suportava mais nem o cheiro da cerveja e depois vomitava.

- E ela descobriu qual era o problema? Talvez andasse nervosa por algum motivo.- disse Letty.

- Ah, ela descobriu sim e não era por causa de nervosismo.- respondeu Suki. - Era nenê, valeu? Ela tava grávida, por isso ficava enjoada o tempo todo.

Mesmo depois de deixar o bar e entrar em seu carro, Letty ainda ficou pensando no que Suki lhe contara. Antes de ouvir aquilo, gravidez era uma opção que ela nem sequer considerara para ser o motivo de seu mal estar contínuo.

- Não, isso é impossível!- disse consigo mesma.

Já fazia seis semanas que Dom tinha partido e a última vez em que estiveram juntos na cama tinha sido justamente nessa noite. Ela sempre tomara todas as precauções para evitar uma gravidez. Com a vida que levavam, especialmente nos últimos cinco anos, seria impossível tomar conta de um bebê. Não poderia simplesmente colocar um bebê dentro de um carro a mais de cem quilômetros por hora. Mas mesmo com todas as precauções, acidentes aconteciam. Seria possível que tivesse acontecido agora? Justo agora que Dom tinha lhe deixado e ela estava envolvida na investigação de Bryan para livrar a cara dele?

- Oh, merda!- ela bradou irritada e nervosa. – Não pode ser! Não pode ser! O que eu vou fazer?

Seu telefone celular vibrou dentro da jaqueta e Letty suspirou. Deveria ser Bryan querendo saber porque ela tirara a escuta. Com dedos trêmulos, Letty pegou seu aparelho celular e leu o nome do policial no visor. Não podia desistir. Não agora que estava tão perto de desvendar o esquema do cartel de Braga e conseguir anistia para Dominic.

- Hey!- foi tudo o que conseguiu dizer ao ouvir a voz desesperada de Bryan do outro lado da linha.

- Aconteceu alguma coisa? Por que tirou a escuta?

- Não aconteceu nada.- respondeu ela. – Tirei a escuta porque a corrida já tinha acabado e se eu continuasse andando grampeada pelo território do Braga, provavelmente não estaria tendo essa conversa com você agora.

- Tá certo.- disse ele. – Fico feliz que tenha conseguido se infiltrar. Não se preocupe que estaremos te dando cobertura o tempo todo quando ele a chamar para sua primeira missão.

- Eu consegui uma informação importante depois de ter tirado a escuta.- acrescentou ela.

- Sou todo ouvidos.

- Uma garota no banheiro feminino do bar me mandou tomar cuidado com o Braga. Disse que os pilotos costumam sumir depois de cumprir missões para ele.

- Faz sentido.- disse Bryan. – Dois agentes do FBI que se infiltraram antes de você foram encontrados mortos.

Letty ficou enraivecida com aquela revelação.

- E quando pretendia me contar isso, O'Conner?

- Nós não sabemos se eles foram mortos durante a missão ou porque foram descobertos entende? Estamos com essa lacuna nas mãos. Não te contei por causa disso. Olha, talvez seja melhor você esquecer tudo, é muito arriscado pra você...

- Porra, Bryan!- ela exclamou. – Depois que consigo me infiltrar você vem me dizer isso? Ora, dane-se! Eu vou ficar nisso até o fim!

- Eu só quero que tome cuidado.

Ela deu uma risadinha.

- Está se borrando de medo do Dom, não é?

Bryan deu um suspiro incomodado do outro lado da linha.

- È claro que não. Te cuida, Letty! Eu manterei contato.

Letty desligou o celular e deu partida no carro. Não adiantava ficar pensando sobre sua possível gravidez. Como dissera à Bryan, agora que estava nisso iria até o fim.

xxxxxxxxxxxxxx

O dia ainda não tinha amanhecido, mas Mia não conseguiu mais dormir. Tivera um sonho perturbador sobre Dom. O irmão era preso pela polícia, julgado e encarcerado em Longpoc. Mia não podia imaginar sofrimento pior para ele.

Esfregando os olhos, ela se sentou na cama e se deixou envolver pelo ambiente familiar de seu quarto tentando esquecer o horrível pesadelo que tivera. Sentiu vontade de telefonar para Dom, mas sabia que ele não gostaria disso, ainda mais com Letty por perto. Quando seu coração finalmente se acalmou, Mia levantou-se para começar o dia. Era sábado. Não precisaria ir trabalhar no escritório de contabilidade onde trabalhava como recepcionista desde que Dom partira com Letty.

Enrolada em seu robe cafona com estampas de flores amarelas, que ela adorava tanto porque pertencera à sua mãe, Mia deixou o quarto e seguiu para a cozinha. Um café bem forte ajudaria a afastar o mal estar do pesadelo que tivera.

No entanto, ao passar pela porta do banheiro no corredor, ela ouviu Letty tossindo e vomitando. Ficou preocupada e bateu na porta.

- Letty? Você está bem?

- Yeah!- ela respondeu, mas então vomitou de novo.

- Não, você não está bem.- disse Mia. – Me deixe ajudá-la.

- Não precisa! Eu vou ficar bem! Só preciso daquele chá de camomila que só você sabe fazer. Poderia preparar um pra mim?

- È claro.- respondeu Mia indo para a cozinha.

Cerca de dez minutos depois, Letty apareceu, vestindo uma das camisas velhas de Dom que de tão comprida parecia um vestido que lhe chegava aos joelhos. Estava pálida como um fantasma e com olheiras profundas ao redor dos olhos.

Mia empurrou o chá para ela e Letty bebeu aos pouquinhos. Em seguida ela pegou um pote com bolachas e estendeu para a cunhada.

- Tome! Ouvi dizer que bolachas sem manteiga ajudam a acalmar o estômago.

Letty agradeceu e mordiscou uma bolacha junto com o chá.

- Há quanto tempo está enjoando?- Mia perguntou com ar de seriedade.

- Só senti isso hoje.- Letty mentiu.

Mia puxou uma cadeira de frente para ela e a encarou:

- Foi mesmo? E quanto há ontem e anteontem? Estou com medo de que o tempero da minha comida tenha te causado uma infecção intestinal.

Letty tomou o último gole do chá e abaixou a cabeça para não encarar Mia.

- Não precisa se preocupar. Isso vai passar!

Ela já ia se levantando da mesa quando Mia a segurou forte no braço. Às vezes ela se esquecia que Mia podia ser tão persuasiva quanto seu irmão.

- Letty, você está grávida?- ela perguntou sem rodeios.

- Droga, Mia! Não me faz pergunta difícil!- Letty bradou virando de costas para ela.

- Oh, Letty, eu preciso saber!- os olhos de Mia agora estavam rasos d'água. – Você está esperando um filho do Dom?

- Eu não sei.- Letty respondeu por fim num fio de voz.

- Precisa fazer um exame. Eu posso ir à farmácia com você!

- Não quero fazer exame nenhum!

- Letty, não seja tão teimosa! Não dessa vez! Não somos mais crianças, se está esperando um filho do meu irmão...

- E então o quê?- retrucou Letty com raiva. – Se estou esperando um filho do seu irmão você fará o quê? Vai correndo telefonar para ele? Não seria melhor que me dissesse onde ele está antes?

- Eu não posso!

- Não pode ou não quer?- Letty gritou. – Se estou grávida ou não, isso não fará diferença para o Dom já que ele me deixou. Terei que assumir essa responsabilidade sozinha, Mia.

- Não, eu posso ajudar você. Esse bebê vai ser o meu sobrinho!

Letty balançou a cabeça negativamente e disse:

- Vamos parar de falar de um bebê que nem sabemos se existe!

Ela caminhou para a saída da cozinha em direção ao seu quarto. Precisava espairecer.

- Aonde você vai, Letty?- Mia perguntou quando a viu vestida em seu jeans e camiseta alguns minutos depois.

- Dar uma volta.- respondeu ela sem mais explicações.

xxxxxxxxxxxxxxxx

Letty dirigiu por algumas horas sem destino até que acabou parando em frente a uma farmácia. Mia tinha razão, por mais irritante que sua adorada cunhada fosse ás vezes. Ela precisava fazer um teste de gravidez e descobrir o que estava arriscando naquela missão de limpar o nome de Dom.

Estacionou o carro à porta da farmácia e desceu carregando o GPS que Gisele tinha lhe entregue na noite passada. Precisava estar atenta caso fosse contatada. Dentro da farmácia, ela pegou o primeiro teste de gravidez que viu no balcão de vendas, pagou e rumou para o banheiro feminino mais próximo. Uma loja de conveniências ao lado da farmácia.

Leu as instruções na bula do exame e fez o teste. Esperou impaciente por dez minutos até que teve sua temida resposta. O exame era claro, duas linhas cor de rosa. Estava grávida!

Passando as mãos pelos cabelos e desalinhando a própria franja, Letty teve ímpeto de gritar. Mas não havia nada a ser feito. Poderia repetir o exame, mas sua intuição lhe dizia que ia ter o mesmo resultado, não importava quantas vezes o teste fosse refeito.

- O que eu vou fazer?- ela murmurou e de repente, o GPS que carregava consigo deu sinal de vida.

Letty o tirou depressa do bolso da jaqueta preta.

"Especificando coordenadas..."- dizia o aparelho enquanto uma janela de upload se iniciava em 0 e ia até 100%.

Se queria uma resposta para o que deveria fazer, Letty tinha acabado de recebê-la. Precisava terminar aquela missão, entregar as provas para Bryan e então poderia pensar no bebê que carregava no ventre. Com o perdão da polícia, Dom poderia voltar para ela. Como ele reagiria quando soubesse que seria pai?

Letty obrigou-se a deixar aqueles pensamentos de lado. Tinha trabalho a fazer e quanto antes o terminasse, melhor. Telefonou para Bryan e o informou que tinha acabado de ser contatada.

- Coloque a escuta!- ele pediu. – Por favor, Letty, não vá à lugar nenhum com essas pessoas sem essa escuta.

- Está certo.- Letty assentiu e foi pegar seu carro.

Algum tempo depois, ela se encontrava em um imenso galpão de materiais de construção do outro lado da cidade. Foi feita uma vistoria em todos os pilotos que se encontravam lá e Letty não teve escolha senão pisotear o aparelho de escuta. Bryan a mataria por isso, mas se o grampo fosse descoberto, os capangas de Braga a matariam, literalmente. Enquanto um dos homens de Braga fazia a vistoria, os carros foram carregados com malas pretas de conteúdo desconhecido.

Após a vistoria, Campos ordenou que os pilotos entrassem no container de um caminhão de carga. Letty achou aquilo muito estranho, mas não questionou. A viagem foi longa e ela já estava começando a se preocupar quando o caminhão finalmente parou. Os pilotos desceram em seus carros.

Gisele, a mulher que havia sido simpática com ela durante a corrida apareceu e os instruiu a acompanhar sem hesitar o caminho que seria feito por Fênix.

- Para onde estamos indo?- ela ousou perguntar.

- Saberá quando chegarmos, princesa.- respondeu ele sorrindo de modo lascivo para ela e mostrando seu horrível dente de ouro.

Letty não devolveu o sorriso e voltou para o seu carro. Sabia que estavam na fronteira entre o México e os Estados Unidos. Aquilo estava ficando cada vez mais estranho.

- Não devem se desviar da rota do Fênix de jeito nenhum!- Gisele voltou a repetir. – Boa sorte, pilotos!

Fênix saiu à frente, dirigindo em alta velocidade, mas tão silencioso quanto um escorpião atravessando o deserto. Letty vinha no penúltimo carro, logo atrás dela vinha Muñoz que lhe sorrira de modo simpático desde que eles se encontraram no galpão.

Os carros correram em fila indiana sem um único desvio até um túnel encravado nas rochas do deserto. Letty sentiu o estômago voltar a incomodá-la quando foi obrigada a dirigir dentro daquele túnel claustrofóbico, se desviando dos entulhos que havia na passagem.

Eles conseguiram chegar do outro lado sem serem notados pela vigilância da fronteira. Letty estacionou seu carro ao lado dos outros e abaixou a cabeça, contendo a vontade de vomitar. Quando se sentiu mais controlada, ela desceu do carro. Muñoz veio ao encontro dela.

- Hey! Tá tudo bem?

Letty assentiu e viu as malas serem retiradas dos porta-malas dos carros, inclusive do seu próprio.

- E agora?- indagou um dos pilotos com forte sotaque hispânico.

- Quando seremos pagos?- perguntou outro. – E por que estamos aqui?

- Calem a boca e não atrapalhem!- respondeu Fênix com rispidez.

- Donde está mi dinero? (Onde está meu dinheiro?)- gritou o primeiro piloto, fazendo Fênix perder a paciência.

De imediato ele sacou sua potente pistola e atirou no homem que o havia desafiado. Letty deu um passo para trás e Diogo arregalou os olhos. Dois capangas de Braga foram para cima deles e Letty acertou um dos homens com um soco.

- Mas que diabos está acontecendo aqui?- ela gritou para Diogo que batia no outro homem.

O caos se instaurou no local. Diogo tentou correr para seu carro em meio aos tiros. Os pilotos estavam sendo fuzilados um a um. Letty entrou em seu carro e ainda tentou socorrê-lo.

- Vamos Diogo!

Mas já era tarde demais. Uma bala perdida o acertou em cheio em cabeça. Letty deu a volta no carro e disparou na direção dos túneis. Fênix a perseguiu implacavelmente para fora dos túneis e pela cidade.

Letty já estava indo há mais de cento e cinqüenta por hora e a pista estava molhada. Em dado momento, o carro derrapou e capotou sucessivas vezes, mas ela não desmaiou, nem mesmo quando o carro finalmente parou de cabeça para baixo.

Respirando com dificuldade e se arrastando, ela conseguiu sair de dentro do carro. Ouviu os passos de Fênix vindo. Se não saísse dali, não teria a menor chance. Juntando forças do fundo de seu ser, Letty engatinhou para fora do carro e se esgueirou para o mato alto de um terreno baldio além da pista. Ainda pôde ouvir a voz de Fênix gritando antes de seu carro explodir.

- Cadê você, vadia? Não pense que acabou porque eu vou encontrá-la até no inferno se for preciso.

Continua...
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MensagemAssunto: Re: El Beso del Final- Fic baseada na saga Velozes e Furiosos/Dotty, Bria(NC-14)   El Beso del Final- Fic baseada na saga Velozes e Furiosos/Dotty, Bria(NC-14) Icon_minitimeSáb Fev 27, 2010 6:29 pm

Citação :
que legal q vc colocou essa aqui! foi a primeira q eu li, eu AMO ela!!!
Obrigada!

De nada, Vanessa! Que bom que você gosta dessa fic. É uma das minhas favoritas também!

Capítulo 4

Vaya com Dios


Ela passou seus dedos sob a superfície lisa e fria do carro, se regozijando com sua textura que invocava mentalmente a imagem de Dom. Era como se ao tocar naquele carro, Letty estivesse tocando Dominic novamente, sentindo as contrações dos músculos poderosos sob seus dedos. Quase podia ouvir-lhe as batidas do coração quando abriu o capô e ouviu o ruído do motor.

Aquele carro pertencera ao pai de Dominic e estava em péssimo estado após a batida que ele dera quando fugia de Bryan O'Conner cinco anos atrás. Embora o carro precisasse de muitos reparos, Letty tinha certeza que poderia dar um jeito.

- Quem está aí?- Letty ouviu uma voz delicada às suas costas seguida de passos de salto alto entrando na garagem.

- Letty!- exclamou Mia, surpresa em ver a amiga depois de tanto tempo.

- E aí, garota?- saudou Letty voltando-se para ela e estreitando-a em um abraço apertado.

- Quando você voltou?- indagou Mia.

- Hoje mesmo.- respondeu ela. – Cheguei de madrugada.

- È bom ver você.- disse Mia. – Quanto tempo faz? Cinco anos? Você está linda, Letty!

Ela riu:

- Ah, não comece a me bajular!

Mia sorriu e disse:

- Você deve estar cansada.

- Na verdade, eu estou faminta.

- Que bom! Eu estava indo agora mesmo preparar o almoço.

- Frango frito?- indagou Letty.

Mia ergueu uma sobrancelha. Frango frito era o prato preferido de Dom.

- Eu estou com muita vontade de comer frango frito.

Mia assentiu.

- Eu vou preparar pra você.- Mia olhou ao seu redor procurando pela bagagem de Letty. – Onde estão suas coisas?

- Eu coloquei no quarto do Dom.- respondeu ela.

- Tudo bem.- disse Mia sentindo-se desconfortável porque podia ler nos olhos de Letty o quanto ela estava abalada com a partida de Dom. Sim, Mia sabia que ele a deixara havia seis semanas, como também sabia onde ele estava, mas Dom fora categórico quando pedira à irmã que não contasse à absolutamente ninguém onde ele estava.

- Eu vou ficar aqui trabalhando no carro do Dom enquanto você apronta o almoço.- Letty comunicou.

- Ok.- disse Mia. – Prometo não demorar.

Mia já estava deixando a garagem quando Letty a chamou de volta:

- Mia...

Ela voltou-se para Letty novamente.

- Ele está bem?- ela não podia mais engolir aquela pergunta.

- Sim.- foi tudo o que Mia respondeu.

xxxxxxxxxxxxxx

Alguns dias se passaram e Letty esperou pelo telefonema de Bryan na casa de Mia. Estava ansiosa pela ligação dele depois que tinham conversado. O plano dele para ela se infiltrar na organização do traficante Braga era promissor, embora muito perigoso. Mas Letícia não tinha medo do perigo, especialmente quando se arriscar envolvia o bem estar de Dom. Ela estava fazendo isso por ele, para tê-lo de volta.

Para que a espera não fosse torturante ou Mia notasse o quanto ela andava ansiosa, Letty passou aqueles dias consertando o carro de Dom. Cada dia ela mexia na máquina mais um pouco. O motor andava roncando, mas já estava bem melhor. Em alguns dias ela sairia com ele para fazer um teste. Seu maior projeto era mudar o sistema do carro para injeção eletrônica. Se houvesse tempo ela o faria.

Letty apertou alguns parafusos embaixo do carro e então deu sua tarefa do dia por terminada. Era estranho como vinha se sentindo cansada naqueles dias. Talvez fosse a ansiedade. De pé ao lado do carro, ela observou o cordão de crucifixo de Dom que brilhava preso ao espelho retrovisor do carro onde ela o tinha colocado desde que começara o trabalho de restauração na máquina.

- Ah Dom, como sinto a sua falta!- ela suspirou consigo mesma.

De repente, o barulho de seu celular a tirou de seus devaneios e Letty apressou-se em atendê-lo. Olhando no visor, ela sorriu, era Bryan, finalmente.

- Hey, Letty!- ele disse do outro lado da linha.

- Hey!- ela respondeu simplesmente.

- Será está noite. Está pronta?

- Sempre.- respondeu Letty.

- Me encontre no meu apartamento em duas horas. Preciso te passar as instruções.

- Ok.- ela assentiu e desligou o telefone pouco antes de Mia adentrar a garagem.

- Hey, está com fome?- indagou ela, amável. – Estava pensando em pedirmos pizza para o jantar e assistirmos a um filme.

- Não se preocupe comigo, Mia.- disse Letty. – Eu vou precisar sair esta noite.

Mia ergueu uma sobrancelha e indagou:

- Aonde você vai?

- Tenho uma coisa pra fazer.- respondeu Letty sem dar maiores detalhes.

Exatas duas horas depois, ela estava no apartamento de Bryan. Suas mãos suavam e ela as esfregou uma na outra. Era a primeira vez que se sentia nervosa antes de fazer uma coisa importante. Talvez fosse porque era a primeira vez que faria algo grande sem Dominic e também a primeira vez que se infiltrava como espiã.

Bryan mostrou-lhe um pequeno microfone e prendeu com cuidado por baixo da jaqueta de couro preta que ela usava.

- Preciso mesmo usar isso?- ela indagou.

- È a única forma de te darmos cobertura.- Bryan explicou. – Com esse dispositivo saberemos onde está e também poderemos ouvir o que dizem ao seu redor e nos comunicar com você.

- Ok, homem. – disse ela. – Além de fingir ser uma piriguete louca por dinheiro, o que mais eu devo fazer?

Bryan sorriu:

- Esse é o espírito! Agora me ouça com atenção, prendemos um sujeito chamado Lover Boy.

Letty ergueu uma sobrancelha:

- E esse nome tem que dizer alguma coisa pra mim?

- Esse cara é um dos fornecedores de pilotos para o Braga. Nós fizemos com que ele colocasse seu nome entre os últimos pilotos que selecionou para a corrida.

- Certo, então tudo o que eu tenho que fazer é ganhar essa corrida e entrar para a equipe do Braga.

- Isso mesmo. Aí você passará toda a informação de que precisamos. Vem comigo!

Letty o seguiu para fora do apartamento e eles pegaram o elevador para o andar térreo. Lá embaixo, na garagem do prédio estava seu Playmouth 1970, completamente recuperado. Ela alargou os olhos em surpresa.

- Como diabos você conseguiu isso, O'Conner? A última vez em que vi esse carro estava...

- Capotado na estrada. É, eu me lembro. Mas eu voltei para buscar o seu carro e o carro do Dom também, mas o carro dele foi devolvido para a Mia. O seu carro eu recuperei, consertei a injeção eletrônica e fiz algumas modificações...

- Filho da mãe!- ela exclamou sorrindo como uma criança diante de um brinquedo novo e correu até seu carro.

Bryan entregou as chaves para ela e disse:

- Por favor, tome cuidado.

Ela assentiu silenciosamente.

- Aqui o endereço.- ele entregou a ela um pequeno pedaço de papel que Letty segurou entre os dedos o suficiente para ler antes de devolver o papel à Bryan.

- Que espécie de piloto eu seria se não soubesse onde fica esse endereço?- perguntou ela entrando no carro.

Bryan ficou vendo o carro dela se afastar a toda velocidade, os pneus fazendo barulho no asfalto, pedindo que Dom um dia o perdoasse por envolvê-la em missão tão perigosa.

xxxxxxxxxxxxxxx

Ela se sentiu em casa quando chegou ao endereço entregue por Bryan, exceto que aquela era a toca do lobo e pela primeira vez não estaria totalmente segura naquele ambiente como costumava se sentir.

Sentia-se em casa por causa da multidão de pessoas na pista, rindo, dançando e conversando. Tantas músicas tocando ao mesmo tempo, que era difícil prestar atenção em alguma delas. Homens vestidos em roupas extravagantes querendo parecer ricos e belos estavam rodeados de carros envenenados e mulheres de moral duvidosa em trajes sumários. Todos loucos por corridas e sangue na pista.

Letty desceu do carro e propositadamente apoiou uma de suas pernas no capô fingindo arrumar suas botas para chamar atenção sobre si. Precisava ser notada pelo maior número de pessoas possíveis caso algo lhe acontecesse.

Logo ela percebeu olhares masculinos sobre si e sorriu com malícia para provocá-los mais enquanto mexia nos cabelos, amarrando-os em um rabo de cavalo.

- E aí, gata?- disse um sujeito alto e magro se aproximando dela. O homem se vestia com mais brilho do que Lisa Minelle e tinha cara de idiota, além de usar um chapéu de cowboy que não combinava com ele.

- E aí?- respondeu Letty fazendo pouco caso dele.

O homem cruzou os braços sobre o peito, tentando estufar os músculos que não tinha e disse:

- Eu sou Duwhite e você?

- Letty.- ela respondeu olhando ao seu redor, tentando encontrar alguém que pudesse informá-la sobre a corrida que aconteceria logo mais.

- Você é uma coisinha gostosa, sabia?- disse ele se aproximando dela com olhar pegajoso.

Letty sentiu seu estômago se revirar com o olhar que ele deu a ela e respondeu:

- Pena que eu não posso dizer o mesmo de você, cara.

Ele riu. Um riso que mais parecia um guincho.

- Hum, então você é do tipo zangada? Não tem problema, baby, papai Duwhite gosta de mulheres dominadoras.

Letty não segurou o riso.

- Certo, papai Duwhite, me diga com quem eu posso falar sobre a corrida.

- Pode falar comigo mesmo.- disse ele. – O que precisa saber? Quem é o melhor corredor daqui? Sou eu, benzinho.

- Acho que você não me entendeu, homem. Quero saber sobre a corrida porque vou correr.

- Como é que é?- Duwhite retrucou. – Um anjinho como você vai competir por uma vaga na equipe do Braga?- e então ele deu mais uma de suas risadas-guincho.

- Algum problema com isso?

- Eu espero que não.- disse uma voz feminina atrás dele. – Afinal, as mulheres correm tão bem quanto os homens, e ás vezes até melhor.

Duwhite se virou e sorriu galante para a mulher. Letty a observou por alguns instantes. Ela era alta, esguia, tinha feições latinas e longos cabelos escuros.

- Olá, Gisele!- disse ele. – Essa corrida ainda vai demorar muito para começar ou o Braga desistiu da competição hoje porque resolveu que eu sou o melhor piloto para o trabalho?

A mulher sorriu de lado e disse:

- Ouvi dizer que ser convencido demais pode atrapalhar o desempenho na pista e na cama.

Letty riu e Duwhite sentiu-se um pouco humilhado. Antes que as duas se unissem para derrubá-lo, ele tocou a aba do chapéu ridículo e se afastou. Sozinha com Letty, Gisele foi direto ao assunto:

- Quer dirigir para o Braga?

- Com certeza.- disse Letty se mostrando confiante.

- Quem mandou você?

- Lover Boy.- ela respondeu.

Gisele sorriu.

- Ele não costuma decepcionar o Braga. Venha comigo!

Letty acompanhou Gisele até um prédio de dois andares, levando-a até uma sala onde havia cerca de seis homens, pilotos com certeza. Ela se sentou em uma cadeira um pouco afastada daqueles homens e Gisele deixou a sala. Um dos pilotos, um rapaz jovem de rosto bonito e lisos cabelos negros se dirigiu à Letty, dizendo:

- Não entendo porque eles fazem tanto mistério.

- Como assim?- Letty perguntou.

- Estou falando sobre o Braga.- o piloto comentou. – Ninguém nunca o viu e nem faz a menor idéia de quem ele seja.

- Mesmo?- Letty instigou o homem a falar.

- Sim, o homem tem seus empregados que realizam todo o trabalho de encontrar os pilotos para ele, mas nunca aparece para conhecê-los. Pelo menos foi o que eu ouvi, mas pra mim não importa porque o cara paga muito bem.- ele fitou Letty com simpatia e estendeu a mão para ela, se apresentando: - Diogo.

Letty aceitou a mão dele.

- Letty.

- Bem, Letty, esperemos que Braga não seja o Conde Drácula e queira sugar nosso sangue quando nosso trabalho terminar.

Ela riu tentando parecer descontraída embora seu estômago estivesse contraindo nervosamente. Estava se sentindo constantemente enjoada há alguns dias. O estresse estava se tornando cada vez maior e provavelmente causando aquelas reações nela.

Nesse momento, Gisele retornou a sala seguida de perto por dois homens. Um negro e alto, com cara de vilão de filme de ação, todo tatuado e cheio de cicatrizes. O outro era mais baixo e se vestia como um bicheiro, com uma ridícula camisa estampada com desenhos de dragões coloridos, calça jeans justa e sapatos de couro de crocodilo. Esse homem tinha um irritante sorriso malicioso em seu rosto de traços latinos.

- Todos vocês sabem por que estão aqui, não sabem cabróns?- indagou o homem mais baixo antes de lançar um olhar na direção de Letty. – Cabróns y señorita. Perdão.

Todos começaram a falar ao mesmo tempo e o homem estendeu a mão num gesto para que se calassem.

- Eu sou Ramon Campos e estou aqui para recrutar os melhores pilotos de LA para o Braga. Mas como eu disse só os melhores ficarão conosco. Esta noite escolherei dois pilotos.

O cowboy irritante que tinha puxado conversa com Letty do lado de fora do prédio entrou nesse momento pedindo milhões de desculpas ao tal de Campos e indo puxar uma cadeira para si. A mulher que se chamava Gisele distribuiu aparelhos de GPS a todos os presentes.

- Aonde o GPS mandar vocês seguem!- disse Campos. – A corrida será de oito quilômetros. Os dois primeiros colocados trabalharão conosco.

- A rua será fechada por oito quilômetros?- perguntou um dos pilotos.

- As ruas não serão fechadas.- explicou Gisele. – Vocês terão que ser cuidadosos e muito rápidos!

- Quem quiser desistir ainda está em tempo.- disse o outro homem que acompanhava Campos. Seu sorriso era de puro escárnio.

- O que estamos esperando?- indagou Letty ficando de pé com seu GPS na mão.

Os pilotos foram para a pista de partida. No final eram seis ao todo. Dois deles tinham desistido. Entre os que ficaram estavam o insuportável Dwite e Diogo Muñoz, o rapaz com que Letty conversara.

Ela já estava quase entrando em seu playmouth para o início da corrida quando ouviu a voz de Gisele atrás de si, dizendo:

- Admiro mulheres que gostam de correr. Lhe desejo boa sorte.

Letty sorriu para ela e agradeceu:

- Obrigada.

- Vaya con Dios.- disse Gisele antes de se afastar.

Dentro do carro, Letty acionou o GPS e algumas instruções foram dadas na tela. A corrida começou. Louca e intensa. Todos os pilotos queriam um lugar entre os pilotos de Braga e com Letty não era diferente. Ela precisava entrar na organização, descobrir as informações necessárias para Bryan e limpar o nome de Dom. E então tudo poderia voltar a ser como era antes. Eles poderiam ficar juntos e levar uma vida maravilhosa, ainda com ação como gostavam, mas sem mais envolvimento com atividades ilícitas. Já tinham dinheiro suficiente agora para poderem investir em um negócio legal.

O itinerário da corrida passava pelas ruas mais movimentadas de Los Angeles e a disputa estava acirrada. Duwhite tentou fechar Letty por várias vezes, mas ela fez manobras que o impediram de se aproximar muito.

- Fica longe de mim, seu babaca!- ela murmurou batendo com a traseira do carro no carro dele.

- Vagabunda!- Duwhite gritou.

Letty acelerou mais o carro e passou muito à frente dele, cortando por entre os outros pilotos. Duwhite tentou ir atrás dela, mas Diogo bateu seu carro contra o dele.

- Deixa a moça passar, imbecil!- gritou Diogo.

- Vai se danar!- Duwhite gritou de volta, mas não foi capaz de alcançar Diogo.

Enquanto isso, Letty liderava a corrida. Faltavam apenas alguns metros para a chegada. Diogo vinha logo atrás em seu possante carro vermelho.

- È agora!- Letty murmurou consigo mesma e ativou o sistema de impulso do carro. O motor disparou de uma forma que ela nunca tinha visto antes mesmo com toda a experiência que tinha em corridas. – Mas o que diabos colocaram nesse carro?

Letty segurou-se ao volante com toda a força que pôde. Não demorou muito e ela chegou vitoriosa à linha de chegada, desviando dos outros pilotos e do resto do trânsito sem se desviar da rota em nenhum momento.

"Você chegou ao final. Parabéns!"- disse uma voz feminina melosa e irritante no aparelho de GPS.

O segundo a chegar foi Diogo. Um dos pilotos morreu no caminho e outro ficou muito ferido. Aquilo dava uma idéia à Letty do tipo de gente com quem estava lidando. Duwhite foi o último colocado. Não estava ferido, mas estava muito irritado e apontou seu dedo em riste para Letty:

- Olha aqui vagabunda, nenhuma mulher vai me vencer numa corrida! Então vamos correr agora mesmo outra vez pra eu te mostrar quem é que manda e dar umas boas palmadas no seu traseiro!

- Cuidado com o seu traseiro, cowboy!- disse Letty debochada. – Já ouviu dizer o que fazem na prisão com tipos como você? Se chegar perto de mim outra vez vai virar mulher de malandro. Então é melhor se afastar!

Campos, Gisele e o outro homem se aproximaram deles.

- Teve sua chance Duwhite, agora fica para a próxima!- disse Campos sem tirar o sorriso do rosto.

Duwhite foi embora batendo o pé. Diogo se aproximou também.

- Muito bem!- disse Campos. – Vocês dois agora trabalham para o Braga! Fiquem preparados quando receberem o chamado.

Ele e seu amigo mais alto se foram. Giselle informou à Letty e Diogo:

- O GPS que está no carro de vocês também funciona como um bipe. Quando precisarmos de vocês iremos contatá-los através dele.

Ela retirou um aparelho de leitura de impressão digital do bolso da jaqueta e pegou a impressão digital de ambos.

- Nos veremos em breve.- disse ela antes de partir em seu carro.

Assim que Gisele se foi, Diogo sorriu para ela e disse:

- Quer tomar uma bebida, Letty?

- Yeah! Uma bebida seria boa depois dessa corrida, mas...

- Mas... – Diogo instigou.

- Não é só porque estou aceitando tomar uma bebida com você que vou terminar na sua cama.

Diogo riu:

- Gosto de mulheres objetivas.

- E então?- ela indagou. – Ainda está interessado na bebida?

- Com certeza.- respondeu ele conduzindo-a para um bar que ficava ali próximo.

Continua...
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MensagemAssunto: Re: El Beso del Final- Fic baseada na saga Velozes e Furiosos/Dotty, Bria(NC-14)   El Beso del Final- Fic baseada na saga Velozes e Furiosos/Dotty, Bria(NC-14) Icon_minitimeSáb Fev 06, 2010 12:03 am

que legal q vc colocou essa aqui! foi a primeira q eu li, eu AMO ela!!!
Obrigada!
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MensagemAssunto: Re: El Beso del Final- Fic baseada na saga Velozes e Furiosos/Dotty, Bria(NC-14)   El Beso del Final- Fic baseada na saga Velozes e Furiosos/Dotty, Bria(NC-14) Icon_minitimeQui Fev 04, 2010 12:43 pm

Chapter 3

Viver intensamente ou morrer!

República Dominicana,

1 ano antes


- Dom. – foram as primeiras palavras de Letty ao acordar e não encontrar Dominic na cama com ela. Esfregando os olhos, ela se sentou na cama sentindo uma estranha apreensão dentro de si. – Dom! – ela o chamou mais uma vez olhando na direção da porta do banheiro imaginando que ele estivesse no banho, mas não ouvia o barulho do chuveiro.

Letty se levantou da cama e foi até o banheiro ainda chamando por ele. Mas o banheiro estava vazio. Ela voltou para o quarto e vestiu sua calça jeans, prendendo os cabelos em um rabo de cavalo e calçando os chinelos antes de deixar o quarto e caminhar pela praia vazia. A manhã estava nublada, mas o sol se mostraria logo.

Ela caminhou pela areia branca e fofa esperando encontrar Dom dando um passeio pela beira da praia, tentando pôr seus pensamentos em ordem, mas ele também não estava lá. A apreensão cresceu ainda mais no peito de Letty e ela correu de volta para o quarto.

- Não, seu desgraçado! Você não fez isso comigo!- Letty murmurou consigo mesma indo até o armário e procurando pelas roupas de Dom. Mas não havia uma única peça de roupa lá, nem mesmo qualquer outro objeto pessoal.

Foi então que ela notou os maços de dinheiro em cima do criado mudo. Mais de três maços de dólares que ele deixara para ela, uma boa grana, mas Letty não se importava com isso, queria seu homem ali com ela ou então o dinheiro não valeria a pena. Não era só pelo dinheiro que participava dos roubos com Dom, fazia isso porque era com ele. Era algo que faziam juntos e muito bem, mesmo que fosse algo que significava transgredir a lei.

- Dom, por quê? – ela gritou num acesso de fúria e jogou todo o dinheiro pelo quarto, chutando os maços para debaixo da cama. Seu corpo inteiro tremia. Ele tinha falado sobre a possibilidade de deixá-la, mas Letty não esperava que ele realmente fosse fazer isso. E que se caso ele realmente se decidisse por fazê-lo, não seria no meio da noite, seria às claras e ele diria a ela para onde estava indo. Agora Letty não fazia a menor idéia da onde Dom poderia ter ido e sabia que ele não atenderia o celular se ela telefonasse. Dom havia tomado sua decisão e nada o faria mudar de idéia, Letty sabia.

- Oh não, Dom!- ela choramingou e deixou-se cair na cama.

Letty não costumava ser do tipo dramática, que se desmanchava em lágrimas por qualquer motivo, mas a partida de Dom foi um baque muito forte para ela. Era como se tivessem arrancado um pedaço dela, não sabia como viveria sem Dom ao seu lado. Chorando, Letty enterrou sua cabeça no travesseiro sentindo o peito arder de desespero. Foi quando ela sentiu um objeto metálico e frio embaixo do travesseiro. Letty puxou o objeto e viu que se tratava da corrente prateada de Dom com um pesado crucifixo. Ele deixara a corrente para ela, para que nunca se esquecesse dele.

Ela apertou o cordão entre os dedos e voltou a soluçar. Não conseguiu mais deixar o quarto naquela manhã.

xxxxxxxxxxxxxx

Los Angeles, Estados Unidos

6 semanas depois

- FBI!- Letty leu mentalmente as palavras em enormes letras prateadas fixadas à entrada do prédio de tinta branca lascada onde se localizava a sede do FBI de Los Angeles.

As últimas semanas em que ela permanecera na República Dominicana tentando levar sua vida sem Dom, tinham sido muito difíceis. Ela não conseguia esquecê-lo e também não se conformava que ele a tivesse deixado por medo de que algo acontecesse com ela. Então só havia uma solução para eles. A solução perfeita para que eles voltassem a ficar juntos. Dom precisava de anistia policial para que não fosse mais perseguido e só havia uma pessoa que podia ajudá-la quanto a isso. A pessoa que em parte era responsável por Dom ser um fugitivo agora.

- Bom dia.- ela saudou o policial na recepção quando adentrou o prédio do FBI.

- Bom dia.- respondeu o policial educadamente alisando sua gravata de seda e sorrindo de modo sedutor para Letty, discretamente medindo-a dos pé a cabeça.

Letty sorriu para ele também. Naquela manhã estava vestida com uma roupa não usual para ela. Um vestido discreto de cor bege que ia até os joelhos e delicados sapatos de salto. Ela se vestira assim porque desejava causar boa impressão quando chegasse ao FBI, isso facilitaria com que ela pudesse falar com a pessoa a quem procurava.

- Em que posso ajudá-la, senhorita?- indagou o policial, todo solícito.

Letty fez charme com os cabelos soltos, mexendo na franja e disse:

- Estou procurando um velho amigo, o nome dele é Bryan O’Conner.

O homem franziu o cenho quando ouviu o nome que ela acabara de pronunciar.

- Bem, eu acho que ele não está por aqui agora, parece que saiu numa missão.

- Oh, que pena.- Letty se lamuriou falsamente tentando comover o recepcionista. – Faz cinco anos que não vejo o Bryan e vim de tão longe só para vê-lo. È um assunto meio urgente, será que não poderia me ajudar, senhor... – ela leu o nome no crachá dele. - ...Melbourne.

O policial sorriu outra vez para ela achando que de alguma forma Letty estaria interessada nele. Percebendo sua vitória, ela alimentou as esperanças dele:

- Eu posso te chamar de Allan?

- É claro.- ele respondeu. – Eu poderia até ajudá-la, senhorita...

- Ortiz. Letícia Ortiz.- ela respondeu. – Mas meus amigos me chamam de Letty.

- Certo, Letty. Veja bem, posso ajudá-la se me disser que tipo de assunto veio tratar com O´Conner. Ele não é muito bem visto aqui na polícia, sabe?

- Mesmo? - retrucou Letty, impaciente, querendo que aquele idiota a levasse logo até Bryan.

- Pois é, dizem que ele deixou um criminoso perigoso escapar cinco anos atrás e por isso ele foi destituído da polícia, mas o malandro conseguiu voltar e...

Letty o interrompeu antes que o homem começasse a falar demais e a fizesse perder tempo:

- Bem, Allan, o assunto que tenho com Bryan não tem nada a ver com a polícia, na verdade é um assunto pessoal.

- Sério?- indagou ele com a voz desapontada imaginando que Letty seria uma antiga namorada de Bryan.

- È, o Bryan e eu precisamos muito conversar, então... – ela chegou mais perto dele e acrescentou uma nota sedutora a sua voz: - Creio que se me ajudar a falar com o Bryan, mais cedo eu termino o assunto que me trouxe até aqui e quem sabe podemos tomar um café depois

Melbourne se animou de novo sentindo suas esperanças se renovarem quando ela falou em terminar seu assunto com O´Conner. Olhando de um lado para o outro da recepção, ele abandonou seu posto e disse a Letty em tom discreto:

- Venha comigo!

xxxxxxxxxxxx

- Cacete!- Bryan xingou quando entrou em seu escritório na polícia repleto de agnetes andando de um lado para o outro. Ele estava transtornado com o último caso em que estava trabalhando. Um poderoso e escorregadio traficante de drogas chamado Arturo Braga. O FBI estava tentando capturá-lo há três meses e não tinham feito nenhum progresso importante.

A última coisa que ele tinha descoberto era que o traficante costumava contratar pilotos de racha através de terceiros para transportar sua mercadoria pela fronteira para o México. Seria um ótimo plano se ele pudesse se infiltrar como piloto na equipe de Braga para conseguir informações, mas seu superior acabara de lhe dizer que isso não seria possível. Que não tinha dado certo da primeira vez quando ele se infiltrara na família de Dominc Toretto, o que quase lhe causara uma expulsão da polícia, mas depois de fazer umas prisões importantes e conseguir provar que poderia voltar à ativa, Bryan foi recontratado.

Entretanto, agora ele tinha outro abacaxi para descascar em suas mãos. E se seu superior não permitiria que ele fosse o infiltrado, Bryan teria que encontrar outra pessoa que o fosse. O plano era simplesmente perfeito. Braga estava sempre precisando de pilotos e não seria difícil colocar uma pessoa dentro da organização. Ele estava tão distraído pensando nas providências e decisões que tinha de tomar que não notou a presença de Letty no escritório até que esta se pronunciasse.

- Beija sua mãe com essa boca, O’Conner?

Bryan ouviu a voz familiar vinda do canto de sua sala e viu Letty sentada em uma das cadeiras estofadas com os braços cruzados sobre o peito. Cinco anos se passaram e ele podia ver o ar de maturidade que tinha se formado no semblante dela, principalmente vestida com aquela roupa formal. Porém, o ar moleque de que ele tanto se lembrava nela deu sinais de ainda existir quando ela lhe sorriu antes de ficar séria novamente.

- Letty?- ele indagou, surpreso em vê-la. – O que faz aqui? Já faz tanto tempo.

- Preciso de ajuda.- ela foi objetiva. – È sobre o Dom.

Ele puxou uma cadeira e sentou-se de frente para ela ouvindo atentamente.

- Dom partiu. Não sei para onde. Ele simplesmente se foi. Estava com medo de que algo acontecesse comigo se continuássemos juntos.

- Tá legal! Informação demais. Primeiro me diz por onde vocês andaram esse tempo todo?- Bryan quis saber.

- Depois que você o deixou fugir, Dom foi me encontrar no México. Eu estava com o León. Ficamos algum tempo por lá e depois saímos por aí fazendo o que sabíamos fazer de melhor.- Letty respondeu. – Mas de repente o Dom começou a ficar angustiado com a vida que estávamos levando e se foi. Ele fez isso para me proteger, mas não posso continuar sem ele. Não é justo!

Bryan assentiu. Podia compreender o que ela sentia pois ele mesmo tivera de abrir mão de seu relacionamento com Mia, a irmã de Dom porque eles se encontravam em lados opostos da justiça e a situação para Bryan depois de ter deixado Dominic fugir não era das melhores.

- Não tem mesmo a menor idéia para onde o Dom possa ter ido?

- Não, homem.- ela respondeu. – Acha que se eu soubesse teria vindo falar com você?

- E quanto a Mia? Eles são irmãos, ele deve ter entrado em contato com ela.

- Eu pretendo procurar por ela quando eu sair daqui, mas sei que mesmo que ela saiba onde o Dom está, ela não me dirá, O’Conner. Como você mesmo acabou de dizer, eles são irmãos.

- Há quanto tempo ele partiu?

- 6 semanas. Estávamos na República Dominicana. No dia seguinte à partida dele eu contatei o Vince e o León para me ajudarem a procurá-lo, mas nossas buscas foram em vão. O Dom sabe mesmo se esconder quando quer.

- O que você quer que eu faça, Letty?- perguntou Bryan. – Eu gostaria muito de ajudá-la, mas aqui sob a jurisdição do FBI fico de mãos atadas. O Dom está sendo procurado e...

- Ele está sendo procurado por sua culpa, droga!- ela se ergueu da cadeira e o encarou com aquele mesmo olhar de determinação que um dia Bryan vira há cinco anos atrás. Ele sabia que Letty amava Dom e que seria capaz de fazer qualquer coisa por ele. E O’Conner também sabia que Letty sabia correr como ninguém, afinal ela era parte do grupo de assaltos de Dom, uma das peças principais do time dele. Uma mulher corajosa e ousada que não temia nenhum obstáculo que pudesse impedi-la de alcançar seu objetivo. De repente, a chegada repentina de Letty ao seu escritório parecia ter sido muito providencial.

- Dom precisa voltar para casa, mas não pode fazer isso enquanto for procurado. Ele precisa ser perdoado, cumprir sua pena em regime aberto e é aí que você entra, O’Conner. Você sujou, você limpa, entendeu?- ela agora apontava o dedo em riste para ele antes de se sentar de novo na cadeira e dar um olhar de tristeza à Bryan. Seus olhos imploravam que ele a ajudasse.

Bryan começou a pensar e de repente tudi ficou muito claro em sua mente. Se Letty cooperasse com ele na dissolução do cartel de Braga, eles poderiam fazer alguma coisa por Dom. Poderiam propor um acordo ao FBI e conseguir uma anistia para Dominic. E assim, seus dois maiores problemas seriam resolvidos, a prisão de Braga e a volta de Dom à Los Angeles sem tem que se preocupar mais em ficar fugindo da polícia. Durante todo o tempo que convivera com Dominic no passado, Bryan aprendera a admirá-lo e agora convivia com a culpa do amigo ter sido descoberto pela polícia. Mia jamais o perdoara por isso. Se conseguisse reintegrar Dom à sociedade será que ela o ouviria depois de cinco anos?

- Acho que posso te ajudar Letty.- Bryan disse por fim.

- O que tem em mente, O’Conner?

- Faria qualquer coisa por Dom?- ele perguntou num tom que não deixava margem para evasivas.

- Qualquer coisa.- ela respondeu sem pestanejar.

- Então vou te explicar o meu plano.

Continua...


Última edição por Renata Holloway em Sáb Fev 06, 2010 9:48 am, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: El Beso del Final- Fic baseada na saga Velozes e Furiosos/Dotty, Bria(NC-14)   El Beso del Final- Fic baseada na saga Velozes e Furiosos/Dotty, Bria(NC-14) Icon_minitimeQua Jan 27, 2010 1:31 pm

Citação :
dominique toretto merece sofrer!!!

Merece sim, mas só um pouquinho... geek


Capítulo 2

O Pacote

Cidade do Panamá, Panamá

1 ano depois


Um carro é como um filho. O velho Toretto costumava dizer desde cedo ao seu pequeno Dom quando começou a ensiná-lo sobre carros. E logo Dom pôde constatar por si mesmo a veracidade das palavras do pai e carros tornaram-se sua maior paixão.

Ele não podia se imaginar fazendo nada na vida que não fosse estar envolvido com carros e corridas, exceto quando isso implicava em transgredir a lei. A vida não tinha sido muito justa com Dominic em muitos aspectos, incluindo a morte de seu pai, por isso Dom fez tudo o que foi preciso para continuar vivendo sua vida, sem se importar com as conseqüências de seus atos, tudo o que ele queria era proteger Mia, sua querida irmã e dar uma vida digna a ela. Pelo menos nisso Dom não falhara. Mia não estava com ele, mas ele sabia que ela estava bem. Quanto à Letty, essa era uma história bem diferente.

Já fazia um ano que ele a tinha deixado e não tivera mais nenhuma notícia dela, assim como também tivera o cuidado de não ser encontrado de maneira alguma, apenas Mia sabia onde ele estava e tinha ordens restritas para não revelar seu paradeiro a ninguém.

Dom nunca deixara de pensar em Letty, nem um dia. Ainda assim não se arrependia de sua decisão de ter ido embora. Tinha sido o melhor para eles dois. Letty agora estava livre para seguir sua vida sem as complicações que estar ao lado dele causariam a ela.

Era mais uma manhã rotineira no Panamá. Dom já estava lá há quase dez meses. Ele passara algum tempo escondido em uma cidadezinha da República Dominicana antes de partir para o Panamá, tão perto e tão distante de Letty.

Ao chegar ao Panamá ele logo conseguira um emprego de mecânico. Alugou um quarto e estava lá desde então, vivendo uma vida simples e discreta. Participava de corridas de vez em quando, mas nada muito grande. Tinha que continuar incógnito da polícia. Dom não sabia por quanto tempo ainda ficaria no Panamá, mas sabia que quando tivesse que partir sua intuição o avisaria.

Ele estava trabalhando embaixo de um carro, consertando algumas peças quando um dos filhos de seu patrão na oficina mecânica entrou correndo no galpão onde ele trabalhava.

- Tio!- chamou o garoto. Dom tinha um bom relacionamento com a família do dono da oficina mecânica e os cinco filhos dele o adoravam.

- Que pasa, niño? ( O que há, garoto?)- ele perguntou saindo debaixo do carro.

Foi então que ele notou que o menino segurava uma caixa de tamanho médio com muito cuidado junto ao peito.

- O que é isso, José?- Dom indagou se levantando do chão.

- È pra você, tio.- respondeu o menino em espanhol. – Tem seu nome escrito.

Dom pegou o pacote e agradeceu ao menino.

- Gracias, José. (Obrigado, José).

O menino saiu do galpão e quando Dom ficou sozinho, ele checou o pacote. Tinha seu nome escrito e o endereço da oficina. Ele ficou apreensivo. Só podia ser de Mia, ela era a única pessoa que sabia que ele estava lá. Algo devia ter acontecido com ela.

Preocupado, Dom tratou de rasgar o lacre do pacote com um estilete. Dentro do pacote havia um pedaço de papel e um ursinho branco de pelúcia. Dom segurou o brinquedo em suas mãos sem entender do que se tratava. No pacote não havia remetente. Ele pegou a carta e leu. Eram poucas linhas.

“Volte para Los Angeles. Gostaria de falar sobre assuntos que são do seu interesse. Não se arrependerá se voltar.” Braga.

Dom franziu o cenho. Aquilo era muito estranho. Quem diabos era Braga? E como sabia que ele estava ali? Seria isso algum tipo de código? Uma mensagem de Letty, talvez? Podia ser uma armadilha, mas Dom precisava descobrir do que se tratava.

Ele deixou a oficina e procurou o telefone público mais próximo que ficava na feira, um calçadão desorganizado e mal-cheiroso repleto de barracas de verduras e frutas. Dom pegou o telefone e discou o número de Mia. Sabia que a irmã ficaria espantada em receber uma ligação dele depois de quase um ano.

- Alô?- a voz suave de Mia soou do outro lado da linha.

- Mia, sou eu.- disse Dom.

- Dom? Oh, meu Deus, Dom! È mesmo você? Estive tão preocupada. Pensei em ligar pra você tantas vezes, mas você disse que eu não podia ligar...

- Eu estou bem, Mia. E você?

- Eu estou bem.- respondeu ela. – Apenas sozinha aqui...

- Eu sei, Mia. Mas você sabe que as coisas são assim, então não vamos falar disso. Não foi por isso que eu liguei. Liguei pra saber de você e da...Letty. Você a tem visto?

- Eu não vejo a Letty há mais de um ano, Dom. Ela me disse que precisava ir embora. Foi de repente. Ela veio só se despedir de mim. Disse que tinha umas coisas para resolver. Não me contou para onde ia, só disse que manteria contato. Cheguei a pensar que ela estivesse indo se encontrar com você e não pudesse me contar...

- Contou a alguém que eu estava aqui?

- È claro que não, Dom. Não contei nem à Letty.

Dom olhou o bichinho de pelúcia em suas mãos e disse à Mia:

- Estou voltando, Mia.

- Não, você não pode, Dom. Eles irão pegar você!

- Eu preciso voltar, Mia. Nos veremos em alguns dias.- ele desligou o telefone.

xxxxxxxxxxxxxx

República Dominicana

Letty respirou fundo e contou o restante do dinheiro que tinha em sua bolsa. 3 mil dólares. Muito pouco. Com esse dinheiro ela não poderia se sustentar mais por muito tempo naquele país. As coisas estavam começando a ficar complicadas. Era hora de voltar aos Estados Unidos e pedir ajuda, por mais que estivesse com medo de voltar.

Largando o dinheiro sobre uma mesinha no pequeno quarto do cortiço onde morava, Letty pegou seu telefone celular, modelo antigo, o único pelo qual podia pagar e telefonou. Uma voz feminina atendeu e Letty falou em espanhol:

- Hola. Soy yo. Tienes mi dinero? Como no tienes, mujer?Yo necesito este dinero. Quiero volver al Estados Unidos. ( Oi. Sou eu. Já tem meu dinheiro? Como não tem, mulher? Quero voltar aos Estados Unidos.) - ela fez uma pausa para ouvir o que a outra dizia e então continuou com a voz alterada pelo nervosismo.

Pero como tu quieres que yo regrese al Estados Unidos solamente con lo que tengo? Yo no puedo, Soledad. Yo he trabajado duro para ti y ahora necesito el dinero. La niña necesita muchas cosas. Tu ya lo sabes. Oh, no, no te perdono! Por favor, ayudame… está bien. Voy a esperar que me llames. Pero no tardes. Preciso regresar a mi país.((Mas como você quer que eu volte aos Estados Unidos somente com o que tenho? Eu não posso, Soledad. Eu trabalhei duro pra você e agora preciso do pagamento. A menina precisa de muita coisa, você já sabe. Por favor, me ajude!...está bem. Vou esperar sua ligação. Mas não demore a me ligar, preciso voltar ao meu país.)

Letty desligou o telefone e sentiu lágrimas quentes invadirem seus olhos. Porém, um choro mais alto e desesperado do que o dela soou no quarto e Letty tratou de enxugar as lágrimas para atender a uma necessidade mais urgente que a dela naquele momento.

Ela se levantou da cama onde estava sentada e foi até um berço de madeira recostada no canto do quarto próximo à janela de onde um bebê esperneava e chorava envolto em uma manta amarela. Letty sorriu e pegou seu pequeno embrulho, ninando a criança em seus braços e falando com ela com voz suave:

- Não chore, pequena. Mamãe está aqui. Pequena Caterina...

Continua...
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dominique toretto merece sofrer!!!
-risos-
bom, eu gosto dessa fic... e amo a forma como a letty está no filme...
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MensagemAssunto: El Beso del Final- Fic baseada na saga Velozes e Furiosos/Dotty, Bria(NC-14)   El Beso del Final- Fic baseada na saga Velozes e Furiosos/Dotty, Bria(NC-14) Icon_minitimeSáb Jan 23, 2010 10:56 am

Disclaimer: Velozes e Furiosos e seus personagens não me pertencem. Esta fanfiction não possui finalidades lucrativas.

Categoria: Romance/ Ação

Censura: NC-14 (Contém sexo, violência e linguagem imprópria)

Shipper: Dom/Letty (Dotty), Bryan/Mia (Bria)

Sinopse: Dominic Toretto decide renunciar ao seu grande amor para protegê-la da vida arriscada que leva, porém, o que pode acontecer quando ele descobre que alguém está usando seus sentimentos por Letty contra ele mesmo?

Dedicada à minha grande amiga Sue Rodriguez. Esta fic é pra você, relembrando nossas “longas e exaustivas” discussões sobre os personagens de nossa adorável Michelle Rodriguez.

Trilha sonora da fic: El beso del final/ Cristina Aguillera.

Nota: Eu sei que muita gente está acompanhando essa fic no Fanfiction.net, mas resolvi postá-la também aqui no fórum.

El beso del final/ O Ùltimo Beijo

- Nunca pense em me deixar!- Letícia Ortiz sussurrou ao ouvido do namorado após ouvir todos os argumentos dele sobre seguirem separados daquele ponto em diante. Ele a abraçou com força contra o peito de aço, esmagando-a gostosamente enquanto as pernas ágeis dela o enlaçavam pelos quadris.

- Se você me deixar, eu juro que irei atrás de você e chutarei seu traseiro!- ela completou.

Dominic Toretto riu descontraído pela primeira vez naquela noite e beijou-a nos lábios repetidas vezes antes de dizer:

- Eu não duvido que faria isso, baby!

Ela beijou-o mais uma vez e mordiscou-lhe de leve a orelha, sentindo que ele lhe acariciava os cachos dos cabelos soltos.

- Comporte-se minha Letty!- disse ele em tom de brincadeira.

- Vamos sair daqui, Dom!- falou Letty em tom insinuante, pressionando seu corpo contra o dele.

Ele não podia resistir a ela. Jamais pôde. Desde a primeira vez. Vinte porcento anjo, oitenta porcento demônio. Na pista, na cama e em seu coração. Letícia Ortiz era puro fogo e deixá-la seria a coisa mais difícil que Dom teria que fazer em toda a sua vida. Sabia que sem ela jamais se sentiria completo outra vez. Sempre estaria faltando a peça principal que o movia a quilômetros por hora.

Com Letty enrodilhada ao redor de seu corpo, ele continuou beijando-a enquanto caminhavam de volta para o quarto, sem se importar com os olhares e sorrisos maliciosos que recebia das pessoas que farreavam na praia. Ele só precisava chegar até a cama deles e amar sua mulher, nem que fosse pela última vez.

As pessoas na festa abriam caminho para eles passarem, cumprimentando-os e congratulando-os pelo sucesso do último roubo e por todo o dinheiro que tinham ganhado. Mas Dom sentia-se vazio pois estava a ponto de arrancar seu coração do peito e jogá-lo fora porque Letty era seu coração e ele estava prestes a deixá-la.

Dentro do quarto não houve muita conversa. Seria mais fácil se eles não conversassem para que Dom não tivesse tempo de pensar e voltar atrás em sua decisão. Ele a colocou no chão e a conduziu gentilmente até a cama. Letty tirou-lhe a camisa e arranhou-lhe o peito de leve, excitando-o.

- Sr. Invencível!- ela provocou e Dom abraçou-a.

Devagar ele escorregou a camisa branca de mangas compridas dela para baixo e em seguida desfez o laço do biquíni preto que ela usava por baixo da camisa, tirando-o. Apressou-se em colar seu corpo ao dela, sentindo os seios delicados e túmidos pressionando seu peito largo e musculoso. A necessidade por tê-la tornava-se mais urgente.

- Dom...- ele a ouviu gemer e a deitou na cama beijando-lhe as coxas e os joelhos antes de retirar-lhe as sandálias.

Letty ficou deitada e passiva esperando que ele terminasse de despi-la. Era como se ela estivesse pressentindo que ele iria deixá-la. Dom sentiu-se culpado, mas tentou não deixar transparecer. Ocupou-se em retirar-lhe o short e a calcinha, deslizando a roupa pelas pernas dela, passando pelos pés. Ficou algum tempo a contemplar a nudez dela, observando cada detalhe do corpo que tanto amava, queria gravar Letty em sua memória.

Ela sentiu o peito contrair-se e ficou inquieta na cama.

- Dom? O que foi?

Ele não respondeu, apenas despiu as próprias roupas e cobriu o corpo pequeno dela com o seu. Letty relaxou ao senti-lo junto de si. Gostava de ter o corpo grande e forte dele contra o dela. Fazia sentir-se segura.

- Meu amor, o que foi?- ela repetiu a pergunta, acariciando os braços dele. – Ainda está pensando no que me disse lá na praia?

- Não.- ele mentiu. – Estava apenas pensando no quanto você é linda e no quanto essa noite é especial pra nós dois.

Dom beijou-a para calar-lhe as desconfianças. Letty envolveu seus braços ao redor do pescoço dele entreabrindo suas pernas para que ele se acomodasse, acariciando as coxas dele com os joelhos. Dom as separou mais. Letty gemeu com o contato íntimo e ergueu seu quadril, incitando-o a possuí-la.

- Preciso de você... – ela sussurrou. – Agora!

- Eu te amo muito, Letty, não importa o que... – a culpa começou a atormentá-lo de novo.

- Não diga isso!- ela ralhou.

- Eu só não quero que se esqueça disso, baby.- ele a beijou nos lábios.

- Droga, Dom!- exclamou Letty. – Cale a boca! Eu já disse que estarei com você até o fim.- lágrimas ameaçavam se formar nos olhos dela e isso partiu o coração de Dom.

- Oh, Letty!- ele gemeu e se impulsionou para frente tomando-a num lento golpe.

Letty o recebeu dentro de seu corpo com prazer e agarrou-se a ele. Dom movimentou-se contra ela em desespero murmurando palavras ininteligíveis de amor que eram desculpas veladas pelo que ele faria e sabia que Letty não acreditava de verdade que ele fosse capaz de ir embora.

Dom chegou à própria realização em silêncio, apenas a respiração estava alterada enquanto ele se derramava dentro dela. Agora estava tudo acabado, mas sua Letty ficaria bem, ela era forte, ele sabia.

Mais tarde, depois de um chuveiro juntos e uma pequena refeição, Letty caiu adormecida na cama segurando a mão de Dom junto ao seio. Ele ficou algum tempo deitado com ela, ouvindo o ressonar macio de seu sono. Por fim, ele checou o relógio de cabeceira ao lado da cama. Já estava quase na hora. Ele levantou-se e rapidamente amontoou suas roupas e pertences pessoais em sua mochila. Lá fora uma chuva fina e triste caía.

Dom olhou para Letty dormindo, aninhada no cobertor branco. Sentou-se no sofá de frente para a cama e passou as mãos pela cabeça, respirando fundo. Pensou nos sonhos que ele e Letty tinham e que jamais iriam se realizar por culpa dele.

Ele finalmente se levantou e pôs sua mochila nas costas. Era hora de ir.

Continua...
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