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 Razões do Coração-UA/ Lost-Jate, Skate, Sana(NC-17)

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Renata Holloway
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MensagemAssunto: Re: Razões do Coração-UA/ Lost-Jate, Skate, Sana(NC-17)   Razões do Coração-UA/ Lost-Jate, Skate, Sana(NC-17) Icon_minitimeSáb Jul 10, 2010 2:55 pm

Capítulo 8

Jack andava de um lado a outro de seu quarto, já estava fazendo quase um buraco no chão encerado do assoalho de tanta ansiedade e preocupação. Claire tinha sumido mais uma vez. Ele fora procurá-la em seu quarto à noite depois de tê-la trazido da loja onde ela gastava o dinheiro dele com as amigas.

Dessa vez sua irmã não protestara, apenas ficara calada durante o sermão dele e subira ao seu quarto, calma e comportada como um cordeirinho. Porém, quando ele fora chamá-la para jantar à noite, Jack encontrou o quarto dela vazio. Checou imediatamente a garagem, seu carro continuava lá dessa vez. Perguntou à empregada se sabia de Claire, mas dessa vez a governanta negou veementemente não saber onde ela estava.

Jack esperava jantar com sua irmã já que os pais tinham saído para jantar fora, mas já passavam das nove e meia da noite e ela ainda não voltara. Cansado de esperar por ela e preocupado de que algo tivesse lhe acontecido, Jack resolveu ligar para o celular de Kate e descobrir onde Claire estava.

Voltou ao quarto da irmã e procurou seu caderninho de endereços e telefones em uma gaveta. Quando encontrou, procurou o número de Kate na letra K. Depois pegou o telefone sem fio e começou a discar o número, mas seus dedos tremiam quando começou a fazer isso e ele cancelou a ligação por alguns instantes.

- Droga, Jack! Não faça isso!- ralhou consigo mesmo. – Ela é só uma menina! Esqueça-a!- ele voltou a discar os números e esperou que ela atendesse. Já estava impaciente quando ao quinto toque ela atendeu o telefone.

- Alô?- era impressão de Jack ou a voz dela parecia um pouco trêmula.

- Olá Kate, desculpe incomodá-la. Aqui é Jack Shephard.- ele resolveu ser educado ou não conseguiria a informação que precisava.

- Eu sei.- ela respondeu, simplesmente. Era claro que ela sabia, reconheceria aquele timbre de voz em qualquer lugar, aquela voz que a deixava assustada e excitada ao mesmo tempo. – O que você quer, Sr. Shephard?- ela indagou, irônica.

- Quero saber se você está com a Claire?

- Não.- Kate respondeu, enfática. – Sei que não acredita em mim, mas não estou com ela.

- Mas deve saber onde ela está.

- Na verdade eu...

- Kate, por favor, não minta pra mim! Tente entender minha preocupação pela Claire, ela é minha irmã e é minha responsabilidade cuidar dela.

Kate pensou por alguns momentos. Não sentiu a menor vontade de mentir para Jack dessa vez, afinal desde o começo ele só mostrara preocupação por Claire, algo que ela não conhecia porque sua própria família não se importava com ela. Resolveu dizer a verdade:

- A Claire foi ao cinema com o Charlie.

- Com quem?- ele bradou do outro lado da linha.

- Com o Charlie, um de nossos amigos. Ele é legal, ele gosta da Claire. Olha, não pega pesado com ela não. Por favor! Ela estava tão feliz quando me contou que sairia com ele.

- Farei o que deve ser feito.- Jack respondeu com a voz dura. – Obrigado, Kate. Não se preocupe que não direi que foi você quem me contou.

xxxxxxxxxxxxx

Claire caminhava com Charlie de mãos dadas pela rua. Estava radiante após o cinema, Charlie era maravilhoso. Estar com ele era como viver um sonho acordada.

- E então, você gostou do filme?- ele indagou quando estavam se aproximando da casa dela.

- Muito.- ela respondeu, fitando os olhos azuis dele. – E você?

- Sabe que eu nem prestei atenção.- Charlie respondeu com um sorriso, parando há alguns metros do portão da mansão dos Shephard. – Passei o filme inteiro pensando em você.

Os lábios deles se uniram em um beijo terno, o coração de Claire batia a mil por hora. Estava completamente apaixonada por Charlie. Quando se separaram, ela disse, olhando preocupada para a entrada de sua casa.

- Preciso ir Charlie, antes que o meu irmão descubra que eu saí.

Ela deu um último beijo nele e tratou de escalar o portão e correr pelo jardim até a árvore providencial que ficava de frente para a sua janela no segundo andar. Tratou de subir pelo tronco, se apoiando nos galhos, chegando logo até a sua janela que estava entreaberta. Entrou sem dificuldades e jogou-se na cama, suspirando.

Foi quando uma lanterna acendeu-se sobre o seu rosto, fazendo-a tomar o maior susto de sua vida.

- Boa noite, Claire.- disse Jack. – Como foi o filme?

- Jack!- ela exclamou exasperada. – Como você...?

- Tenho meus contatos.- ele respondeu simplesmente. – Então quer dizer que pensa que eu tenho cara de palhaço? Você leva suas amigas a uma loja, gasta uma quantia exorbitante em artigos supérfluos e depois de tudo o que eu falei pra você essa tarde sobre obediência você sai escondida com o seu namoradinho.

- Se eu tivesse te pedido pra sair com ele você não ia deixar!- ela retrucou.

- È claro que não teria deixado! Não quero minha irmã namorando um desocupado.

- Charlie não é um desocupado, ele tem uma banda! Eles vão tocar até no baile da escola.

Jack franziu o cenho.

- Não quero mais saber de você mentindo pra mim Claire! A partir de agora vai começar a me dizer a verdade. Está de castigo!

- O quê?

- Isso mesmo o que ouviu. O seu castigo será não ir ao baile de formatura.

Claire levou a mãos aos lábios, exasperada.

- Não Jack, não faça isso! Prometo nunca mais fugir ou mentir de novo, mas não me proíba de ir ao baile, eu até já comprei o vestido e...

- Esqueça o baile, Claire.- Jack disse simplesmente e deixou o quarto.

Claire ainda gritou lá de dentro:

- Eu odeio você! Eu odeio você!- e jogou-se em sua cama, em prantos.

xxxxxxxxxxxxxx

Na manhã seguinte, ela foi correndo contar a Kate sobre o seu castigo de não poder ir ao baile. Passou mais de uma hora lamentando-se durante a aula do Sr. Eko e Kate sentiu-se culpada por ter dito a verdade a Jack. Mas o que podia fazer? Algo a impedira de mentir para ele novamente.

- Talvez ele mude de idéia, Claire.

- Acho difícil.- respondeu Claire, triste. – Você irá ao baile e depois me contará tudinho.

- Sim.- Kate assentiu, igualmente triste pela amiga.

A noite do baile finalmente chegou. Ana-Lucia arrumava-se em seu quarto para ir à festa. Seu amigo Hurley se oferecera para ser seu acompanhante e ela aceitara, mas somente para chegar á festa porque pretendia circular pelo baile sozinha e mostrar toda sua superioridade a Sawyer.

Ela passou a evitar a oficina de seu pai onde Sawyer trabalhava desde que ele a expulsara da casa dele. Mas agora ele ia olhar para ela, linda em seu vestido dourado e ia ficar lamentando o que tinha perdido. Esse era o seu plano. Além do vestido, que tinha sido comprado com o cartão de crédito do irmão de Claire, ela usava uma das lingeries que comprara no mesmo dia. Finalmente algo sexy, ela pensou.

Arrumou os cabelos longos em cachos presos no alto da cabeça, fazendo com que algumas mechas caíssem por seu rosto charmosamente. Maquiou-se com cores suaves e rodopiou diante do espelho, sentindo orgulho de si mesma.

Sua mãe entrou no quarto nesse momento e suspirou ao ver a filha.

- Mi hija, você está linda!

Quando as compras que tinha feito com Claire e Kate chegaram a casa dela, Raquel indagou onde a filha tinha conseguido tudo aquilo e Ana explicou que tinha sido presente de uma amiga rica. Não deixava de ser verdade, mas Raquel demorou algum tempo até assentir que ela ficasse com as compras.

- Seu acompanhante acaba de chegar.- sua mãe anunciou.

Ana-Lucia sorriu e assentiu, sentando-se na cama para calçar a delicada sandália da cor de seu vestido, depois foi encontrar Hurley na sala.

- Dude, você está um arraso!- ele elogiou com um sorriso e Ana agradeceu.

- Divirta-se, hija!- disse Raquel, despedindo-se da filha.

Hurley deu o braço a ela e eles se dirigiram ao carro dele estacionado do lado de fora. Dentro do carro, Ana-Lucia disse a ele:

- E então? Já criou coragem para pedir para dançar com a Libby?

- Eu... – ele começou a gaguejar só de pensar na possibilidade.

- Oh, Hurley, pare com isso! Coragem homem!

Ele sorriu e seguiram rumo à escola.

xxxxxxxxxxxxxx

Mais uma noite que Claire não descia para jantar. Jack já estava ficando preocupado.

- A bastarda está fazendo greve de fome?- indagou Margot quando Claire não desceu para comer.

- Margot, não fale assim da menina!- ralhou Christian servindo-se de purê de batata.

Jack apenas deu um olhar zangado à mãe e pediu licença, deixando a mesa. Foi até o quarto de Claire e bateu na porta, ela não respondeu. Desde que a pusera de castigo que ele vinha se sentindo culpado por ter sido tão duro com ela, afinal Claire era só uma adolescente, uma menina que perdera a mãe e fora obrigada a viver em um país estranho com um pai que não se interessava realmente por ela. E ele a estava impedindo de ir ao seu baile de formatura? O que estava pensando? Bateu novamente na porta, mas Claire continuou sem responder.

Entrou no quarto imaginando se ela tinha fugido para ir ao baile mas encontrou-a junto à janela, chorando e sentiu um nó na garganta.

- Claire.- ele chamou suavemente.

Ela voltou os olhos lacrimenjantes para ele, mas nada disse.

- O que está fazendo aí sentada? Pensei que estivesse se arrumando para ir ao baile.

Claire deu a ele um olhar interrogativo.

- Isso mesmo! Tem permissão para ir ao baile e é melhor começar a se arrumar ou vai chegar atrasada.

Ela abriu um lindo sorriso e surpreendeu Jack, pulando nos braços dele.

- Obrigada, mano. Obrigada mesmo.

Ele acarinhou-lhe os cabelos, satisfeito com o gesto de carinho dela e deixou o quarto para que ela se arrumasse. Claire ligou para Charlie imediatamente pedindo para que ele viesse buscá-la.

xxxxxxxxxxxxxx

Kate estava se arrumando para o baile quando a porta de seu quarto se abriu de repente e Wayne entrou, caindo de bêbado.

- Onde está a sua mãe?- ele indagou com voz pastosa.

Kate puxou rapidamente o zíper de seu vestido verde esmeralda que ainda estava aberto e respondeu:

- Ela está trabalhando.

Wayne a examinou dos pés à cabeça.

- Por que está vestida assim, como uma puta?

- O quê?

- Tire isso agora mesmo ou vai levar uma surra!

- Eu não vou tirar nada! È o meu vestido do baile e eu... – a mão de Wayne deixou uma marca vermelha e dolorida em seu rosto antes mesmo que ela terminasse de falar. – Vai pro inferno!- Kate respondeu com ódio.

- Vadia!- ele exclamou e a jogou contra a parede, fazendo com que ela batesse a testa e um filete de sangue escorresse do ferimento ocasionado pela violência do padrasto.

Ele ainda tentou continuar agredindo-a, mas Kate o empurrou e saiu correndo antes que ele pudesse alcançá-la. Deixou a casa tropeçando nos delicados saltos prateados que usava e ficou vagando pela rua sem saber ao certo o que fazer quando Sawyer passou de moto ao lado dela e parou imediatamente.

- Sardenta!- ele gritou. – O que aconteceu, meu amor?

Kate estava tremendo.

- Isso é sangue? Você se machucou? Como?- ele tocou o ferimento na testa dela e Kate gemeu de dor.

- Não foi nada.- respondeu.

- Como não foi nada? Você está assustada e machucada. Eu vou te levar pra minha casa e...

- Pra quê vai fazer isso? Quer tentar transar comigo de novo? Não Sawyer, eu não estou interessada.

- Quem falou em transar, mulher?- ele retrucou, ofendido. – Eu só quero te ajudar!

- De boas intenções, o inferno tá cheio!- Kate respondeu malcriada, enfurecendo Sawyer.

- Você não gosta de mim não é? Não sei por que estamos juntos então.

- Vá embora e me deixa!- Kate gritou. – Me deixa, Sawyer!

Ele subiu na moto e foi embora dali com muita raiva. Kate continuou a caminhar, contendo as lágrimas. Para onde iria agora? Lembrou-se de que Claire estava de castigo em casa e resolveu ir até a mansão dos Shephard falar com a amiga.

xxxxxxxxxxxxxx

Os globos de luzes coloridas, a decoração em tons de amarelo e branco, as pessoas bem vestidas dançando formavam o cenário dos sonhos para Ana-Lucia. Ela caminhava de braço dado com Hurley pela festa observando o ambiente.

Os rapazes não paravam de observá-la, como se ela fosse uma grande novidade no colégio. Assim como tinham feito na festa na piscina quando ela aparecera usando aquele minúsculo biquíni verde-oliva. Mas naquela noite, ela sentia-se diferente, confiante.

- Hey Ana, quer dançar comigo?- indagou um dos garotos que jogava no time de futebol.

Ana-Lucia sorriu e aceitou o convite. Eles foram para a pista de dança e começaram a dançar uma música rápida e dançante, divertindo-se. Desmond e Naomi roubavam a cena na pista de dança fazendo movimentos ousados e sensuais até que o diretor Benjamin Linus foi até eles, dizendo:

- Crianças, contenham seus hormônios, isso aqui ainda é um baile de formatura.

- Falou, chefe!- respondeu Desmond ao diretor. Quando este se afastou, ele cochichou no ouvido de Naomi. – Vamos se agarrar lá fora, gatinha!

Ela riu, concordando e seguindo Desmond para fora da festa. Shannon e suas amigas avistaram Ana-Lucia dançando com um dos rapazes do time de futebol e isso foi o suficiente para deixar a loira muito zangada. Como se não bastasse o fato dela ter sido intimidada por Kate a vender os ingressos para aquela cdf ridícula, os homens ainda ficavam babando por ela no baile? Não, era demais.

Por isso, quando o rapaz levou Ana até a mesa de canapés para oferecer-lhe um pouco de ponche, Shannon se dirigiu para lá e esperou por uma oportunidade de virar todo o ponche vermelho no vestido de Ana-Lucia, mas dessa vez a morena percebeu e fez um movimento que jogou a tigela de ponche para cima de Shannon. Ela gritou e correu para longe da mesa, a tigela se espatifou no chão e por pouco o líquido vermelho não manchou seu vestido cor-de-rosa.

Shannon ergueu os olhos claros, atônita para Ana-Lucia. Esta disse a ela:

- Nem tente fazer nada contra mim esta noite ou irá se arrepender!

O diretor se aproximou indagando o que estava acontecendo.

- Está tudo bem, diretor. Foi apenas um acidente. – Ana-Lucia esclareceu e Shannon tratou de se afastar dali.

Sawyer entrou na festa, muito elegante em seu terno escuro. Os cabelos loiros presos à metade e a barba bem feita. Estava um pouco embriagado, pois depois da briga com Kate ele parara em uma loja de conveniência e bebera várias cervejas.

A primeira pessoa que ele avistou foi Ana-Lucia. Linda, ele pensou, naquele vestido dourado e esvoaçante, bebendo ponche e conversando com um dos panacas do time de futebol. Ora, se Kate se achava tão superior a ele a ponto de recusar sua ajuda resolveu que não ia perder tempo com quem não valia a pena e começou a caminhar até Ana-Lucia.

Ana-Lucia avistou Sawyer e seu coração falhou uma batida. Ele estava vindo em sua direção e mesmo depois de ter pensando em um milhão de ofensas que poderia dizer a ele quando o encontrasse no baile, ela não soube o que dizer.

- Boa noite, Srta. Cortez.- cumprimentou ele. – Sean!- ele cumprimentou o garoto que conversava com ela.

- Olá, Sawyer.- respondeu o rapaz um pouco intimidado com a presença dele, afinal todos sabiam na cidade quem era Sawyer. Apenas o pai de Ana tinha resolvido dar uma chance a ele em sua oficina. Manoel Cortez era um bom homem.

- Será que posso tomar a dama emprestada um pouquinho?- Sawyer indagou.

- É claro.- respondeu Sean se afastando deles imediatamente.

- Onde está a Kate?- Ana-Lucia perguntou, vendo que ele tinha chegado sozinho.

- Ela teve um imprevisto.- ele respondeu. – Você está linda, gatinha! Parece até uma fada com esse vestido.

Ana-Lucia corou ao elogio, mas controlou-se para não agir como uma idiota. Nesse momento, o diretor Linus anunciou que a banda iria começar a tocar. Claire avistou Ana-Lucia conversando com Sawyer e indagou por Kate. Ana deu de ombros e Claire imaginou que ela tivesse apenas se atrasado.

- Boa noite, galera!- Charlie cumprimentou os presentes. – Nós vamos iniciar a festa de verdade agora!- apesar de nunca terem tocado no baile de formatura antes, Charlie quis participar esse ano, fazia isso por Claire, queria vê-la feliz.

Gritos de satisfação foram ouvidos.

- Vamos começar tocando uma música para todo mundo que tá a fim de alguém aqui na escola e não teve coragem ainda para se declarar.

Hurley olhou para Libby, adorável vestida de lilás e resolveu finalmente convidá-la para dançar.

Trilha sonora: With or without you/ U2.

- See the stone set in your eyes…see the thorn twist in your side…I wait for you…

As luzes se tornaram mais suaves, os casais se juntaram na pista de dança. Libby aceitou o convite de Hurley e deixou-se ser conduzida por ele para a pista. Na penumbra, entre o movimento das luzes bruxuleantes, Ana-Lucia fitou os olhos azuis de Sawyer e viu quando ele estendeu a mão para dançar com ela.

Ana aceitou e Sawyer segurou na mão direita dela, pousando-a em seu ombro, a outra mão dele segurou com delicadeza a cintura dela, mas ele não a conduziu à pista de dança, ficaram dançando bem devagar num cantinho da festa.

Ele a puxou mais para perto, e Ana-Lucia encostou a cabeça no ombro dele, enquanto Sawyer a balançava suavemente. Ana não podia acreditar no que estava acontecendo, parecia um sonho poder dançar com o homem que amava em seu baile de formatura.

Assistindo ao show do namorado, Claire vibrava e cantava junto, dançando sozinha de frente para o palco. Ao final da música, Sawyer sussurrou ao ouvido de Ana-Lucia.

- Quer ir dar uma volta lá fora, fadinha?

Ela ergueu os olhos negros para ele e um sorriso formou-se em seus lábios. Segurando a mão dela, Sawyer a levou para fora, onde sua moto estava estacionada. Quando chegaram lá, viram um movimento suspeito dentro de um carro e gemidos.

Sawyer deu uma risada e Desmond colocou o rosto para fora do carro, querendo saber quem estava lá fora.

- Desculpa incomodar aí, amigo!- disse Sawyer. – Mas é que estou com uma dama sensível aqui, será que você e sua garota poderiam fazer menos barulho?

- Falou, brother!- respondeu Desmond voltando para dentro do carro onde estava Naomi.

Sawyer encostou Ana-Lucia em sua moto e cheirou o pescoço dela, causando-lhe um pequeno arrepio.

- Se arrumou tão bonita assim pra mim?

- Você é muito pretensioso!- ela respondeu.

- Ora, você disse naquele dia na minha casa que tinha se arrumado pra mim, que tinha colocado aquele brinquinho no umbigo porque achou que eu fosse gostar.- ele tocou a barriga dela, tateando em busca do brinquinho, mas o espesso tecido do vestido não ajudava muito.

- Sim, eu disse. Mas você me expulsou da sua casa naquele dia.

- Eu fiquei nervoso, fadinha, só isso! A Kate estava lá! Mas agora somos só eu e você.

Ele enrolou o dedo em um cachinho do cabelo dela e roçou os lábios nos de Ana. O estômago dela se contraiu de ansiedade e Sawyer disse baixinho:

- Dessa vez vai me deixar te dar um beijo de língua direito, docinho?

- È que...não sei como fazer!- ela admitiu, com medo de decepcioná-lo.

- Ah, não se preocupe com isso que eu posso te ensinar.- respondeu ele, sondando os lábios dela, Ana entreabriu-os e Sawyer puxou-a pela cintura enquanto sua língua invadia a boca tenra de Ana e a provocava com sua língua experiente.

Ana-Lucia imitou os movimentos dele, usando sua língua e o beijo foi ficando cada vez mais gostoso. Quando se afastaram para retomar o fôlego, Sawyer encostou sua testa na dela e disse, com um sorriso malicioso.

- Boa menina! Agora já sabe beijar de língua...

Ela envolveu os braços ao redor do pescoço dele e o beijou novamente.

- Quer ir até a minha casa, princesa? A gente pode ouvir música e ficar beijando, assim...bem juntinho, o que você acha?

Ana-Lucia aceitou o convite de imediato. Apenas pediu a ele que esperasse até que ela dissesse a Hurley que não voltaria mais para casa com ele. Quando voltou à festa, estavam anunciando o rei e a rainha do baile. Shannon Rutherford e seu namorado, o zagueiro do time de futebol, Bryan Silver. Shannon fazia seu discurso ao microfone:

- Quero agradecer a todos que votaram em mim, que acreditaram que eu poderia brilhar esta noite. Um dia ainda serei a Miss Califórnia!

Ana-Lucia revirou os olhos diante do discurso de Shannon e foi falar com Hurley que conversava com Libby e outros amigos.

- Hey, Hurley. Eu já estou indo embora.- disse ela.

- Por que?- ele indagou. Libby colocou-se ao lado dele, fazendo a mesma pergunta a Ana com o olhar.

- Eu vou pra casa do Sawyer.

- Você vai mesmo?- indagou Libby, surpresa.

- Sim.- ela respondeu feliz. – Portanto, não precisa me levar em casa, Hurley, eu vou ficar bem.

- Toma cuidado hein, Ana!- advertiu Hurley. – O Sawyer não tem boa reputação, além disso, você precisa estar em casa antes do amanhecer senão seu pai vai me matar!

- Não se preocupe comigo! Eu sei me cuidar!- ela respondeu.

- Divirta-se amiga!- disse Libby, abraçando-a.

Ana-Lucia deixou a festa e voltou para o estacionamento onde Sawyer a esperava. Quando ela se aproximou, ele soltou-lhe os grampos que prendiam seus cabelos para que ela pusesse o capacete, e suspirou.

- Agora sim você se parece ainda mais com uma fada.- ele beijou-a mais uma vez antes que ela montasse na moto atrás dele, abraçando-o.

Quando eles se foram, Desmond e Naomi saíram do carro, se ajeitando depois de um longo e intenso amasso que culminara em um tórrido sexo no banco de trás.

- Você viu só, querida?- Desmond perguntou. – A Ana saiu da festa com o Sawyer.

- Ah, deixa ela se divertir, baby Ana merece. Vamos voltar pra festa!

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Kate olhou para os portões da mansão Shephard e mais uma vez se indagou se entrava ou não. Ligara várias vezes para o celular de Claire, mas ela não atendia. Já estava há vinte minutos em frente à casa, decidindo o que fazer.

O ar pesado da noite indicava que uma chuva forte iria cair. Resolveu pular a grade. Ergueu o vestido e tirou os saltos prateados, escalando as barras de ferro. Quando entrou ouviu o ruído dos cachorros vigilantes que procuravam o intruso da casa. Correu até a árvore que dava para a janela de Claire e subiu no tronco.

As luzes principais da casa se acenderam e Kate esperou ser pega pelo vigia, mas para sua surpresa, foi Jack quem apareceu diante dela.

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Ana-Lucia remexia os cds de Sawyer embaixo de um hacker no quarto enquanto ele ia buscar duas cervejas para eles na cozinha. Ela riu quando encontrou um antigo cd de George Michael no meio da coleção dele e indagou quando ele entrou no quarto segurando as cervejas:

- Não sabia que você tinha esse tipo de música no seu quarto.

Sawyer sorriu:

- Nunca se sabe quando posso precisar.

- Eu posso colocar?- ela pediu.

Sawyer assentiu e ela pôs o cd no estéreo.

Trilha sonora: Careless whisper/ George Michael.

- Eu adoro essa música!- ela comentou pegando uma cerveja das mãos dele, retirando a tampa e bebendo uma boa golada no gargalo.

- Hey, devagar fadinha!- ele disse. – Assim você vai ficar embriagada depressa.

Ana-Lucia se aproximou dele e o beijou. Sawyer envolveu as mãos nos cabelos soltos dela. Ela pôs uma das mãos na nuca dele e intensificou o beijo, entrelaçando suas línguas. Sawyer deu um pequeno gemido.

- Hummm...o seu beijo é gostoso, gracinha.

Ela se afastou dele sorrindo e sentou-se na cama de casal de Sawyer. Ergueu um dos tornozelos e começou a tirar as sandálias.

- O que está fazendo, nenê?

- Ficando mais confortável.- ela respondeu, de repente seu timbre de voz parecia mais rouco do que de costume.

Descalça, ela levantou-se da cama e puxando uma respiração, soltou o fecho do vestido dourado que escorregou devagar até o chão. Sawyer pousou a cerveja em uma mesinha e suspirou de satisfação ao ver o corpo moreno bem feito diante de si. Sua mente sem querer vagueou até o episódio da piscina, quando ela lhe mostrara os seios e seu olhar buscou ver os mamilos grandes e escuros que faziam sombra na renda do sutiã branco que ela usava.

- Acho que em vez de te chamar de fadinha, meu bem, vou te chamar de sa-fadinha! O que está fazendo, meu doce?

- Eu quero que você seja o meu primeiro.- ela disse, sem delongas.

- Cuidado com o que diz menina!- ele advertiu. – Se me pedir mais uma vez, serei um homem fora de controle e longe de mim querer deflorar a filha do chefe! Seu pai sempre foi muito bom comigo.

- Mas eu quero você!- Ana insistiu, se aproximando dele. – Faça amor comigo!

O sangue de Sawyer estava fervendo, seu tesão no limite. Dois meses sem sexo e a filha gostosa do chefe estava seminua em seu quarto lhe oferecendo a virgindade. Era demais pra ele.

- Vem aqui, fadinha!- ele pediu e Ana-Lucia ficou de frente para ele. Sawyer observou-lhe o corpo, com água na boca e acariciou a cintura dela, seu olhar preso ao brinquinho no umbigo e descendo para a calcinha rendada, com uma pequena transparência na frente que revelava a sombra da penugem escura que recobria a feminilidade dela. – Tem certeza disso?- ele perguntou a última vez e em resposta, Ana desceu as alças de seu sutiã, dizendo:

- Eu sei que gostou de ver os meus seios naquele dia. Sei que gosta do meu corpo. O que está esperando para começar a me tocar?

Sawyer a agarrou, beijando-a e a sentou na mesinha onde antes ele tinha colocado a cerveja. Beijou-lhe o pescoço, com fome e terminou de descer a renda do sutiã, colocando os seios dela para fora.

Ana-Lucia jogou a cabeça para trás quando Sawyer começou a sugar os bicos de seus seios e gemeu de prazer.

- Ah que delícia!- Sawyer exclamou, devorando a auréola morena do seio dela, lambendo e sugando.

Desceu beijando a barriga dela e sua língua brincou com a argolinha prateada que lhe enfeitava o umbigo.

- Te quero tanto Sawyer... – ela gemia, entregando-se a ele sem nenhum pudor ou medo.

Quando chegou à calcinha dela, Sawyer puxou o elástico para o lado e beijou-a intimamente. Ana sentiu seu corpo inteiro esquentar com aquela carícia. Jamais tinha experimentado algo tão bom. Separou as coxas, incentivando-o a continuar e envolveu suas mãos nos cabelos loiros dele, de olhos fechados, gemendo.

- Oh, Sawyer! Isso é tão bom! Tão bom!

Ele a carregou para a cama dele e retirou-lhe rapidamente toda a lingerie, deixando-a nua. Observou-lhe o rosto corado de desejo e despiu as próprias roupas. Quando o viu nu, Ana passou a língua pelos lábios observando cada pedacinho do corpo masculino e pensou que fosse explodir de tanto desejo. Sawyer era ainda mais lindo do que em seus sonhos, com seu corpo musculoso, o abdômen trabalhado, as coxas fortes, a masculinidade ereta mostrando o quanto a desejava.

Sawyer deitou-se sobre ela, beijando-lhe o pescoço, com as duas mãos em seus seios e Ana se abriu para recebê-lo.

- Pode doer um pouco fadinha... – ele avisou quando começou a penetrá-la devagar com seu membro ansioso.

Ana-Lucia arfou e mordeu os lábios sentindo sua carne ser invadida. A sensação era dolorosa e excitante ao mesmo tempo, ela não tinha palavras para explicar o que estava sentindo.

- Está doendo, amor?- ele perguntou, preocupado, beijando-lhe os lábios de leve.

- Sim... – ela respondeu. – Mas está tão bom, não pare por favor!

Ele se impulsionou com mais força e colocou-se inteiro dentro do vale quente e úmido dela. Ana-Lucia gritou quando sua virgindade se foi, mas os movimentos lentos dele dentro dela logo a acalmaram e o prazer que sentia ao estar fazendo amor com Sawyer se sobrepôs à dor e Ana mergulhou num mar de delícias inigualáveis.

- Hummmm...oh Sawyer...nunca vou esquecer isso... – ela dizia entre gemidos, seus braços e pernas abraçando-o enquanto se amavam.

Sentindo os espasmos do orgasmo dela, Sawyer liberou-se para explodir dentro do corpo de Ana, ergueu-lhe os quadris e retirou-se somente para investir uma última vez, derramando-se inteiro, ouvindo-a dar um gemido baixinho de plena satisfação em seu ouvido.

- Isso foi gostoso, fadinha!- disse ele, beijando os seios dela e rolando para o lado, arrumando-se na cama.

Ana-Lucia sorriu, dizendo:

- Quero ser sua fadinha pra sempre!

Sawyer não demorou muito a adormecer e Ana-Lucia os cobriu com o lençol, deitando a cabeça no peito dele, suspirando de felicidade. Enquanto acariciava os cabelos loiros dele, pensava no quanto desse momento em diante seria feliz de verdade.

Continua...
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MensagemAssunto: Re: Razões do Coração-UA/ Lost-Jate, Skate, Sana(NC-17)   Razões do Coração-UA/ Lost-Jate, Skate, Sana(NC-17) Icon_minitimeSex Abr 23, 2010 5:45 pm

Capítulo 7

Claire saiu do carro da madrasta, irritada. Mas onde será que Jack se metera que esquecera que tinha que levá-la à escola? Por causa dele tivera que contar com a carona da chata da mulher do seu pai. Como era de costume, Margot ou a ignorava ou passava sermões intermináveis. Claire preferia sempre a primeira opção. Mas hoje, Margot escolhera falar. E como falava. O caminho inteiro viera criticando Claire. E desta vez não se limitara a destilar seu veneno contra a "bastarda", como a chamava, e estendera as críticas a sua amiga Kate. Se é que Kate ainda ia querer ser sua amiga depois do fiasco do dia anterior.

E ela precisava tanto de uma amiga! Estava achando que podia estar apaixonada. Mas, sinceramente, nunca tinha namorado e não sabia se o que sentia era mesmo amor. Charlie era um cara legal e já tinha deixado claro seu interesse nela. Mas às vezes, Claire achava que era só amizade. Contava com os conselhos de Kate, que era anos luz mais experiente do que ela neste assunto.

Segurando desajeitadamente os livros pesados, ela procurou Kate com o olhar por entre os estudantes na porta da escola. Mas a amiga não estava ali. Desanimada, Claire subiu os degraus, sentindo-se péssima

-Oi, Claire.

Ela levantou a cabeça ao ouvir a voz de Charlie e sorriu.

-Oi!

-Deixa que eu seguro pra você.

-Obrigada! Você não tem obrigação de fazer isto sempre pra mim! – ela falou enquanto ele pegava os livros de sua mão e dava de ombros a seguindo para dentro da escola.

-Não tem problema algum. Vê? Eu não trago nenhum livro. Estudar não é comigo. Meu negócio é a música.

-Percebi... – Claire falou rindo – mas você pensa em continuar com isto? Quero dizer – ela se corrigiu ao ver o olhar atravessado ele – quer ser músico profissional, viver disto?

-Claro que sim! Você desaprova?

-Não! Não é isto! É só... É uma vida difícil. Conseguir gravadora, estas coisas.

-Eu sei. Mas eu tenho um irmão mais velho. Ele esta batalhando pela gente. Temos uma banda. Ainda vai ouvir muito falar da gente.

-Eu sei que sim – Claire falou, encantada com a confiança dele – Mas já estou até vendo. Vai ficar famoso, rico e esquecer-se dos amigos! – ela brincou.

-Esquecer de você? Eu acho que não – ele falou lentamente e Claire prendeu a respiração e depois baixou o olhar.

-Você diz isto agora...

-Quer ir ao baile comigo? – ele indagou de repente e Claire levantou o rosto, surpresa.

-Como?

-Baile de formatura.

-Oh... Nem tinha pensado nisto.

-Não precisa pensar muito. É só dizer sim ou não.

Claire mordeu os lábios, hesitando.

- Mas por quê? Não era isto que queria? De repente desejou ter Kate ali com ela. Com certeza Kate saberia o que dizer numa hora destas.

- E então? – ele insistiu, meio inseguro

Claire sorriu e o fitou.

-Sim, eu vou ao baile com você.

xxxxxxxxxxxxx

Ana caminhava arrastando os pés, pelo pátio ensolarado. Desanimada, ela sentou numa mesa vazia e abriu seu lanche. Mas não estava com a menor fome. Pensava em como era tonta por ter achado que Sawyer poderia querer alguma coisa com ela. Mordeu os lábios, a vontade de chorar vindo com força. A dor da rejeição era terrível. Queria nunca ter ido à casa dele. E pensar que por causa daquela idéia maluca de sedução tinha feito um piercing no umbigo! Piercing igual de Kate, lembrou-se agora. Teria inconscientemente tentado imitar a namorada de Sawyer? Talvez.

Mas só na sua mente inocente para achar que Sawyer deixaria a linda e popular Kate para ficar com ela. Olhou para suas roupas. Desiludida, ela tinha voltado a usar as roupas largas e sem graças. Para que se vestir de outro jeito, se Sawyer nem a olhava?

Fungando, ela deu uma mordida no lanche e ajeitou os óculos. Precisava deles apenas para ler. Mas os usava agora para esconder as lágrimas traidoras. De repente ouviu barulhos de assovios e palmas e levantou a cabeça. Shannon e algumas amigas tão loiras e lindas como ela passavam por entre as mesas distribuindo panfletos.

Os homens as comiam com o olhar e Ana se pegou sentindo inveja das líderes de torcida. Será que um dia poderia ser admirada assim? Suspirou, sonhando com um futuro diferente daquela realidade sufocante que vivia agora. Uma das meninas piscou para um garoto que deixou cair todos os livros no chão e a galera riu, fazendo algazarra. Ana de repente ficou curiosa para saber o que tinha naquele panfleto que deixava todos alvoroçados. Mas, as líderes passaram por ela como se fosse invisível, ignorando a sua mesa e distribuindo os papéis na mesa mais adiante. Ana abaixou o olhar, irritada. Mas o que esperava? Meninas como Shannon não estavam nem aí para ela.

-hei, Ana, finalmente te achamos! – Naomi e Libby sentaram na sua mesa

-Mas que roupas são estas? – Libby indagou – achei que tinha mudado de visual

Ana sorriu sem graça. Libby também era linda. Mas não fazia parte da turma dos populares e sim dos cdfs. Como Ana.

Ana deu de ombros

-Aquilo não era pra mim.

Naomi e Libby se entreolharam

-Não entendi. E o gato que queria conquistar? – Naomi insistiu

Ana se irritou.

-Não quero falar sobre este assunto!

-Mas...

-Não! Por favor, não insistam! Eu estava surtada ontem. Agora já voltei ao normal.

-Ok, se insiste – Libby falou - mas sinceramente, achei que ficou linda, com novas roupas e sem estes óculos horrorosos! Aquele seu gatinho pode não ter te dado bola, mas olha quantos garotos tem aqui? Aposto que ficariam babando se aparecesse aqui vestida com uma mini saia, mostrando seu piercing...

-Pára com isto, Libby! Acha mesmo que me olhariam como olham para Shannon?

-Eu acho que sim! Você fica aí neste mundinho de alto comiseração, porque é cômodo pra você. Mas tem que ir a luta! – Libby jogou um panfleto para ela

-O que é isto?

-O baile de formatura. Um bom lugar para a nova Ana Lucia se revelar

-Eu não sei...

-Pois eu sei. Pense nisto.

O sinal bateu e Libby e Naomi se afastaram e Ana olhou o panfleto. Baile de formatura? Nem pensara neste baile. Não era para ela.

Mas porque não? Não era aluna e não ia se formar como todos os outros? Podia muito bem ir ao baile. Quem sabe Sawyer também fosse e...

Ela mudou o rumo dos pensamentos, brava consigo mesma. Tinha que parar de pensar nele. Esquecer. Podia ir ao baile. Mas iria para provar a ela mesma que era atraente como qualquer moça naquele colégio. Se de quebra, conquistasse Sawyer...

-Chega, Ana Lucia! – se repreendeu, pegando os livros e deixando o refeitório para a próxima aula.

Xxxxxxxxxxxx

Kate entrou na sala de aula atrasada. Perdera a hora porque tivera que passar em casa e trocar de roupa, já que dormira na casa de Sawyer. Graças a Deus era muito cedo para que seu padrasto ou sua mãe estivessem acordados. Então ela pudera entrar, tomar um banho e se trocar numa boa.

Com a cara fechada, ignorou as pessoas que a cumprimentavam e sentou na última carteira. Ainda bem que aquela palhaçada de estudos estava acabando. Em um mês se formaria e finalmente poderia dar o fora dali. Só faria 18 anos daqui a quatro meses, mas não pretendia esperar tudo isto para dar o fora da sua casa e daquela cidade. Na sua cabeça, todos os planos já tinham sido feitos. Se formaria, arranjaria um emprego qualquer, que pudesse juntar uma grana e daria o fora. Estava cansada de ter que agüentar Wayne. Sentia muito por sua mãe. Não queria que ela ficasse naquela vida, mas Diane não queria ser ajudada. E Kate não ficaria ali para virar outra Diane Austen.

Ela teria uma vida diferente. E mostraria para pessoas como Margo Shephard e seu filho que ela podia ser alguém. E eles jamais a humilhariam novamente. Pensar em Jack lhe trouxe a lembrança do beijo. Fechou os olhos, contando até dez mentalmente. Tinha que tirar aquele episódio no quarto dele da cabeça. Mas estava difícil. Bastava se distrair que lá estava. Os olhos dele sobre seu rosto, os braços em volta de si, a respiração quente contra sua face, o toque os lábios firmes sobre os seus, derretendo seus sentidos...

-Kate?

Ela abriu os olhos sobressaltada e viu Claire a sua frente.

-Oi... Claire.

Claire deu um sorriso amarelo e sentou na carteira ao lado da sua.

-Achei que não viria na escola hoje.

-Não deveria ter vindo mesmo – Kate resmungou

-Kate, eu... queria pedir desculpas, pelo o que aconteceu na minha casa... Minha madrasta é horrível.

-Tudo bem, Claire. Sei que não é culpa sua.

-Esta tudo bem mesmo? – Claire indagou esperançosa – Ainda somos amigas?

Kate pensou que seria muito mais fácil, se deixasse de andar com Claire. Não por causa dela, mas por temer ter que ver seu irmão de novo. Mas as aulas estavam acabando. E a vida delas com certeza tomaria um rumo diferente. Então sorriu.

-Claro que sim.

-Ai que alívio. Achei que não fosse mais falar comigo depois daquilo.

-Esquece. Eu já esqueci – mentiu

-Òtimo! Estava louca para conversar com você!

-Sobre o que?

-Charlie me convidou para ir ao baile.

Kate fez uma careta

-Por que fez esta cara?

-Sou totalmente contra este baile! Não ponho os pés naquela cafonice nem que me paguem!

Claire ficou decepcionada.

-Então acha que não devo ir?

Kate deu de ombros.

-Você quem sabe. Não está afim do Charlie?

-Acho que estou sim.

-Então vai!

-Mas você não vai?

-Claire, isto não é pra mim, ok? Tudo o que eu quero é me ver livre desta espelunca e seguir com minha vida. Não sei no que um baile acrescentaria alguma coisa! Aliás, muito me admira o Charlie querer ir. Deve estar amarradão em você mesmo!

-Por que diz isto?

-Porque o pessoal da nossa turma nunca vai a estes eventos caretas e retrógrados da escola. Preferimos ir beber por aí.

-Então é melhor eu não ir...

-Claire, pára com isto. Sei pela sua cara que está louca para ir!

Sim, Claire queria ir. Mas não queria ficar contra Kate.

-Não. Você tem razão. Vou dizer ao Charlie que não vou! Além do mais, podemos nos encontrar em outro lugar não é?

-Sim, podem sim. – Kate riu e chegou mais perto de Claire, falando baixo – Vou falar para o Sawyer emprestar a casa dele para vocês!

Claire ficou vermelha.

-Kate! Não sei se tenho coragem!

Kate gargalhou.

-Estou brincando sua tonta!

Claire sorriu sem graça.

-Não que isto não vá acontecer. Mas... A gente nem saiu ainda. Não sei se tenho certeza se o que sinto pelo Charlie é algo do tipo... Você entende? Talvez... Sejamos apenas amigos.

Kate encarou a amiga. Sim, ela entendia. Namorava com Sawyer, mas não tinha absoluta certeza se gostava dele realmente. Lembrou-se na noite anterior. Não fora boa idéia ir para casa dele. Sabia o que ele queria. E estava disposta a ceder daquela vez. Mas na hora, já não tinha tanta certeza se valia a pena. Ir para cama com Sawyer apenas para provar que não sentia nada por Jack não era real, não era uma boa idéia.

-Entendo, assim, Claire – respondeu por fim – mais do que imagina.

O professor entrou na sala e elas encerraram o assunto.

xxxxxxxxxxxx

Ana Lúcia respirou fundo e tomou coragem. A mesa do comitê de formatura presidido por Shannon estava montada no pátio naquela hora da saída do colégio. Estava ensaiando há dois dias para ir lá comprar a entrada para o baile. Sabia que Shannon a odiava e estava com medo de ser humilhada pela líder de torcida. Mas não podia ficar daquele jeito. Tomando coragem, ela aproximou-se da mesa.

-Oi, quero uma entrada – falou colocando o dinheiro na mesa

Shannon olhou para o dinheiro e depois para ela. Então sorriu de forma irônica.

-Você? Quem pensa que é para ir a este baile?

Ana sentiu as mãos suarem frio.

-Sou uma aluna como todo mundo aqui.

Shannon riu afetadamente e as amigas acompanharam.

-Pois eu sou a presidente do comitê. E não vou vender nada para uma mal vestida como você – falou a medindo com desprezo e Ana sentiu o rosto queimar.

-Não pode fazer isto!

-Não? Claro que posso! Uma cdf feia como você não vai me dizer o que não posso fazer! Não tem espelho em casa não?

Aquilo foi demais para Ana.

-Não pode fazer isto. Vou denunciá-la ao diretor!

-Vai nada! Esqueceu a bronca que levamos por causa daquela briga? E tudo por culpa sua!

-Culpa minha?

-Sim, sua! Pensa que me esqueci daquele incidente? Eu falei que ia ter volta! Me ferrei por sua causa e agora pode dar meia volta.

-Mas eu...

-Suma daqui. Não vai a este baile, entendeu? Como presidente quero tudo perfeito e uma cafona feito você não vai estragar meu dia!

Ana respirou fundo várias vezes. A raiva começando a subir na sua cabeça, mesclado com a vergonha, pois tudo mundo em volta prestava atenção na discussão. Pensou em esmurrar o nariz perfeito daquela cara fresca de Shannon. Mas então estaria em maus lençóis novamente. E queria ir aquele baile! Mas como convencer a patricinha que tinha todo direito a ir?

xxxxxxxxxxxxx

Kate e Claire saíram para o pátio ensolarado e Claire lançou um olhar enviesado para a mesa da comissão de formatura. Bem que elas podiam ir ao baile... mas já tinha dito não a Charlie. Ele ficara decepcionado, mas Claire dissera que podiam marcar outro encontro e ele em resposta tascara um beijo na sua boca. Claire exultara e eles iriam ao cinema naquela noite! Não precisavam mesmo de um baile retrógrado, como dizia Kate.

-O que esta acontecendo ali? – Kate indagou ao ver Shannon e Ana trocando palavras ásperas.

Claire deu de ombros.

-Pelo o que entendi, Shannon se nega a vender uma entrada para o baile a Ana Lucia.

-Ela pode fazer isto? – Kate indagou.

-Kate, as coisas são iguais na Austrália e em qualquer lugar do mundo. Garotas populares mandam!

-Que ridículo! Nunca gostei muito desta Shannon!

-Eu também não vou com a cara dela.

-E esta Ana Lucia... Jesus, é uma coitada!

-Bem, é problema delas! Vamos, prometeu me ajudar a achar uma roupa transada para eu sair com o Charlie!

Mas Kate não se mexeu. Olhava intrigada a cena de Shannon e Ana Lucia. A morena estava visivelmente sendo humilhada pela loira. E Kate de repente sentiu-se mal com isto. Quem aquela metida da Shannon achava que era? Resoluta ela aproximou-se das duas.

-Qual o problema, Shannon? Acabou a água oxigenada?

-O que?

-Estou te vendo tão brava! Se não é a água oxigenada deve ter se dado conta finalmente que não tem cérebro!

Todos riram a volta e Shannon virou rubra de raiva.

-O que quer aqui? Achei que você e sua turminha de arruaceiros não gostavam deste tipo de evento?

-Não gostamos mesmo! Se for para ter que agüentar gente como você! Mas sabe de uma coisa? Mudei de idéia!

-Kate! – Claire exclamou as suas costas

-Não queria ir ao baile Claire? Pois nós vamos!

-Mas eu pensei...

-Não vão não! – Shannon negou.

-Não? Pois vou sim. Não só eu e Claire, como nossa amiga Ana Lulu aqui!

-Eu?! – Ana exclamou surpresa e Kate sorriu para ela.

-Claro! Vamos, cadê nosso convite?

Shannon e as amigas encararam as três horrorizadas.

-Meu deus! Mas como são lentas! Sabia que não tinham cérebro, mas achei que fossem mais espertas! – Kate pegou o dinheiro, juntou com o de Ana Lucia e colocou em cima da mesa – Vamos! É para hoje!

-Você não... – Shannon começou a falar finalmente, mas Kate a interrompeu, pegando-a pela blusa.

-Eu o que? Quer que eu quebre esta sua carinha bonitinha aqui?

-Não, ela não quer não – falou Nikki, passando, com as mãos trêmulas, os convites para as mãos de Ana.

Kate soltou Shannon, que nem ousava respirar.

-Vamos meninas, acabamos por aqui.

Ana seguiu Claire e Kate.

-Obrigada...

Kate sorriu para Ana.

-Não agradeça. Shannon mereceu esta.

As três riram e Ana deu as entradas a elas.

-Vão mesmo ao baile?

Claire encarou Kate também a espera da resposta.

Kate deu de ombros.

-Seria divertido ver a cara delas.

-Adorei! - Claire deu pulinhos – Sim, sim, vamos ao baile!

-Claire, não sei... Eu nem tenho o que vestir! – Kate confessou.

Nem ousaria pedir dinheiro para comprar um vestido de baile a sua mãe ou a seu padrasto, fora de questão. Fora uma idéia estúpida aquela de ir ao baile.

-Ah, mas você tem que ir! Agora fiquei tão animada!

-È, eu também não tenho o que vestir – Ana comentou.

Então Claire ficou pensativa por um instante e de repente seu semblante se iluminou.

-Já sei! – remexeu na bolsa e tirou um cartão de lá, balançando na frente das duas - não queria pegar isto, mas o Jack insistiu! Agora vai servir para nossos propósitos!

-O que é isto? – Ana indagou

-Um cartão de crédito com um limite muito, mas muito alto – ela falou o valor e o queixo das duas caiu – E nós vamos comprar nossos vestidos de baile.

-Claire, se seu irmão descobre isto... – Kate hesitou. Não estava mais a fim de arranjar problemas com o irmão de Claire. Tinha passado esta última semana sem topar com ele e queria que as coisas continuassem assim.

-Não seja boba! Quando ele descobrir, já estaremos fora da escola, o baile já vai ter passado e ele não vai poder fazer mais nada! Vamos, por favor... Este dinheiro não vai fazer falta para eles...

Kate sorriu, um pouco tomada pela animação de Claire. Nunca tivera muito dinheiro para gastar. O que tinha arranjava em empregos temporários que fazia. E realmente seria muito bom, por um dia, não se preocupar com aquilo.

-Ok, vamos as compras!

Claire exultou

-Sim, sim! Você também pode vir com a gente Ana. Esta na hora de você mudar este visual mesmo!

-Eu? – Ana falou surpresa e feliz

-Claro – Kate falou, puxando seus cabelos que se soltaram – precisa de um visual novo para botar a chata da Shannon no chinelo!

Ana sorriu

-Sim, isto seria demais!

-Então, meninas, vamos às compras?

xxxxxxxxxxxxxx

Kate, Claire e Ana Lucia passaram à tarde nas lojas de Beverly Hills. Foi uma festa. Nenhuma delas, até aquele dia, tinha estado em lojas tão chiques e caras e estavam aproveitando para se divertirem.

-O que acha deste? – Claire falou saindo do provador da décima loja que entraram, pois não se limitavam a procurar só o vestido para o baile, também estavam comprando outras coisas. Agora ela vestia uma mini saia roxa que a vendedora, adorando ter três adolescentes com um cartão com um limite tão alto a sua disposição, garantira que era a última moda.

-Eu não gostei – Ana falou sincera

-Preciso achar algo maravilhoso para sair com o Charlie! – Claire falou chorosa, voltando para o provador. – Nós vamos ao cinema esta noite.

Kate apareceu com um monte de roupas e jogou para ela.

-Veja estas aqui! Eu que escolhi e são maravilhosas.

-E vocês?- indagou Claire. – Já escolheram o que querem?

-Sim – Ana falou animada com suas roupas novas

Kate riu e olhou o relógio. Era mais de cinco horas. Sentiu um calafrio ao pensar que seu padrasto não gostaria nada se voltasse tarde para casa.

-Claire, ande logo com isto. Preciso ir pra casa.

-Não seja chata! - Claire falou saindo do provador agora com um vestido preto curtíssimo – E este?

-Arrasou! – Ana falou.

-Sim, ficou ótimo, agora vamos! – Kate falou impaciente ao mesmo tempo em que a vendedora aparecia com um sorriso polido.

-As garotas não vão querer mais nada? Lingeries, talvez?

-Sim, precisamos disto também! Como não pensei nisto! – Claire falou.

Kate revirou os olhos.

-Claire...

-Mais algum minuto não vai tirar pedaço. – virou-se para a vendedora – Pode trazer tudo o que tiver de lindo para nós três.

O sorriso da mulher alargou-se e ela desceu para o primeiro andar. A dona da loja estava desligando o telefone

-E então? – a vendedora indagou ansiosa

-O cartão tem limite sim.

-E não é roubado, como desconfiou?

-Não, a moça branquinha que se chama Claire, é a irmã do titular. Falei com ele.

-Oh! E ele sabe que ela está gastando o dinheiro dele com as amigas?

-Agora sabe! E disse que está vindo pra cá buscar ela.

-Ai meu Deus! Não deveria ter ligado, e se perdermos as vendas? Vou lá correndo buscar as lingeries e tentar fechar tudo antes que o irmão zangado apareça!

xxxxxxxxxxxxx

Jack estacionou o carro em frente a caríssima loja alguns minutos depois. Sorte sua estar ali por perto quando recebera o telefonema da dona da loja. Claire e duas amigas estavam fazendo compras com o cartão que dera a ela. Jack soltou uma imprecação; podia imaginar quem era uma das amigas de Claire. A outra não fazia idéia de quem seria, mas não estaria longe de descobrir, pensou, entrando na loja. Uma mulher de meia idade e cabelos ruivos o abordou

-Olá, em que posso ajudar?

-Sou Jack Shephard.

-Oh – a mulher reconheceu o nome – Sim, nos falamos ao telefone...

-Onde esta Claire? Ainda esta aqui?

-Sim, nos provadores lá em cima...

-Será que eu posso ir falar com ela?

-Bem, me desculpe, mas preciso perguntar, as compras serão canceladas? Porque já passei quase tudo no cartão e...

-Não, tudo bem, pode confirmar tudo – Jack falou. Claire iria explicar aquela história direitinho depois. Mas não ia fazer escândalo na loja.

-Já que é assim - a mulher sorriu solícita – claro que pode subir, fique a vontade...

Jack subiu as escadas de mármore e se viu numa ante sala muito elegante, com três provadores fechados a frente. Hesitou por um instante e de repente a cortina de um deles se abriu e Jack arregalou os olhos ao ver Kate emergir de lá de dentro, vestindo apenas uma calcinha verde minúscula e um corpete também verde, que apertavam a cintura fina e espremia os seios delicados...

Kate parou assustada ao ver-se frente a frente com Jack Shephard. Mas o que é que ele estava fazendo ali? Sentimentos conflitantes a dominaram. Raiva, medo, ressentimento. E bem lá no fundo, uma estranha... alegria, de ver ele de novo. Ficou tão pasma com este sentimento, que nem se tocou que ele a mirava estranhamente. Por um momento, ficaram apenas assim, parados, em silêncio, e então os olhos dele foram baixando por seu corpo e Kate fez o mesmo e soltou uma exclamação de horror ao ver o que estava vestindo! Voltou a fitá-lo e o que viu naquele olhar a deixou sem ar.

Um desejo líquido a percorreu, fazendo seu corpo aquecer-se e um arrepio subir por sua espinha. E apesar de sua consciência gritar para se afastar, ela não conseguiu se mover e quedou-se ali, vestindo aquela lingerie provocadora, a respiração presa na garganta, em frente ao olhar examinador de Jack.

Jack sentiu a boca seca e o sangue se agitar enquanto a media de cima a baixo. Kate era maravilhosamente perfeita. E a peça íntima de um verde que era quase o mesmo tom dos seus olhos, apenas enfatizava suas formas tentadoras. Ele a fitou nos olhos, e soube que ela sabia exatamente o que se passava por sua cabeça. Que ele se lembrava de quando a teve nos braços, trêmula e entregue e que desejava, neste exato momento, repetir tudo de novo, e desta vez, sem interrupções.

Ele a viu ofegar e o movimento fez os seios subirem mais um pouco e ele franziu os olhos, deliciando-se com a visão. As mãos quase tremendo de vontade de tocá-la. E, sem pensar, ele chegou a dar um passo a frente para fazer exatamente isto, esquecendo-se de onde estavam ou de quem eram, mas um telefone tocou e o encanto foi quebrado. Piscando aturdida, Kate, deu um passo atrás e fechou a cortina rapidamente e Jack soltou o ar dos pulmões lentamente, tentando controlar o corpo excitado. O que fora aquilo? Desde quando perdia a cabeça por uma mulher vestindo uma lingerie? Mulher, não, corrigiu-se. Uma garota. Uma garota com um corpo de mulher. Que ele começava a desejar mais que tudo.

Jack soltou um palavrão, e antes que pudesse dar meia volta e escapar dali, Claire emergiu de dentro de um dos provadores. Deu um gritinho e segurou a cortina contra o corpo

-Jack? O que faz aqui? – indagou horrorizada.

-Não imagina? – ele falou sério – Vista-se e vamos embora.

-Não estou sozinha...

-Eu sei. – da pior maneira ele sabia – Vou esperar vocês lá em baixo

Assim que ele desceu, Ana saiu do provador com os olhos arregalados de medo.

-Claire, seu irmão vai nos matar!

-Eu sei – Claire falou conformada – Por isto é melhor fazermos o que ele mandou antes que fique pior – Kate, esta tudo bem aí? – a menina indagou estranhando o silêncio do provador. Kate abriu os olhos. Ainda estava encostada na parede, tentando fazer seu coração parar de bater descompassado. Limpou a garganta

-Sim, já vou me vestir.

-Viu quem apareceu?

-Sim, eu vi – E como tinha visto. Ou seria melhor dizer, Jack a tinha visto? Respirou fundo e se vestiu rapidamente. Tinha que esquecer daquilo também. Como esquecera o beijo.

A quem estava enganando? Não esquecera nada! E agora seria pior! Como iria encará-lo lá embaixo.

As três desceram as escadas ressabiadas.

-Estamos fritas – Ana falou – Não deveria ter vindo...

-Aí estão vocês - falou a vendedora animada – Seu irmão é mesmo um rapaz muito gentil senhorita Claire.

Claire fitou Jack, que estava muito sério perto da porta da loja, aos pés dele, várias sacolas

-Vamos levar tudo isto? – indagou com medo.

-Sim, vamos. Ou melhor, é tanta coisa, que achei melhor mandar entregar lá em casa. Depois você manda para suas amigas.

-Mas...

-Em casa conversamos, Claire. E ainda temos que levar suas amigas em casa

-Sim, claro! – ela falou rapidamente indo para o carro

Claire e Ana entraram no carro, mas Kate não.

-Eu não vou com vocês.

-Mas...

-Não, Claire, não insista. Eu sei me cuidar – Kate falou fechando a porta e virando-se.

Deu de cara com Jack.

-Não vai entrar no carro? – ele perguntou

-Não.

-É melhor entrar, Kate. Te levo em casa, vai ficar tarde.

-Sei me cuidar – repetiu o que tinha dito a Claire.

-Aposto que sim. Mas está muito longe da sua casa...

-Eu já liguei para o meu namorado – ela mentiu sem pensar.

Viu a expressão de Jack mudar de preocupação para uma fria irritação.

-Claro. Porque não imaginei isto antes?

-Sim, o meu namorado que deve cuidar de mim

-Se fosse você não esperava isto de Sawyer. Ele não é bom nem para cuidar de si mesmo.

-Ele me contou como se conheceram...

-Contou também que for preso roubando carros?

Kate fechou a boca. Sabia disto, claro. Todo mundo sabia de como Sawyer tinha conseguido aquela passagem pela polícia.

-Claro que sei disto. E não me importo.

-Não se importa de dormir com um marginal?

-Isto é problema meu não é?

-Eu só queria abrir seus olhos...

-Olha, agradeço que perca seu tempo falando comigo, mas não me interessa, ok? Sei muito bem quem o Sawyer é. Mas ele é o cara que eu gosto e não me importo! Agora se me der licença, tenho mais o que fazer! – ela tentou se afastar, mas Jack, num impulso, segurou seu braço.

-Kate, sobre aquele beijo...

Ela sentiu-se fraquejar a menção do beijo e com as mãos dele em seu braço, mas, irritada, puxou o braço com força

-Que beijo? Não me lembro de nada! – falou cinicamente e se afastou quase correndo, atravessando a rua, sem olhar para trás.

Jack a viu se afastar, lutando contra o impulso de correr atrás dela e... Fazer o que?

Fazê-la se lembrar do beijo? Fazê-la enxergar que Sawyer não valia nada? Jack sacudiu a cabeça, aturdido. Não podia fazer nada daquilo. Tinha que entrar no carro e esquecer.

Continua...
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MensagemAssunto: Re: Razões do Coração-UA/ Lost-Jate, Skate, Sana(NC-17)   Razões do Coração-UA/ Lost-Jate, Skate, Sana(NC-17) Icon_minitimeQui Fev 04, 2010 9:53 am

Capítulo 6

- Kate!
Claire a chamou quando viu Kate passar apressada pelo corredor rumo às escadas usando somente uma camisa masculina.
- Onde é que você estava?- ela perguntou quando Kate parou diante dela. – Eu a procurei nos quartos de hóspedes e não a encontrei. Pensei que tivesse acordado de madrugada e ido embora. Onde dormiu e de quem é essa camisa?
Kate esfregou a têmpora direita com uma das mãos, ainda estava sentindo muita dor de cabeça.
- Eu dormi no quarto do seu irmão e essa camisa é dele.- Kate respondeu.
- Como é que é?- questionou Claire, puxando Kate pela mão para o seu quarto. – Você vai me contar essa história direitinho. Vem!
Quando as duas entraram no quarto, Claire fechou a porta e foi logo dizendo:
- Kate, você transou com o meu irmão? Estou chocada!
- Você ficou louca, Claire? È claro que não transei com o seu irmão. Ele apenas me deu essa camisa para vestir ontem à noite quando eu acordei e ofereceu o quarto dele para eu ficar, mas não dormiu lá não!- Kate mentiu sobre Jack não ter tirado suas roupas e não fazia a mínima ideia se ele tinha dormido lá ou não. Mas não contaria isso à Claire. – Na verdade eu acho que ele foi gentil. Ele podia ter dado o maior sermão mas não fez isso. Daqui pra frente a gente devia aprontar menos com ele, o que você acha?
Claire ergueu as sobrancelhas:
- Você tem certeza disso?
- Tenho.- respondeu Kate, monossilábica. – Ai, tô com tanta dor de cabeça!
- Eu posso te conseguir uma aspirina.- disse Claire.
Ela caminhou até a porta para ir buscar uma aspirina para Kate, mas ela a chamou antes que saísse:
- Claire, tem uma coisa!
- O quê?
- O seu irmão disse que você contou pra ele que era eu quem estava dirigindo!
- Sim, eu contei, porque se eu dissesse que tinha sido eu, ele me mataria! Por favor Kate, não conte a ele que era eu quem estava dirigindo. Eu te imploro!
- Está certo, não vou contar.- respondeu Kate. – Pelo menos estou viva, não é?
Claire sorriu.
- Eu vou buscar a aspirina e você vai se sentir muito melhor, vai ver só! Que tal ficar pra almoçar conosco?
- Não sei se é uma boa ideia, Claire...
- Claro que é! Meu irmão não deve estar mais zangado, se ele deixou você dormir no quarto dele e até te emprestou a camisa é porque está tudo bem. Além do mais, eu quero conversar com você sobre um assunto importante.
- E o que é?
- È sobre o Charlie.
- Hummmm!- Kate debochou. – Tá afim do Charlie, é?
- Talvez. Mas você só vai saber se ficar para o almoço.
- Tudo bem.- respondeu Kate. – Eu fico!
Sorrindo, Claire deixou o quarto e Kate jogou-se na cama pensando no quanto sua vida se transformara em uma grande loucura desde que fizera amizade com Claire. Através dela, conhecera seu irmão Jack Shephard e agora não conseguia parar de pensar nele, principalmente depois do beijo que trocaram no quarto dele.
- Onde é que eu ando com a cabeça?- ela se questionou. – Eu devia estar odiando esse sujeito agora...mas aquele beijo foi tão...- Kate dizia a si mesma, tocando os próprios lábios. Tinha sido o melhor beijo que já experimentara, o mais intenso de sua vida. Gostava dos beijos de Sawyer, mas com ele sempre sentia que quando as coisas esquentavam eles tinham que parar. Com Jack não sentira isso, se a mãe dele não tivesse chegado naquela hora, o que teria acontecido?
Ficava arrepiada só de pensar, e não deveria fazer isso. Não importava o quanto ele tivesse sido gentil em cuidar da bebedeira dela após o acidente de carro, ele ainda era o irmão arrogante de Claire e jamais a veria como uma garota respeitável. Como prometera a Claire ficaria para o almoço, mas depois disso, não pretendia voltar à casa dos Shephard novamente. Manteria sua amizade com Claire fora dali.
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- Ana, você tem certeza que quer fazer isso?- indagou Libby à amiga, as duas tinham sido levadas por Naomi naquela manhã até uma casa que fazia tatuagens e piercings clandestinamente para menores.
- Certeza absoluta.- respondeu Ana-Lucia com um sorriso. Ela pretendia colocar um piercing no umbigo e se exibir para Sawyer. Não conseguia esquecer o olhar dele quando ela mostrou-lhe os seios, ele pareceu enfeitiçado e isso a deixou muito feliz, porque mostrava que ele não era alheio a ela como imaginara. Que existia algo além da camaradagem que desfrutavam na oficina do pai dela, principalmente depois do beijo que ele tinha lhe dado. Portanto, queria mudar radicalmente seu visual, começando pelo piercing, depois vestiria uma roupa sexy e iria até a casa dele seduzi-lo. Fariam amor e ele a pediria em namoro. Estes eram seus planos.
As três garotas entraram na casa e foram recebidas por um homem alto e musculoso, com aparência rústica e cheio de tatuagens. Ele indicou três cadeiras para as meninas sentarem e foi logo dizendo:
- O meu nome é Snake. Quem mandou vocês?
- Foi o Scott.- respondeu Naomi.
- Ok, o que vocês querem?
- Eu quero uma tatuagem em forma de águia no meu tornozelo esquerdo.- respondeu Naomi. – E a minha amiga aqui quer colocar um piercing no umbigo.- ela apontou para Ana-Lucia.
- Pagamento adiantado.- disse Snake. – E se perguntarem, não foi aqui que vocês fizeram isso.- as duas concordaram, Libby parecia um pouco assustada. – Quem vai ser a primeira?
Ana-Lucia ergueu a mão, faria logo isso antes que se arrependesse. Sabia que seria doloroso, mas só de imaginar o olhar de Sawyer quando visse o resultado lhe dava coragem para prosseguir.
- Vá em frente!- Ana disse, entregando alguns dólares ao homem.
- Ok, benzinho. Erga sua camiseta e deite aqui.
Snake mostrou uma cadeira reclinável de couro e Ana deitou-se, levantando a blusa e parando na altura dos seios.
- Você tem uma barriguinha linda, nenê.- disse o homem. – Vai ficar show com uma argolinha prateada.
Ana-Lucia assentiu e ele preparou seus instrumentos.
- Isso pode doer um pouco!- Snake avisou. Libby correu a segurar a mão da amiga.
Ele esterilizou a pele em volta do umbigo de Ana com um chumaço de algodão embebido em álcool e começou a tarefa. Ela mordeu os lábios e algumas lágrimas escaparam de seu rosto quando ele perfurou a carne e inseriu a argola prateada, mas Ana procurava se concentrar no resultado esperado.
Vinte minutos depois estava pronto. Snake limpou um pouco de sangue que havia escorrido da pele perfurada e disse que tinha terminado. Ana-Lucia levantou-se da cadeira e foi olhar o resultado no espelho.
A pele ao redor do umbigo estava inchada e vermelha, mas a argola prateada brilhava no umbigo pequeno.
- È assim mesmo.- esclareceu Snake. – Agora você precisa esperar cicatrizar e não pode pegar sol nessa área por uma semana.
Ana-Lucia sorriu diante do espelho, sentia-se sexy, poderosa. Sawyer ficaria louco de desejo quando a visse e ela mal podia esperar.
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Hora do almoço. Kate remexia a comida no prato, sentada ao lado de Claire. Estava arrependida até o último fio de cabelo de ter ficado para comer com os Shephard. O clima à mesa estava tenso e ela não conseguia olhar nos olhos de Jack, a impressão que tinha era que se fizesse isso ele iria descobrir o quanto o beijo dele a deixara abalada.
Jack por sua vez também estava desconfortável. A forma como Margot olhava para Kate estava lhe dando nos nervos, a mãe a media como se a menina fosse uma prostituta que ele tivesse contratado para passar a noite. Apesar da desculpa que ele dera para Kate estar em seu quarto, Jack sabia que Margot não tinha acreditado em nada daquilo.
- Jack disse que você bateu o carro dele, menina.- disse Margot depois de uma garfada de peixe ao molho francês.
Kate olhou para Jack, e respondeu:
- Sim, senhora. Mas foi um acidente.
- Claro.- respondeu Margot. – Imagino que tenha sido um acidente roubar o carro do meu filho.
- Mãe!- Jack advertiu para que ela parasse.
- Não fale assim com a minha melhor amiga, sua mal-amada!- bradou Claire.
- Claire!- Jack gritou com ela. – Cale-se! Será que não podemos comer em paz?
Margot se levantou da cadeira e limpou a boca com um lenço de papel, atirando o papel embolado na mesa.
- Isso é ridículo, essa moleca bate o seu carro e você a perdoa solicitando seus serviços no quarto Jack? Deveria ter chamado a polícia!
- Como é que é? A senhora tá me chamando de puta?- bradou Kate, enraivecida.
- Se a carapuça serviu pra você, querida.
- Cala a boca!- gritou Claire.
- Eu vou embora daqui!- disse Kate. – Obrigada pelo almoço!
- Kate!- Jack chamou, preocupado. – Kate!
Mas ela não o ouviu e foi embora batendo a porta da sala.
- Olha só o que você fez? Agora ela não vai querer falar comigo nunca mais!- Claire gritou com Margot.
- Claire, suba para o seu quarto.
Ela tinha os olhos marejados de lágrimas.
- Mas...
- Eu já disse, suba para o seu quarto!- Jack repetiu em tom enérgico.
Claire o obedeceu e subiu. Quando ele ficou sozinho com sua mãe, disse:
- Por que fez isso, mamãe? Ela é só uma menina e você a ofendeu.
- Uma menina?- Margot retrucou. – Jack, filho, como você é ingênuo! Essa garota deve ter mais experiência do que uma mulher da minha idade e usou a bastarda para se aproximar de você e se aproveitar da situação.
- Mãe, não é nada disso! Ela é apenas uma menina sem limites!
- Oh Jack, você precisa voltar pra faculdade. Desde que essa bastarda chegou aqui só tivemos problemas e você anda estressado. Talvez nós devêssemos mandar ela para um colégio interno...vamos falar com o seu pai...
- Perdi o apetite!- foi a única coisa que Jack disse antes de subir as escadas para o seu quarto. Estava com raiva do mundo naquele momento. Com raiva de sua mãe por ter feito cena na mesa do almoço, com raiva de Claire por ser tão irresponsável e com ódio de Kate por ser tão linda, por ter uma boca tão macia, olhos verdes maravilhosos e um corpo delicioso que lhe virava a cabeça.
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Depois de descer do ônibus perto da rua onde morava, Kate foi caminhando devagar para casa. Não estava com a menor vontade de voltar para a confusão que era o lugar que ela não podia chamar de lar.
Mas também não queria ter ficado na casa dos Shephard ouvindo toda aquela humilhação. Quando chegou em casa ia direto para o seu quarto como sempre, mas ouviu gritos vindo do quarto de Wayne e sua mãe. Estacou na porta da sala.
- Pare, Wayne!- sua mãe dizia.
- Isso é pra você aprender a não ser vadia!- a voz de Wayne se fez ouvir acompanhado do som de coisas se quebrando.
- Mãe!- Kate gritou, preocupada. Mas não ouviu resposta e sim um som diferente, parecia que eles estavam trocando beijos. Ela levou as mãos ao rosto, horrorizada com aquela relação doentia e saiu correndo de casa.
Na rua, ele telefonou para Sawyer pedindo para ele vir buscá-la depressa. Ele não demorou a aparecer em sua moto e a levou para a casa dele. Quando lá chegaram, Kate jogou-se no sofá e abraçou os joelhos.
- Eu estava voltando para o trabalho quando você me ligou. O que aconteceu, sardenta?- Sawyer perguntou, carinhoso, acariciando os cabelos dela. Foi quando viu um arranhão marcando-lhe a testa. – O que foi isso?
- Eu sofri um acidente ontem à noite.
- Como assim?
- Eu e a Claire roubamos o carro do Jack e perdemos a direção.
- Vocês fizeram o quê!? Kate você tá louca? Não devia ter feito isso! A riquinha ainda vai te trazer muito problema, você não conhece o Jack.
- E você conhece? Reparei naquele dia, na loja de conveniência que vocês pareciam se conhecer muito bem.
- Infelizmente.- respondeu Sawyer. – Eu e o Jack éramos melhores amigos, estudamos juntos a vida inteira. O doutor gostava de aprontar umas de vez em quando. Naquele tempo ele era divertido.
- Não acredito!- disse Kate.
- É a mais pura verdade! Eu e o Jack costumávamos tirar uns pegas na avenida principal de madrugada e sair com uns minas, encher a cara de cerveja, mas aí aquele pai almofadinha dele botou quente e disse que se ele não entrasse na faculdade de medicina, deserdava o cara, aí já viu né? O Jack teve que mudar por livre e espontânea pressão e se transformou nesse chato, moralista que é agora. Ele levou isso até às últimas conseqüências e as coisas acabaram muito mal.
Kate esfregou as têmporas.
- O que quer dizer com as coisas acabaram muito mal?- ela indagou.
Sawyer suspirou.
- Ah, deixa pra lá!
- Estou tão cansada.- disse ela.
Sawyer a carregou no colo e a levou para o seu quarto. Ajeitou-a confortavelmente e tirou-lhe as botas antes de se deitar ao lado dela. Começou a beijá-la e Kate não protestou, beijou-o de volta somente para provar a si mesma que não desejava Jack.
À medida que ele ia intensificando os beijos, Kate correspondia. Sawyer beijava muito bem, mas estava longe de sentir a mesma emoção que sentira quando Jack a beijara. Dos lábios, Sawyer começou a beijar-lhe o pescoço e uma das mãos escapuliu por dentro da blusa dela acariciando-lhe o seio.
Kate deixou que ele a tocasse, mas quando a outra mão foi parar na coxa dela e tentou enfiar-se embaixo de sua micro-saia, ela o parou.
- Para Sawyer, eu não quero!
- Ah Kate, mas eu quero tanto fazer amor com você, toda vez é isso! Quando o negócio tá ficando bom você desiste. Nós somos namorados, droga!
- Mas eu ainda não estou pronta!- ela respondeu enfática, e virando de bruços fechou os olhos.
Sawyer respirou fundo e deixou que ela dormisse, dizendo:
- Ok, você quem sabe!
Cruzou os braços sobre o peito e um pensamento lhe veio à cabeça, ele estava louco por sexo há dois meses, desde que começara a namorar com Kate e vinha se mantendo fiel, mas já não estava mais agüentando ficar sem mulher. Lembrou-se da filha do chefe, a adorável Analulu. Será que se ele se aproximasse dela, ela diria não?
Ele gostava de ter a companhia dela na oficina. Ela era a única garota que ele conhecera em toda a sua vida que entendia e compartilhava sua paixão por carros.
- Ah aquele corpo gostoso, aqueles seios...- ele murmurou para si mesmo relembrando o episódio na piscina e logo em seguida se repreendeu: - Tá louco Sawyer! È melhor deixar a menina em paz! Ela é inocente demais. Se eu traçar ela é capaz que fique atrás de mim o resto da vida. Ô garota irritante!
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A pele em volta do umbigo já não estava mais tão vermelha, Ana-Lucia comemorou diante do espelho de seu quarto, preparada para sair. Usava uma calça jeans emprestada por Naomi, muita justa que lhe desenha a curva do quadril. Uma blusa branca de alcinhas que deixava aparecer a marca do sutiã, que ela comprara logo que saiu da casa de Snake. Os sapatos eram delicadas sandálias de salto que ela ganhara de sua madrinha que moreva em New Heaven.
Só lamentava a calcinha de algodão branca sem muitos atrativos que tivera que colocar. Mas não tinha tempo nem dinheiro para comprar nada mais sexy, gastara o resto de sua measada para colocar o piercing e comprar o sutiã novo. Ela estava mesmo decidida a ir à casa de Sawyer e perder a virgindade com ele.
Arrumou os cachos dos cabelos soltos, pegou sua bolsa e saiu, inventando para a mãe que iria encontrar amigas para estudar para a prova da outra semana. Raquel assentiu e deixou que a filha fosse, mas que não voltasse tarde.
Ana-Lucia pegou um ônibus e logo chegou à casa de Sawyer. Tocou a campainha várias vezes, mas ninguém atendeu, então ela notou que a porta estava destrancada e resolveu entrar.
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Ela gemia o nome dele enquanto ele a tocava, devagar, pausadamente, sentindo cada pedacinho da pele feminina, quente, tenra, inocente. Sawyer sabia que ela nunca tinha experimentado àquelas carícias antes e o melhor de tudo é que ela estava gostando, ah, como estava.
Enquanto a beijava nos seios e depois deslizava a língua pela barriga plana, Sawyer se regozijava com os arrepios de prazer que podia sentir emanando do corpo dela.
- Eu te quero tanto...me toma...- ela dizia entre os gemidos.
- Yeah baby, também te quero... – disse Sawyer descendo cada vez mais as carícias, enlouquecendo-a.
Quando beijou-lhe as coxas, Sawyer ergueu o rosto buscando os olhos de sua amada:
- Kate... – ele sussurrou.
Mas não foram os olhos verdes de Kate que ele fitou, mas sim olhos negros felinos que os observavam com ansiedade.
- Sawyer!- Ana-Lucia gemeu.
- Ana-Lucia?- ele retrucou, assustado.
- Sawyer!- ela chamou outra vez e ele abriu os olhos, levantando de sua cama de um salto ao ver Ana-Lucia diante dele, em pé com um olhar exasperado.
- O que você está fazendo aqui, garota?- ele perguntou em voz baixa para não acordar Kate que continuava dormindo.
- Eu...eu... – ela balbuciou, decepcionada por encontrar Kate na cama de Sawyer.
Ele levantou da cama e a puxou pelo braço para fora do quarto.
- Quem foi que te convidou para entrar assim no meu quarto?- Sawyer indagou, com raiva.
- Eu pensei que você estivesse sozinho.- ela respondeu, tímida.
Sawyer a mediu dos pés à cabeça. Ela estava linda e provocante com aquele jeans justo, os cachos dos cabelos soltos e um brinquinho no umbigo, uma argola prateada que ele não tinha notado quando a viu de biquíni.
- Você fez isso hoje?- ele perguntou ao ver que a pele ao redor do umbigo parecia um pouco avermelhada.
- Sim.- ela respondeu. – Você gostou?
Era óbvio que estava lindo, ele pensou. Uma provocação a mais naquela barriguinha sarada. Sawyer sentiu raiva de toda aquela inocência, como ela tivera coragem de sair de casa vestida daquele jeito e ir procurá-lo à noite no bairro barra-pesada onde ele morava? Seu chefe o mataria se soubesse.
- Você tem que ir embora!
- Mas Sawyer, eu acabei de chegar!- ela protestou.
- Já disse que você não tem nada o que fazer aqui, menina! Você é burra?
- Eu pensei que você fosse gostar de como eu me arrumei pra você...
Ela se arrumara pra ele? Deveria estar ficando louca, Sawyer pensou. Mas não deixava de ser adorável, e ela era tão linda, talvez eles pudessem se entender e ninguém ficaria sabendo. Ele pensou nisso por alguns segundos até protestar veemente contra a ideia. Ele precisava protegê-la até dele mesmo. Ana não sabia o quanto era bonita e o poder que tinha sobre os homens. Ela era inocente demais para isso.
- Se arrumou pra mim? Fala sério, garota! Eu não tenho o menor interesse em você!- mentiu. - Agora vou chamar um táxi pra te levar em casa, não deve ficar andando por aí sozinha vestida desse jeito.
Ana-Lucia zangou-se.
- Você é um babaca, sabia? Eu vou embora sozinha, não preciso de táxi nenhum!
- Pois eu vou chamar um táxi pra você agora mesmo! Se algo acontecer contigo, teu velho me corta o pescoço.
E conforme dissera, Sawyer chamou o táxi, colocou Ana-Lucia dentro e a mandou para casa. No carro, a adolescente tentava controlar as lágrimas sentindo-se tão insignificante quanto uma folha ao vento.
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Jack acordou de mau humor. Levantou-se muito cedo e tomou uma decisão: pediria desculpas a Kate pelo comportamento de sua mãe. Por mais que ela tivesse batido seu carro, ela não merecia ouvir o que Margot dissera, chamando a pobre menina de prostituta.
Tomou apenas um pouco de café na cozinha por volta de sete da manhã e pegou o carro da mãe. Não sabia onde ela morava, por isso resolveu perguntar a Sawyer onde podia encontrá-la. Sabia que o ex-amigo iria querer saber o motivo de ele estar procurando-a, mas contaria a verdade a ele, só queria pedir desculpas a Kate. Claro que omitiria o episódio do beijo. Não valia a pena ficar pensando nisso, por mais perturbado que ele se sentisse com aquela lembrança.
Kate entregue, aceitando seus beijos, querendo-o tanto quanto ele a queria, tinha sido incrível, mas condenável. Ele era um adulto, precisava parar de agir como um garoto deslumbrado por uma garota bonita. Isso não tinha dado certo no passado, não daria certo agora.
Parou o carro em frente à casa de Sawyer e já ia descendo do carro quando viu Kate sair lá de dentro e se despedir de Sawyer, beijando-o na entrada. Aquela visão o deixou com raiva, não soube nem dizer o porquê.
Era óbvio que ela estaria ali. Devia ter passado a noite inteira na cama dele. Jack deu meia volta e resolveu deixar seu pedido de desculpas pra lá, uma garota como Kate não valia a pena.

Continua...
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MensagemAssunto: Re: Razões do Coração-UA/ Lost-Jate, Skate, Sana(NC-17)   Razões do Coração-UA/ Lost-Jate, Skate, Sana(NC-17) Icon_minitimeSeg Fev 01, 2010 5:44 pm

Capítulo 5

Kate sorriu sarcástica ao ver o irmão de Claire. Mas por dentro sentia-se tensa como uma corda de violino. O que tinha dado em sua cabeça para entrar ali no quarto dele e pior, se enfiar na sua banheira? Sabendo como Jack a detestava deveria ter ficado bem longe de seus domínios.
E agora, lá estava ele a fitando num misto de desprezo e raiva que a fazia sentir-se de alguma maneira... inadequada. E isto era algo que Kate não admitia. Não de um riquinho metido a besta como ele. Levantando o queixo ela o desafiou.
- Espero que não se importe de eu usar seu banheiro
- O que faz aqui? – ele voltou a indagar friamente e Kate sorriu irônica
- Não é óbvio?
- Perguntei o que faz aqui na minha casa.
- Claire me convidou. É uma festa, se ainda não reparou.
-Sim, eu fui informado. Não me admira mesmo que você esteja no meio desta confusão.
-O que quer dizer? Não é culpa minha se a Claire tem um irmão chato como você que não admite nem uma festinha!
-Festinha? È assim que você chama toda essa confusão?
-È uma festa sim. Estamos nos divertindo aqui na sua mansão! – Kate fez um gesto que abrangia tudo ao redor.
-Claire não tinha permissão para convidá-los.
-Qual o seu problema? Esta casa é tão dela quanto sua.
-Não para dar uma festa para pessoas como vocês.
Kate se enfureceu.
-Ah, então é isto não é? Se fôssemos um dos playboyzinhos cheios da grana do seu círculo, estaria tudo bem. Como você é hipócrita!
Jack respirou fundo. Aquela discussão com a amiga de Claire não estava levando a nada. Dali onde estava podia ouvir o barulho de música e a algazarra. Tinha que acabar com aquela bagunça antes que os vizinhos chamassem a polícia. Mas em vez disto, estava ali, dentro de um banheiro, tendo uma discussão com uma adolescente que além de exasperá-lo, ainda fazia seu corpo reagir de maneiras totalmente impróprias.
-Olhe, já chega! – ele disse por fim – Vá se vestir, precisa ir embora, juntamente com seus amigos.
Kate levantou ainda mais o queixo.
-Pode mandar na Claire, mas não manda em mim!
Ela pegou a toalha muito calmamente e começou a secar os cabelos, ignorando sua presença. Jack sentiu a raiva o dominá-lo e com poucas passadas, aproximou-se dela e arrancou a toalha de sua mão.
-Hey! – Kate gritou tentando arrancar o a tolha de volta das mãos dele, mas Jack foi mais rápido e com a mão livre segurou a sua suspensa no ar.
-Chega de seus joguinhos!
-Me solta! – Kate falou entre os dentes. Irritada com o arrepio de excitação que a tomou com o simples toque das mãos de Jack em seu braço molhado.
Desesperada para se livrar daquela situação, ela se debateu e com os pés molhados escorregou no fino mármore do chão do banheiro e teria caído se ele não voltasse a segurá-la e desta vez com as duas mãos em sua cintura nua. E algo aconteceu; o coração disparou no peito e o ar tornou-se rarefeito.
Mas que diabos era aquilo ? Kate se perguntou, começando a sentir-se assustada com aquele emaranhado de sensações arrepiantes. Queria fugir dali. Afastar-se do irmão chato de sua amiga. Mas não conseguia se mexer.
Ela o fitou com os olhos assustados e Jack lembrou-se de como era nova ainda e a onda de desejo foi substituída pela irritação com ele mesmo por estar sentindo-se atraído por uma garota de 17 anos.
-Já esta na hora de você sair daqui – falou com mais raiva do que queria e viu o temor em seus olhos se transformar em ódio puro. Mas quando ela abriu a boca para recitar mais um de seus protestos, Jack a puxou pelo braço, saindo do banheiro e do quarto, descendo as escadas rapidamente, até a área da piscina onde estavam os outros desocupados.
A música e o barulho cessaram no momento em que Jack apareceu. E os olhos se voltaram para eles. Jack soltou Kate e encarou os amigos de Claire
-Quero que saiam daqui agora mesmo. Antes que eu chame a polícia – ameaçou.
Claire saiu do meio da multidão com o rosto muito vermelho e uma expressão indignada.
-Jack! O que faz aqui?
-Acho que esta pergunta quem tem que fazer sou eu! Quem deixou você dar uma festa, Claire? Ainda mais para estes desocupados?
-Não pode mandá-los embora!
-Posso e vou.
-Jack, você esta me embaraçando na frente dos meus amigos!
-Não são seus amigos, apenas se aproveitam de você.
-Hey! – Kate que, ainda sob o efeito dos momentos no banheiro tinha se mantido estranhamente quieta, resolveu se intrometer – Não precisa falar assim!
-Você fica quieta! – Jack falou friamente sem ao menos olhar pra ela.
-Deixa, Sardenta – Sawyer segurou o braço de Kate – Acho melhor darmos o fora!
Jack encarou Sawyer.
-Você tinha que estar no meio não é? Quando é que você vai amadurecer e parar de andar com um bando de adolescentes?
-Ei, doutor isso não é da sua conta, além do mais culpa não é minha. Fui convidado.
-Pois leve seus amigos daqui. Agora. E não voltem mais. Claire não tem permissão para trazer ninguém aqui.
Kate riu com ironia
-Claro. Não somos bons o suficiente para os Shephards!
Jack a fulminou com o olhar e Kate sentiu-se bem em contrariá-lo.
-Vamos embora Sardenta, antes que o doutor chame os tiras... – Sawyer a puxou pelo braço, as pessoas na festa foram seguindo os dois e Claire voltou a fitar Jack suplicante
-Jack, por favor...
-Chega, Claire. Está de castigo.
-Você não é meu pai, não pode me dar ordens! – gritou batendo o pé.
-Vá para o seu quarto, por favor. Estou irritado demais com você no momento até para discutir.
-Odeio você! – Claire gritou antes de entrar na casa batendo a porta e subir as escadas correndo e se trancar no quarto.
Jogou-se na cama e enxugou as lágrimas que caiam descontroladas. Odiava Jack.
Por culpa dele tinha passado a maio vergonha na frente dos amigos. Como os encararia na escola agora? Queria morrer. Sumir. Desaparecer. E tudo era culpa de Jack. Primeiro ele vinha com aquela cara de gente boa e depois acabava com sua vida. Não poderia mais confiar nele.
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Kate fez uma careta ao entrar em casa. Rezava o caminho inteiro para que Wayne estivesse fora, ou dormindo. Mas não. Ele estava acordado e com mais dois amigos bêbados assistindo um jogo pela TV. Ela bateu a porta e tentou passar despercebida para seu quarto, mas não teve tanta sorte.
-Kate! Onde estava até esta hora? – Wayne indagou com a voz pastosa.
Kate voltou-se contrafeita.
-Não te interessa!
Os homens na sala riram e Wayne levantou irritado.
-Olha como fala! Ou quer levar umas bufas na cara, como sua mãe?
Kate sentiu vontade de responder o que pensava, mas ficou quieta. Sabia do que Wayne era capaz, mesmo bêbado como estava. Então engoliu as ofensas que tinha vontade de lhe jogar na cara e foi para o seu quarto, trancando a porta. Retirou a roupa e ao ver o biquíni, lhe veio a mente o olhar de Jack sobre si. Irritada, ela tirou a peça e colocou outra roupa.
Não queria pensar no idiota do irmão de sua amiga. Mas por mais que tentasse a lembrança das sensações que tinha sentido no banheiro voltava a todo instante. Mesmo quando estava com Sawyer mais cedo. Depois que saíram da casa de Claire, Sawyer a tinha levado para a oficina, com o intuito de sempre, mas Kate não estava a fim de ficar com ele. Não hoje.
O telefone celular tocou e Kate imaginou que fosse Sawyer. E se fosse ele mesmo, não iria atender. Mas era Claire. Teve vontade de não atender também. Claire era irmã do homem que queria esquecer que existisse. Mas também era sua amiga, com um suspiro desalentado, Kate atendeu.
-Oi Claire.
-Oi.- a moça falou com voz sumida – me desculpa por hoje.
-Não precisa pedir desculpa. A culpa foi do seu irmão.
-Aff, eu sei. Estou com tanta raiva! Que humilhação! Ele não podia ter posto vocês pra fora.
-Ele é um esnobe. Por isto nos detesta.
-Nossa, eu estou tão envergonhada. Achei que você e o resto da turma não iriam mais querer falar comigo.
-Desencana. Todo mundo sabe que a culpa não foi sua.
-Ainda bem. O Jack é um chato. Odeio ele. Queria fazer ele pagar pelo que me fez hoje! – Claire desabafou.
Kate sorriu consigo mesma. Sim, seria ótimo se vingar de Jack. Não só por ter expulsado eles da festa, mas por não fazer outra coisa desde que se conheceram a não ser humilhá-la; de repente uma idéia se formou em sua mente.
-Claro!
-Pois eu sei de um jeito.
-Sério?
-Sim. – Kate falou sorrindo – escuta só.
E ela falou seu plano.
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Uma hora depois Kate e Claire rodavam no reluzente e caro carro de Jack pelas ruas de Los Angeles.
-Eu não acredito que fiz isto! – Claire falou rindo de sua audácia – Roubei o carro de Jack! Ele vai ficar furioso quando descobrir!
-E é esta mesmo a intenção! – Kate exclamou ligando o rádio numa estação barulhenta.
Claire a fitou meio preocupada.
-Eu não sei... Acho que estarei em maus lençóis...
-Relaxa, Claire! Seu irmão merece isto! E ele não pode ficar te dando bronca, nem é seu pai!
Claire sorriu, mais confiante
-Você tem razão. Ele que se exploda!
-Assim que se fala
-E aí, o que vamos fazer? Vamos pra casa do Sawyer?
-Não! – Kate falou rápido – Hoje é a noite das meninas!
Claire riu.
- Então vamos a algum lugar bem irado. Quero beber muito!
-Hey, cuidado, garota. Não queremos estragar esta belezinha, né? Aí sim estaríamos encrencadas!
-Pois seria ótimo pro Jack! Agora quem tem que relaxar é você! Vamos, me ensina o caminho de um bar!
Kate riu e falou pra ela o caminho.
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Quando Jack saiu do hospital já era tarde da noite. Depois da briga com Claire ele resolveu voltar ao trabalho e continuar trabalhando em um de seus projetos do estágio e, afinal, apesar de estar afastado, a faculdade de medicina não era fácil e ele tinha o firme propósito de se formar um ano antes.
A casa estava mergulhada no silêncio e ele se lembrou do barulho que estava ali quando chegara mais cedo. Claire agira muito mal. E agora estava com raiva dele. Mas alguém tinha que lhe por limite. Infelizmente seu pai não era muito bom para estas coisas e sua mãe queria distancia da “bastarda”, como ela se referia a Claire.
Jack não sabia como seria quando voltasse para a universidade. Tinha que deixar Claire segura ali, e com aqueles amigos que arranjara seria impossível. Principalmente a tal Kate. Sentiu a fúria se apossar dele ao lembrar-se das palavras e do olhar desafiador da amiga de Claire. Definitivamente, não era uma boa companhia.
Claro que não tinha nada a ver com o fato dela fazer seu sangue correr mais rápido nas veias com aquele olhar de desafio e o corpo sinuoso. Jack era adulto e não um adolescente cheio de hormônios. Ele podia muito bem lidar com uma atração imprópria por uma adolescente rebelde. Mas não conseguia deixar de pensar que se afastasse Kate de Claire, ele também se veria livre de sua presença perturbadora.
Todavia, não sabia como fazer Claire afastar-se daqueles amigos. Tentar dar dinheiro a Kate não fora uma boa idéia. Não sabia o que tinha dado nele para agir daquela maneira. Talvez achasse que Kate aceitaria o dinheiro e sumiria da vida de Claire. Mas o surpreendera ao ficar ultrajada e rasgar o cheque na sua cara. Aquilo não era nada, dizia a si mesmo quando sentira um alívio tolo por ela não ter aceitado o dinheiro. Kate queria mesmo era desafiá-lo. Era isto que a motivava.
Mas ele não aceitaria mais aquilo. De alguma maneira teria que afastar aquela moça da vida de Claire; e da sua própria Olhou o relógio. Passava da meia noite. Mas tinha que conversar com Claire. Fora ríspido com ela e sentia-se um pouco culpado. Não queria que ficasse contra ele. Queria que entendesse que agia assim para o bem dela. Bateu a porta do seu quarto, mas ela não atendeu. Talvez estivesse dormindo.
Abriu a porta devagar e franziu o cenho ao não vê-la na cama.
-Claire? – Chamou entrando.
Verificou no banheiro e nada Saiu do quarto e procurou pela casa inteira e não a encontrou. Achou a empregada na cozinha e indagou se vira Claire
-Ah sim, senhor Jack. Claire saiu a algumas horas, achei que soubesse.
-O que?
-Sim, a vi saindo com seu carro...
Jack soltou um palavrão. Não podia acreditar. Claire tinha saído escondido. E dirigindo seu carro! E onde será que tinha se metido? A pergunta foi respondida quando o telefone tocou. A empregada atendeu e passou para ele com um olhar sombrio.
-É a senhorita Claire.
Jack pegou o telefone já preparado para passar uma lavada em Claire e mandá-la voltar já pra casa. Mas Claire estava chorando ao telefone.
-Jack! – ela soluçou – Aconteceu algo horrível!
-Claire? O que aconteceu?
-Nós batemos o carro...
-Você está bem? Está machucada?
-Não... eu não sei... ela está desmaiada...
-Ela quem? – perguntou, mas já podia imaginar quem era
-Kate...
-Claire. Fique calma. Me diga onde estão?
Claire respondeu por meio de soluços e Jack desligou pegando a chave do carro de sua mãe.
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Claire torcia as mãos, nervosa quando viu o carro aproximar-se. Sentiu alívio e apreensão ao ver Jack. Ele sentiu o sangue se esvair do seu rosto ao ver a moça muito pálida desacordada dentro do carro.
-O que aconteceu? – ele falou passando por Claire e abrindo a porta do carro, onde Kate jazia desmaiada no banco do motorista.
-Eu não sei... num momento estávamos na estrada, no outro ela perdia a direção e batia na árvore...
-Você está bem? – ele indagou enquanto verificava se Kate tinha se machucado.
-Sim. Estou mais assustada do que tudo... Ah, Jack, eu sinto tanto. Não devia ter roubado seu carro... mas a Kate falou que era uma boa ideia...
Jack olhou para Claire, depois de verificar que Kate não tina nenhum machucado aparente.
-Como?
-Oh.. foi idéia da Kate roubar seu carro pra gente sair. Mas a culpa é minha. Toda minha...
Jack voltou a atenção para o carro, irritado. A frente estava destruída. E elas não tinham se machucado por causa do cinto de segurança; mas se não estavam machucadas, então por que Kate estava desacordada?
A resposta apareceu numa garrafa de bebida caída no chão do carro. Ele fitou Claire, furioso:
-Vocês estavam bebendo?
Claire desviou o olhar, culpada.
-Só um pouco...
-Um pouco? A Kate está desmaiada de bêbada! Por isto bateram o carro!
-A gente não tinha intenção...
-Sei, vocês nunca têm intenção! Vá para o carro!
-Mas a Kate...
-Eu vou levar ela também!
Claire correu para o carro de Margot e Jack pegou Kate no colo. Com um resmungo, ela aconchegou-se em seus braços. Jack desviou o olhar do resto pálido. E pensar que ele ficara preocupado! E Kate estava era bêbada!
Além de encorajar Claire a roubar o carro e sair escondido ainda tinha se embriagado e batido seu carro, colocando não só a vida dela em risco, como a de sua irmã. Contendo a raiva, Jack a colocou no banco traseiro do carro e deu partida. Claire não parava de chorar e Jack percebeu que ela também estava meio bêbada. A fúria aumentou. Mas de nada adiantava brigar com ela agora.
-Sabe onde Kate mora? – indagou impaciente.
-Não... não faço idéia... eu encontrei com ela hoje em frente à escola...
Jack suspirou irritado. Teria que levar Kate pra sua casa mesmo. Quando chegou em casa, ela ainda estava desacordada.
-O que vamos fazer? – Claire indagou chorosa.
-Você vai pro seu quarto agora!
-Mas...
-Suba, Claire, eu vou colocar Kate em algum quarto de hóspede.
Como não estava mais a fim de levar bronca, Claire subiu correndo para o quarto.
A empregada apareceu e soltou uma exclamação surpresa ao vê-lo com Kate no colo.
-Mas quem é esta?
-È amiga de Claire!
-Ela está bem?
-Esta só bêbada! – Jack falou desgostoso.
-Quer que eu ajude com algo?
-Não, pode ir dormir, já é tarde.
A mulher se afastou e Jack subiu com Kate.
Não sabia por que, mas em vez de levá-la para um dos quartos de hóspedes da casa, ele a levou para o seu próprio quarto. Colocou-a na cama e ela se mexeu, resmungando algo, mas não acordou.
Jack a observou, os cabelos desalinhados e a pele pálida. Parecia tão inocente. Mas Jack sabia que de inocente ela não tinha nada. Olhou suas roupas. Eram desconfortáveis. Teria que despi-la. Pensou em chamar a empregada, mas não achou justo. Bem, ele era um médico, não era? Poderia muito bem fazer aquilo sem problemas.
Mas Jack se arrependeu logo de sua decisão.
A pele nua e sedosa foi se revelando a seus olhos conforme ia despindo peça por peça e ele sentiu uma desagradável e vergonhosa pontada na virilha. Ela tinha um corpo de virar a cabeça de qualquer homem e Jack era um homem acima de tudo. E se já se sentia atraído por ela antes, agora, tendo-a desacordada e vestindo apenas uma calcinha preta minúscula e os seios alvos e firmes à mostra, sentia o desejo dominá-lo e os pensamentos coerentes desaparecerem.
Mas a prudência prevaleceu e, soltando um palavrão, desviou a muito custo os olhos do corpo da amiga de Claire. Pegando uma camisa no seu armário a vestiu, depois a cobriu rápido com um lençol. Saiu do quarto, fechando a porta atrás de si. No dia seguinte, quando ela acordasse da bebedeira, teria que escutar umas boas verdades.
xxxxxxxxxxxxxx
Kate acordou com uma tremenda dor de cabeça. Abriu os olhos e as imagens dançaram em sua mente. Não reconheceu onde estava e sentou-se rápido. O que foi um erro, pois a tontura a dominou. Resmungando, ela colocou os pés pra fora da cama, segurando a cabeça com a mão. Olhou em volta. Onde estava? Ali não era sua casa. A última coisa que lembrava a noite anterior era de estar no carro com Claire e de sentir-se muito mal. E depois não se lembrava mais de nada.
Ouviu o barulho de um chuveiro sendo desligado. Levantou-se de um pulo, ignorando a tonteira. Olhou em volta e pela elegância do lugar, só podia estar em um lugar: a casa de Claire. E então, relanceando o olhar em volta se tocou de onde estava: no quarto de Jack!
Soltando uma exclamação abafada de horror e surpresa, ela olhou pra si mesma. Estava vestida com uma camisa claramente masculina e não fazia a menor ideia de como viera parar ali! Antes que pudesse ao menos pensar em fugir, a porta do banheiro se abriu e Jack apareceu em meio a uma fumaça de vapor, vestindo apenas uma toalha em volta do quadril.
Por um momento nenhum dos dois falou, apenas se fitaram em um silêncio tenso. Kate sentia a tontura se intensificando, mas não era capaz de se mexer ou de desviar os olhos do peito desnudo do irmão de Claire! Ao se dar conta deste fato, ela desviou o olhar, mortificada. Devia mesmo estar muito mal!
-Vejo que acordou – ele falou por fim.
Kate limpou a garganta e voltou a fitá-lo.
-O que estou fazendo aqui?
-Não se lembra?
-Não.
-Você e Claire roubaram meu carro.
-Disto eu lembro – Kate falou irônica, já arrependida do ato impensado de vingança.
-E como se isto não fosse suficiente, ainda se embebedou e bateu meu carro.
Kate arregalou os olhos.
-O que? Eu bati seu carro?
-Devia estar mesmo muito mal para nem se lembrar disto.
-Oh Deus! – Kate exclamou horrorizada.
Como pudera ser tão estúpida? Agora sim Jack tinha motivos de sobra para odiá-la.
-Você e a Claire não deveriam ter roubado o carro, Claire nem tinha permissão para sair. Beber e dirigir também é inconcebível
Kate o fitou começando a se sentir irritada com aquele sermão. Mesmo sabendo que talvez merecesse.
-Como sabe que fui eu quem bateu seu carro?
- Ela mesma me disse que você estava dirigindo!
Ela franziu o cenho tentando se lembrar.
Ela e Claire tinham ido a vários bares. E algumas vezes ela dirigia sim.
Mas não se lembrava muito bem o que tinha acontecido realmente.
-A questão é que você estava muito bêbada para dirigir.
-Vai ficar me dando sermão agora? – ela indagou sarcástica.
Sarcasmo era a única arma que tinha no momento, contra a onda de culpa que sentia e a raiva de si mesma. De novo estava na frente de Jack e de novo a repreendia. Aquilo já estava se tornando rotina.
Jack cruzou os braços em frente ao peito e Kate reparou nas tatuagens em seu braço. Jack tinha tatuagem? O irmão certinho e careta de Claire? Kate o encarou de repente com outros olhos e para piorar a situação começou a sentir um calor subir por seu rosto. Mordeu os lábios, irritada. Tinha que dar o fora dali o mais rápido possível.
-Olha, cara, sei que agi errado, ok? Não tinha a intenção de estragar seu carrão!
-A questão não é só o carro. Podiam ter se machucado gravemente.
-Claro. Podia ter machucado a Claire!
-Você também.
-Como se você importasse!
-Escuta, o importante é que nada demais aconteceu. O carro pode ser consertado. Mas este acidente apenas comprovou que você realmente não é companhia pra minha irmã
Kate o encarou mais magoada do que deveria. Que droga! Porque ele sempre a resumia a nada? Ele sempre a diminuía e a fazia sentir ainda pior do que se sentia desde sempre. Piscou para afugentar as lágrimas traiçoeiras e o fitou com raiva; queria feri-lo como ele a feria.
-Ok, eu já entendi esta parte. Aliás, já tinha entendido quando me deu aquele cheque nojento. O que quero saber é o que faço no seu quarto vestindo isto?
-Não sabia onde morava e tive que te trazer pra cá.
Kate levantou as sobrancelhas.
-Para o seu quarto?
Satisfeita, o viu desviar o olhar, meio encabulado.
-Estava irritado demais para saber onde estava te levando
-Sei... e devo deduzir que foi você quem tirou minha roupa também.
-Estava com uma roupa desconfortável...
Kate riu irônica
-Ai Jack, como você é hipócrita! Me trouxe aqui por que queria tirar minha roupa não é?
-O quê?
Kate viu a raiva em seu semblante, mas não conseguiu recuar.
-Sempre soube que você me queria. Por isto me detesta não é? Sou ralé, e você é realeza...
-Não sei do que está falando; cuidei de você por que estava tão bêbada...
-Não sabe? – ela aproximou-se – Pensa que não vejo como me olha? Como olhou pra mim ontem? Como me segurou ontem? Admita, Jack!
-Você está passando dos limites; e este joguinho pode funcionar com seu namoradinho Sawyer, mas não comigo.
-Tem raiva do Sawyer por quê? Porque ele pode me ter quando quiser e você não? Pois fique sabendo que jamais, entendeu? Jamais me sujeitaria a sequer encostar num sujeito como você. Um almofadinha arrogante e prepotente e...
Kate não conseguiu terminar, pois num rompante, Jack a puxou para si e a boca desceu sobre a sua, e calou todas as palavras desafiantes que proferia e também todo e qualquer raciocínio coerente em sua mente. Pega de surpresa, Kate não conseguiu reagir, apenas aceitou a pressão dos lábios sobre os seus, enquanto as mãos fortes como aço a mantinham inerte. De súbito, a mente girou e um calor abrasador subiu por seu corpo como um vulcão em chamas. Deus, ele a estava a beijando! O irmão de Claire, aquele que detestava com cada fibra do seu ser a beijava intensamente!
O tempo parou e Kate fechou os olhos, sentindo-se tremer sob o efeito das sensações vibrantes que a dominavam sem pedir licença.
Nunca fora beijada daquela maneira, foi tudo o que conseguiu atinar em meio à névoa de desejo que a dominava. E sem querer, ela se viu entreabrindo os lábios para a invasão da língua exploradora que se enroscou na sua numa dança sensual que a tirou do prumo e a fez gemer, excitada, quente e fraca. E a fez desejar que as mãos dele estivessem sobre seu corpo, explorando cada pedacinho dela, como nunca deixara outro homem fazer até aquele instante.
Como se intuísse sua vontade, ele a puxou mais para si, para mais perto do corpo quente e desconhecido e Kate soltou um gemido entrecortado ao se ver em contato com a pele tépida e firme. As mãos masculinas migraram de seus braços para sua cintura e como se tivessem vontade própria, os braços de Kate subiram para rodear o pescoço forte.
E naquele instante, ele deixou de ser o irmão mais velho de sua amiga para tornar-se o homem que ela queria com cada pedacinho de seu corpo desperto. Antes que pudesse se assustar com esta constatação, ouviram batidas na porta e Jack a soltou rapidamente.
Kate cambaleou e botou a mão no peito, como se assim pudesse conter as batidas desenfreadas do coração. Ofegantes, encararam-se por um instante, o olhar dizendo mais do que mil palavras e Kate botou os dedos nos lábios, assustada.
As batidas se fizeram ouvir de novo.
-Jack, você esta aí?
Jack respirou fundo, tentando recuperar ao ouvir a voz da mãe.
Ótimo, para completar a confusão Margot tinha voltado de viagem. Ele olhou para Kate. Ela tinha o cabelo desalinhado, as faces vermelhas. Os olhos verdes estavam mais escuros como um lago sem fim e os lábios inchados denunciavam que ela fora beijada loucamente.
Jack passou a mão pelo cabelo. Desejo frustrado e culpa se mesclavam dentro de si. No minuto seguinte, Margot adentrou no quarto e arregalou os olhos ao ver Kate ali.
-O que está acontecendo aqui? – ela mediu Kate de cima a baixo e Kate se apressou em pegar as roupas que estavam em uma cadeira e saiu quase correndo do quarto, batendo a porta atrás de si.
Jack fitou a mãe
-Não é o que esta pensando, mamãe.
Margot levantou a sobrancelha
-Não? Quem é esta?
-È uma amiga da Claire
-O que? Você dormiu com uma amiga daquela bastarda?
-Não, mãe! Eu não dormi com ninguém! Claire e ela saíram ontem a noite e bateram meu carro... longa história! No fim das contas, ela estava desacordada, bêbada, para ser mais exato e eu a trouxe pra cá. É só isto
Margot o fitou, desconfiada.
-È só isto mesmo? Porque não me pareceu ser tão simples assim quando entrei aqui...
-Está imaginando coisas. Agora se me der licença. Preciso me trocar.
-Claro. Quer dizer que a bastarda aprontou?
-Depois falamos mamãe e eu te conto tudo.
-Ok. Mas vou querer um relatório completo!
Margot saiu do quarto e Jack sentou na cama. Deus, o que tinha dado nele para agarrar a amiga de Claire daquela maneira? Ela não passava de uma adolescente. Apesar de com certeza, já ter muita experiência. Afinal, namorava um sujeito como Sawyer.
Ele se amaldiçoou. Tinha caído no jogo dela. Ficara irritado ao ser confrontado com a verdade. Ele realmente a desejara desde o primeiro instante, apesar de sua razão dizer outra coisa. Quisera negar. Mas no fim, acabara confessando através do beijo o quanto a queria. Agora não parava de pensar no gosto dela. Teria que se livrar daquele fascínio proibido. Kate podia ser uma moça perdida, que saia com qualquer um. Mas ele não seria mais um. E nem deixaria sua irmã ficar igual a ela.
Teria que conversar com Christian e tirar Claire daquele colégio o mais rápido possível. Cortar logo o mal pela raiz. Quem sabe assim conseguisse se livrar daquele desejo proibido?

Continua...
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MensagemAssunto: Re: Razões do Coração-UA/ Lost-Jate, Skate, Sana(NC-17)   Razões do Coração-UA/ Lost-Jate, Skate, Sana(NC-17) Icon_minitimeQua Jan 27, 2010 2:41 pm

Capítulo 4

- Bom, pelo jeito parece que sobrou pra mim te levar pra casa, Miss Simpatia.- disse Sawyer a Ana-Lucia, debochado.

Ana-Lucia sentiu um nó na boca do estômago quando ele falou com ela. Era a primeira sua primeira vez dentro da casa dele. Estava empolgada só por estar lá, mesmo que ele estivesse sendo tão hostil.

- Aliás, o que você está fazendo aqui? Por acaso foi você quem trouxe o Jack aqui?
Ela deu de ombros.

- Ele estava preocupado com a irmã e insistiu muito querendo saber onde ela estava. Fiquei com pena dele.

- Com pena dele?- Sawyer retrucou. – Deveria sentir pena era de você mesma! Morreria se colocasse uma sainha ou um vestidinho de vez em quando? E o que dizer sobre essa sua horrível mania de estar sempre à espreita ouvindo a conversa dos outros? Acha que eu não te peguei mais de uma vez lá na oficina fuçando?

- Olha aqui, cara, qual é o seu problema?- Ana indagou, passando de repente do deslumbramento por estar perto de Sawyer à raiva por ele estar sendo tão grosseiro com ela. – Por que quando estamos juntos na oficina você me trata de um jeito e quando nos encontramos na rua ou à porta do colégio você praticamente finge que não me conhece?

- Porque essa é a realidade.- disse ele. – Muito esperta você! Desculpe se não fui claro antes, queridinha, mas na oficina do seu pai a gente pode até trocar umas palavras, mas fora dela somos completos estranhos, entendeu? Será que você ainda não conseguiu perceber que não faz parte da minha galera?

- Eu vou embora!- ela disse com raiva, buscando o resto de dignidade que ainda lhe restava depois de ouvir aquelas palavras tão duras.

- Eu já disse que vou te levar, Srta. Esquisita. Você pode ser estranha, mas ainda é a filha do Cortez, e eu quero manter o meu emprego!

- Não precisa se dar ao trabalho!- ela respondeu, agressiva, trincando os dentes e saindo da casa, ignorando as cantadas dos sujeitos que moravam com Sawyer.

- E aí, gostosinha? Tá a fim de uma cerveja?- disse um deles.

- A gente pode levar um papo bem legal, gatinha!- disse outro.

- Vocês estão a perigo mesmo hein?- ele riu dos próprios colegas. – Deixem a Betty em paz!
- O meu nome é Ana-Lucia!- disse ela. – Não me venha com seus apelidos ridículos.

- Tá bom, deixa de tagarelice e monta logo na moto que eu quero te deixar em casa antes que o seu velho comece a se preocupar com você.- disse ele, subindo em sua moto e ligando o motor.

Ana-Lucia acabou cedendo e montou na moto atrás dele. Sawyer lhe estendeu um capacete.
- Tá, agora coloca o capacete que é pra não machucar o rostinho!- falou ele, dando partida.
Ela quis envolveu seus braços ao redor da cintura dele e sentir o corpo másculo de encontro ao seu, mas conteve-se e segurou-se nas barras de segurança mantendo uma certa distância de Sawyer.

- Pode encostar amor!- disse ele, fazendo mais um de seus deboches. – Eu não mordo...
Ana ignorou as palavras dele e permaneceu na mesma posição. Algum tempo depois chegaram à casa dela. Ela devolveu o capacete para ele e desmontou.

- Obrigada pela carona.- disse, timidamente.

- A segurança da filha do chefe é minha prioridade, afinal é seu pai quem paga o meu salário.
Ana-Lucia foi puxar a mochila que estava presa na grade da garupa da moto e o fecho que estava frouxo, fez com que todos os seus livros e cadernos caíssem no chão. Os olhos de Sawyer foram imediatamente parar em um livro de capa vermelha, onde se via a ilustração de um casal com roupas de época em posição provocante. O título também era bem sugestivo:

- Toque-me?- ele leu e riu enquanto Ana-Lucia recolhia seus pertences rapidamente, morrendo de vergonha. – Não sabia que você era chegada a ler essas coisas, benzinho. Talvez embaixo dessa roupa horrorosa e desse ar insosso se esconda uma tigresa sexy pronta para o amor.

- Você está falando bobagem!- disse ela depois de arrumar tudo de volta na mochila. – Esse livro é pra um trabalho da escola, mas duvido que você conheça já que não terminou o ensino médio.

- Ah querida, não tente me enganar! A escola não mudou tanto desde que eu saí de lá, e duvido que Benjamin Linus seja muito diferente do pai dele em relação à moral e os bons costumes, portanto acredito que esse tipo de leitura lasciva não seja permitida.
Sem saber mais o que dizer, Ana-Lucia se virou para entrar em casa, mas Sawyer a parou com a seguinte pergunta:

- Você já beijou, Ana-Lucia?

O coração dela acelerou quando ouviu ele fazer aquela pergunta e as mãos começaram a suar.

- Mas é claro que já beijei!- ela respondeu, com a voz trêmula. – Eu paquerava um garoto da escola e...- ela começou a se justificar para esconder o nervosismo, mas Sawyer desceu da moto e ficou de frente para ela, muito próximo.

- Não, não beijou não. E aposto que morre de curiosidade para saber como é.- ele afastou uma mecha de cabelo escuro dela, pondo atrás da orelha. – Você tem uma boca gostosa, quer experimentar, Lucy? Posso te beijar agora, um beijo molhado, de língua?

Um gemido quase escapou de seus lábios e ela deu um passo atrás. Ele a olhava de forma muito intensa. Ana-Lucia se sentiu como uma das mocinhas dos romances que tanto adorava ler.

- Não vai doer, Lulu! Você vai gostar, venha cá!

Ela estacou no lugar e Sawyer deu um passo à frente. O coração de Ana ia sair pela boca naquele exato momento e ela não ia conseguir segurá-lo. O rosto dele se aproximou bem devagar, os olhos azuis a hipnotizando. Quando a boca dele se aproximou da sua, Ana sentiu o hálito quente cheirando a hortelã e achou que fosse desmaiar, chegou até mesmo a tropeçar levemente, mas Sawyer a segurou com firmeza pela cintura e pousou os lábios nos dela, primeiro com gentileza fazendo-a relaxar, em seguida com mais ousadia, a língua sondando os lábios dela para que se abrissem e o recebessem.

Ana-Lucia soltou um gemido quando a língua dele tocou a ponta da sua e ele sugou dentro de sua boca. O beijo durou alguns segundos, mas para Ana pareceu muito mais do que isso, se viu envolta em uma deliciosa redoma de paixão que não a deixava.

Quando ele se afastou, ela respirava com dificuldade e quis sorrir para ele, era seu primeiro beijo e tinha sido maravilhoso, mas ao invés de palavras de carinho, tudo o que ouviu dele foi mais deboche:

- É, seu beijo dá pro gasto! Mas acho que deveria treinar mais, docinho! Ficou com medo de colocar a língua na minha boca? Eu só ia morder se você quisesse! Tchau!- ele deu partida na moto e sumiu na pista, cantando os pneus.

- Ai meu Deus, ai meu Deus, ai meu Deus...- Ana repetiu sem parar, achando que fosse ter um colapso. Tinha acabado de ser beijada por Sawyer, inacreditável. Isso precisava ser registrado em seu diário com urgência, e Libby também precisava saber.

Entrou em casa correndo, seus pais estavam na cozinha começando a jantar.

- Hey, hija!- chamou sua mãe. – Não vai comer?

- Tô sem fome, mãe! Vou dormir! Boa noite, mama papa!- ela se trancou no quarto.

- Ás vezes essa menina me preocupa.- comentou o mecânico para a esposa, tomando uma colherada de caldo.

Dentro do quarto, Ana jogou-se na cama e pegou o telefone, discando o número de Libby.

- Amiga, você não vai acreditar no que acabou de acontecer!

- O que foi, Lu? O que aconteceu?- Libby perguntou do outro lado da linha, exasperada.

- O Sawyer...ele me beijou.

- Como assim te beijou?

- Ele beijou, Libby!- Ana repetiu. – Eu fui até a casa dele e...

- Menina, o que você foi fazer na casa dele?

- Ah, eu fui levar o irmão da Claire lá, você sabe que agora ela anda com a Kate, o Charlie...e ele não sabia onde ela tava, mas isso não vem ao caso...

- Tá, entendi! Mas como foi pra ele te beijar?

- Ele me perguntou se eu já tinha beijado.

- E o que você disse?

- Eu disse que sim.

- Mentiu pra ele?

- Menti, é claro! Eu não ia admitir que nunca tinha beijado. Então ele veio, me tomou em seus braços e me beijou! Ai, Libby foi tão maravilhoso. E foi um beijo de língua... – Ana acrescentou em voz baixa.

- Ai, meu Deus!- Libby exclamou. – E depois?

- Depois ele disse que eu fiquei com medo de colocar... – Ana ficou vermelha, embora estivesse falando ao telefone, mas continuou. - ...de colocar a língua na boca dele. Libby também ficou vermelha do outro lado da linha.

- E o que você disse?

- Ele falou “tchau” e eu não consegui dizer mais nada.

- Amiga, o que você pretende fazer agora?

- Eu ainda não sei, mas foi um grande passo, você não acha? Se ele me beijou significa que está gostando de mim. Que ele não tem olhos só para a Kate.

- Talvez você tenha razão. Bom, só posso te desejar boa sorte. E por favor, me mantenha informada!

- Sim, com certeza. Preciso escrever no meu diário agora. Vejo você amanhã na escola. Tchau.

Ana desligou o telefone e pegou seu diário embaixo da cama, abrindo-o diante de sua escrivaninha e começando a escrever:

“Ele me beijou hoje, finalmente. Acho que poderia morrer de tanta felicidade...”

xxxxxxxxxxxxx

Na manhã seguinte, quando Claire chegou à escola foi direto procurar Kate nos jardins da instituição e a encontrou sentada, sozinha, embaixo de uma árvore, cabisbaixa.

- Oi, Kate!- saudou Claire.- sentando-se ao lado dela, Kate nada respondeu. – Eu te trouxe um presente.- dizendo isso, Claire tirou de dentro da mochila uma pulseirinha de contas e a estendeu para Kate.

Ela finalmente sorriu e disse:

- Obrigada.

- Fui eu mesma que fiz, ontem à noite. Só queria te agradecer por ter ido comigo no carro do meu irmão, se você não tivesse feito isso, ele ia me dar a maior bronca porque eu tingi os cabelos e fui pra casa do Sawyer. Hoje cedo meu pai torceu o nariz quando viu meu cabelo, mas nada disse e a minha madrasta ficou olhando para mim como se eu fosse uma alienígena.

- Você está linda!- disse Kate. – È tão diferente do seu irmão.

- Eu sei, mas estive pensando, talvez eu esteja sendo muito cruel com ele, o Jack é o único que parece se importar comigo naquela casa, ele só quer cuidar de mim!

- Pode ser.- respondeu Kate. – Mas ele tem uma maneira estranha de fazer isso.

- Do que está falando?

- Ontem à noite, quando o seu irmão almofadinha me levou em casa, ele me ofereceu muito dinheiro pra deixar de ser sua amiga.

- Como é que é?

- Isso o que você ouviu, Claire. Ele não quer que sejamos amigas. Mas eu não dou a mínima pro que ele quer e rasguei o cheque porque eu gosto de você Claire e quero continuar sendo sua amiga.

Claire ficou com ódio ao ouvir o que Kate contara e decidiu se vingar de Jack de uma forma que o deixaria furioso.

- Então ele acha que pode fazer isso, né? Pois ele vai ver só!

- O que vai fazer, Claire?

- Meu pai e minha madrasta viajaram hoje e o Jack só estará em casa bem mais tarde.

Poderíamos convidar toda a 302 para uma festa na piscina da Mansão Shephard.

Os olhos verdes de Kate brilharam:

- Essa é uma ótima idéia Claire, já vejo o seu irmão surtando com isso!

- Então vamos começar a convidar todo mundo!

- Todo mundo mesmo?- indagou Kate.

- Todo mundo.- respondeu Claire. – A partir das 4 horas na Mansão Shephard, essa festa vai bombar!

xxxxxxxxxxxxxxxx

Por volta das 4 da tarde, a Mansão Shephard começou a ser invadida por um monte de adolescentes baderneiros que não respeitavam nenhuma regra de etiqueta. A Srta. Spring, a governanta matrona dos Shephard estava desesperada com toda aquela invasão, mas nada podia fazer, pois Claire era filha do Dr. Shephard, portanto dona da casa.

Claire exigiu aos empregados que tratassem muito bem seus amigos e mandou que preparassem muita comida e bebida para eles. Sawyer providenciou o álcool necessário para batizar os saudáveis drinks da festa e logo a casa virou um furdunço só.

Charlie deu um jeito de ligar seus instrumentos em um palco improvisado à beira da piscina e logo a Driveshaft estava montada para divertir os convidados. Quando Kate subiu ao palco usando um minúsculo biquíni branco, com uma canga combinando o público masculino foi à loucura e os assovios encheram o ambiente.

- Manda uma aí gostosa!- gritou um garoto mais empolgado que foi empurrado de imediato por Sawyer para dentro da piscina.

- Mais respeito com a minha mina, ô idiota!- disse ele.

O rapaz que se chamava Karl foi vaiado quando caiu na piscina e foi motivo de atenção por vários minutos até que Kate pegou o microfone e começou a cantar.

“I don’t wanna grew up, I wanna get out, baby, tell me the way...”

- Ai meu Deus, a Sra. Shephard teria uma apoplexia se visse como está sua casa agora.- disse a Srta. Spring para outra empregada.

- Nem me fale! Da onde surgiram esses monstrinhos?

xxxxxxxxxxxxxx
Ana-Lucia entrou na mansão Shephard muito insegura. Quando ouviu o convite boca a boca para aquela festa de última hora na piscina ficou imaginando se deveria ir. Todos estariam lá, então ela pensou, por que não?

Não tinha um biquíni interessante para usar, sua mãe pensava que ela ainda era criança e só lhe comprava maiôs caretas. Mas Ana queria usar algo como as modelos das revistas. Sawyer a havia beijado e mesmo que tivesse sido grosso com ela depois, sabia que aquilo só era uma fachada. Que ele estava escondendo seus sentimentos dela. Perguntou se ela não poderia colocar uma saia ou um vestido de vez em quando, talvez ele tivesse interesse em ver seu corpo.

Sorrindo, ela quebrou seu porquinho-cofre e encontrou dinheiro suficiente para comprar um lindo biquíni. Comprou um conjunto de duas peças, pequeno, de cor verde oliva que se ajustava perfeitamente ao tom da sua pele morena. A parte de cima era estilo cortininha e a parte debaixo tinha detalhes em metal nas laterais.

Saiu da loja feliz acompanhada por sua amiga Libby, mas quando chegou à mansão ficou com vergonha de se despir e caminhar de biquíni à beira da piscina como as outras garotas.

- Vamos, você consegue!- incentivou Libby. – O biquíni ficou tão bem em você.

- Você está certa!- disse Ana.

Ela respirou fundo, tomou coragem e passou pelas pessoas em direção à piscina. Alguns garotos lhe deram olhares de admiração e Ana-Lucia gostou disso. Por cima do biquíni usava uma jardineira jeans justa e os cabelos estavam soltos e contidos com creme de pentear, os cachos negros modelados.

Quando chegou à beira da piscina viu Kate cantando com sua banda e procurou Sawyer com os olhos, mas não o viu. Desabotoou a jardineira e ficou só de biquíni. Os rapazes e moças ao seu redor, os mesmos de sempre que a ignoravam na escola voltaram toda sua atenção para ela.

- Caramba!- exclamou Scott para Desmond e Karl. – Da onde saiu esse avião? Olha só essas coxas, cara!

- Eu nunca vi essa mina na escola!- comentou Karl.

- È claro que viu, brother!- disse Desmond. – Essa aí é a Ana-Lucia!

- Ana-Lucia!- exclamou Shannon para Nikki e as outras patricinhas que a acompanhavam. – Eu não acredito! Ela fez plástica? Ou de repente apareceu uma fada-madrinha e deu esse corpo pra ela?

Ela riu da própria piada e suas amigas a acompanharam. Mas os rapazes que costumavam viver babando por causa delas estavam mais interessados era em conversar com a mais nova beldade da escola.

Naomi e Libby se apressaram em tirá-la do meio dos lobos.

- Vem com a gente Lu!- disse Naomi. – Esses aí não podem sentir cheiro de carne fresca. – Vamos conversar com o Hurley que é bem mais seguro! A propósito, você está linda, mas não é por causa do biquíni. Tô achando você com uma carinha muito feliz, aconteceu alguma coisa?

Ana apenas sorriu e elas foram se sentar junto à Hurley em uma mesa com guarda-sol perto da mesa principal onde estava a comida. Kate resolveu dar um intervalo na banda e foi dar um mergulho com Claire.

- Quando o seu irmão vai chegar?- Kate perguntou.

- Não sei ao certo.- respondeu Claire. – Só sei que ele vai levar um grande susto.
- Então espero que ele não demore!

- Você parece mais ansiosa do que eu Kate! Já perguntou pelo meu irmão umas cem vezes desde que a festa começou!

- Ah, impressão sua.- disfarçou ela. – Só fico imaginando a cara de idiota que aquele almofadinha vai ficar!- nem ela sabia por que estava tão ansiosa para que Jack chegasse e acabasse com a festa de todo mundo. Talvez só quisesse vê-lo outra vez, olhar nos olhos dele e buscar algum sinal que mostrasse que ele não era uma pessoa tão ruim e preconceituosa assim.

- Ridículo, Kate!- disse para si mesma e mergulhou a cabeça na água.

Algum tempo depois da chegada de Ana-Lucia à festa, Shannon estava com ódio de toda a atenção que lhe estava sendo dispensada e oferecida à ela, só porque colocara um biquíni pequeno e mostrara que existia vida embaixo daquelas roupas em forma de saco que usava para ir à escola.

Decidiu acabar com a festa dela. Viu Ana entrar na piscina com Naomi e Libby e seguiu logo atrás, fingindo inocência para disfarçar suas intenções maquiavélicas. Ana-Lucia não se deu conta, mas na primeira oportunidade, Shannon puxou o fio comprido da parte de cima do biquíni dela e a peça se soltou de imediato, caindo na água.

- Ana, seu biquíni!- Libby gritou, mas ela já o tinha perdido. Nervosa cobriu os seios com as mãos e afundou na água.

A peça flutuou e foi parar nas mãos de Scott, que o jogou para Karl, que depois passou para outro garoto e a brincadeira humilhante começou. O rosto de Ana-Lucia queimou de vergonha e ela começou a chorar. Queria sair da piscina, mas não podia.

- Eu vou pegar uma toalha pra você, Ana!- disse Libby.

- O que tá acontecendo?- perguntou Sawyer que carregava Kate sob os ombros dentro da piscina, enquanto Charlie fazia o mesmo com Claire.

- Eu não sei!- disse Claire.

- O biquíni da Ana caiu na água- explicou Desmond. – E agora a garota está fazendo a alegria da galera de topless.

- Ana-Lucia está aqui?- indagou Sawyer. Não a tinha visto. – Desce aí, gata!- falou para Kate.

- Por quê?- perguntou Kate, descendo dos ombros dele.

- Sabe como é, a filha do chefe está em apuros e eu tenho que salvá-la!

Libby foi pegar a toalha para cobrir Ana, mas Nikki a empurrou de volta na água, impedindo que ela ajudasse Ana-Lucia.

Desesperada, Ana-Lucia se esgueirou e saiu da piscina com os braços firmes em volta dos seios. Foi nesse momento que Sawyer a viu. Ficou pasmo ao ver o corpo dela, pudera não tê-la reconhecido.

Olhou para a piscina e viu que o biquíni estava em poder de Scott novamente.

- Tá legal paspalho, me vê o biquíni da moça!

- Ah Sawyer, qual é? Vai estragar a brincadeira?

- Vou!- respondeu ele e Scott entregou a peça para Sawyer.

- Estraga-prazeres!- Scott resmungou.

Ele correu atrás de Ana que não sabia onde se refugiar.

- Hey, Lucy! Lucy!- ele chamou e Ana se voltou para ele. Estavam no jardim, perto de algumas árvores. – Peguei seu biquíni de volta.- disse ele.

Ana-Lucia olhou para ele. Estava lindo, molhado, usando um calção azul justo, gotas de água pingando pelo tórax bronzeado.

- O que foi? Além do biquíni cortaram a sua língua, menina? Tá aqui o biquíni!

Sawyer se aproximou dela. Ana estava trêmula.

- È só você...

Ela soltou os braços da frente dos seios, não soube nem por que fez isso. Sawyer ia dizer “é só virar de costas que eu amarro o biquíni pra você!” Não esperava que ela fosse exibir-se na frente dele daquela maneira. Por alguns segundos admirou-lhe o corpo. Ana-Lucia não tinha corpo de adolescente e sim de mulher, uma bela mulher, ele pensou, nem de longe lembrava a garota de roupas folgadas que ele via pela oficina. Os seios eram cheios, com mamilos grandes e arrepiados de frio, a cintura esguia que culminava em um quadril avantajado fazendo par com as coxas grossas.

- Vira de costas!- ele pediu, contendo seu instinto masculino de imprensá-la contra a árvore, beijar-lhe a boca carnuda como na noite anterior e fazê-la sua.

Ana obedeceu e ele entregou o biquíni a ela. Arrumou a parte da frente enquanto ele dava um nó bem seguro atrás.

- Pronto! Com esse nó que eu fiz, duvido alguém desmanchar.

Ela nada disse, correu de volta para a piscina, pegou suas coisas, vestiu a jardineira rapidamente ignorando as vaias que lançaram a ela e deixou a festa seguida por Libby e Naomi que foram atrás dela para saber se estava bem.. Sawyer ainda ficou algum tempo parado debaixo da árvore pensando no olhar que ela lhe dera quando abaixou os braços e mostrou-lhe os seios. Tinha algo de intrigante naquela garota, algo que começava a lhe chamar a atenção.

As lágrimas corriam livremente pelo rosto de Ana enquanto ela corria pela rua sem rumo depois de deixar a mansão Shephard. Depois de alguns minutos, Libby e Naomi conseguiram alcançá-la.

- Ei, Lu, fica calma. Estamos aqui!- falou Libby.

Ana finalmente parou e Libby a abraçou.

- Vai ficar tudo bem, amiga. Não fica assim. Não chora.

- Vamos levar ela pra casa.- sugeriu Naomi. – Eu vou chamar o Des e pedir pra ele trazer o carro dele. Me esperem aqui.

Ana soluçava quando Naomi se foi.

- Aquela Shannon é uma idiota...eu queria tanto espancar aquela idiota!

- Ele me ajudou, Libby.- contou Ana. – O Sawyer me ajudou.

- É, eu vi!- Libby sorriu. – Acho que ele gosta mesmo de você.

Ana também acabou sorrindo, lembrando-se do olhar de desejo dele quando mostrou seus seios. Só podia ter ficado louca, mas a sensação de deixar que ele a visse foi muito boa. Se as coisas continuassem assim, logo eles estariam namorando. Ela acreditava cada vez mais nisso.

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Kate esperou por Sawyer na piscina, mas ele estava demorando muito a voltar. Viu quando Ana-Lucia voltou vestida para pegar suas roupas e ir embora, e imaginou que ele a tivesse encontrado e devolvido o biquíni para ela.

Perguntou a Claire:

- Claire, onde fica o banheiro?

- Tem tantos nesta casa, escolha qualquer um!- respondeu Claire. Eles estavam iniciando um jogo de vôlei dentro da piscina e ela estava ansiosa para participar.

Kate saiu da piscina, enxugou-se um pouco para não entrar molhada na casa e saiu procurando um banheiro. O do andar debaixo estava ocupado e ela foi ao andar de cima. Abriu a primeira porta que encontrou. Era um amplo quarto, pela decoração pertencia a um homem. Não demorou a descobrir de quem era aquele aposento.

Jack Shephard dizia em letras douradas uma estatueta em formato interessante. Parecia um troféu de atletismo ou algo assim. Também havia várias fotos na mesa de cabeceira, dele sozinho num campo de golfe, com seus pais em um luxuoso jantar e abraçado a uma bela mulher loira no que parecia ser um barco.

- Ora, ora, essa dever a Sra. Almofadinha, comentou cheia de desdém. Mas na verdade estava sentindo uma ponta de ciúmes ao saber que o almofadinha poderia ser comprometido.
Havia outra foto de mulher nessa mesma mesa de cabeceira, mas apenas seu rosto aprecia no retrato. Ela tinha profundos olhos azuis e cabelos negros. Em seu pescoço tinha um colar com um pingente no formato da letra L. Kate ficou confusa.

- Afinal de contas, quem é a Sra. Almofadinha, a loira ou a morena?

Finalmente encontrou um banheiro, o dele. Era um banheiro maravilhoso, como nos filmes. Kate empolgou-se ao ver a enorme banheira jacuzzi, sempre quis entrar numa dessas e decidiu experimentar.

xxxxxxxxxxxx

Jack chegou em casa, estressado. Estava sendo difícil trabalhar em seus projetos da faculdade pela internet, mas não tinha outro remédio. Enquanto Claire continuasse dando trabalho, ele deveria permanecer mais algum tempo em Los Angeles.

Tudo o que queria era entrar em casa, tomar um bom banho, jantar e quem sabe ver um bom filme na companhia da irmã já que os pais estavam viajando, porém, suas pretensões foram por água abaixo quando estacionou o carro dentro da mansão e viu a farra que estava acontecendo na piscina.

- 1, 2, 3, 4, 5... – contou mentalmente e desceu do carro decidido a telefonar para a polícia de imediato. Não ia tolerar uma coisa dessas de Claire, dessa vez ela tinha ido longe demais.
- Oh, Sr. Jack, graças a Deus que chegou.- falou a governanta quando o viu. – Nós não pudemos fazer nada para impedir, foram ordens da Srta. Claire.

- Não se preocupe, Srta. Spring. Darei um jeito nisso agora mesmo!

Ele foi direto para o seu quarto telefonar, no entanto, o barulho de água vindo do seu banheiro chamou-lhe a atenção e ele pousou o aparelho de volta no gancho a fim de conferir quem estava lá.

Abriu a porta de uma vez só e sua garganta ficou seca quando viu uma sereia de cabelos avermelhados imergir lá de dentro, com um minúsculo biquíni branco, que mal cobria seu corpo esguio e curvilíneo. Os bicos dos seios estavam salientes e despontavam no tecido colante, gotículas de água deslizavam pela pele dela e caíam no umbigo que tinha uma pequena argola prateada adornando-o. Ele não queria nem pensar sobre a sombra escura que ele podia ver na parte de baixo do biquíni.

- O que você está fazendo aqui?- ele indagou, tentando retomar o próprio controle.

- Olá, Jack!- ela respondeu com um sorriso cínico, que acentuou a covinha do lado direito do rosto.

Continua...
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MensagemAssunto: Re: Razões do Coração-UA/ Lost-Jate, Skate, Sana(NC-17)   Razões do Coração-UA/ Lost-Jate, Skate, Sana(NC-17) Icon_minitimeSeg Jan 25, 2010 12:30 pm

rezinha... essa fic é um trabalho de arte, moolher!!
espero que vc arrasse com essa tb!!!
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Renata Holloway
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MensagemAssunto: Re: Razões do Coração-UA/ Lost-Jate, Skate, Sana(NC-17)   Razões do Coração-UA/ Lost-Jate, Skate, Sana(NC-17) Icon_minitimeDom Jan 24, 2010 4:20 pm

Capítulo 3

Durante todo o trajeto de volta para casa, Claire permaneceu em silêncio. Jack oscilava entre a irritação e a preocupação e se perguntava como iria convencer Claire a sair daquela escola. Pedir ajuda ao pai estava fora de questão. Christian não iria ajudar em nada. E sua mãe queria distância da menina.

Passando pelos grandes portões de ferro da Mansão dos Shephard, Jack estacionou em frente à casa.

-Claire, precisamos conversar!

-Não tenho nada para falar com você! – ela saiu do carro batendo a porta e entrou na casa. Jack a seguiu.

-Claire, me escuta! - ele a segurou pelo braço.

Ela o fuzilou com o olhar.

-Você me humilhou na frente dos meus amigos!

Jack riu irônico.

-Chama aquilo de amigos?

-Sim, são meus amigos!

-Eles não passam de um bando de arruaceiros!- Jack respondeu, puxando o braço dela para que o ouvisse.

Claire puxou o braço de volta.

-Ah sim, não são bons o suficiente para um playboy feito você! Pois saiba que nem todo mundo nasceu em berço de ouro!

-Você está mudando o foco da conversa aqui. O problema não é eles não terem dinheiro e sim serem más companhias.

-Pra mim eles são ótimos!

-Se você insistir com isto, terei que tirá-la daquela escola! – Jack deu o ultimato e para sua surpresa os olhos de Claire se encheram de lágrimas.

-Faça isto! Você não se importa com o que eu quero mesmo! Ninguém se importa!

E sem esperar resposta de Jack, ela subiu as escadas correndo e se trancou no quarto. Ele respirou fundo tentando se controlar. E agora, o que ele poderia fazer? Claire ainda estava sensível pela morte da mãe. Talvez devesse deixá-la mais um pouco naquele colégio e de alguma maneira pelo menos tentar convencê-la a andar com pessoas mais confiáveis. Não com aquela moça de cabelos quase vermelhos e olhos verdes desafiantes. Não mesmo.

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-Para Sawyer!

Kate deu um tapa na mão boba de Sawyer que tentava se infiltrar embaixo de sua saia. Sawyer riu, tentando beijá-la de novo.
-O que foi sardenta? Vai continuar fazendo jogo duro comigo?

-Eu já falei que não quero! Você é surdo, ou o quê? – falou, o empurrando e saindo de cima do colo dele, voltando a se sentar no banco de trás do carro velho onde estavam, na oficina onde Sawyer trabalhava.

Ele tentou abraçá-la de novo.

-Vamos, sardenta, desfaz esta cara feia... A gente estava numa boa...

Kate fez uma careta, calçando as botas.

-Eu preciso ir embora, já escureceu.

Sawyer suspirou vencido.

-Ok, princesa, te levo embora, vou buscar minha moto!

Sawyer saiu do carro e Kate o seguiu. O carro onde estavam era um dos muitos que Sawyer concertava na oficina. Kate relanceou os olhos pelo lugar e pensou ter visto alguém correndo.

-Sawyer?

-O que foi?

-Acho que tinha alguém aqui.

Sawyer sorriu malicioso.

-Acha que tem algum pervertido nos observando?

-Não seja idiota! Pode ser seu chefe. Não tem medo de perder o emprego não?

-Claro que não! Mas não se preocupe, deve ser a idiota da filha do chefe que gosta de ficar por aqui às vezes.

-Ana-Lucia?

-É... – Sawyer falou distraído.

-Ela me parece estranha... Sei-lá... Meio sozinha – Kate comentou, montando na moto atrás dele.

-Ela é muito esquisita, isso sim – Sawyer respondeu dando partida.

Ana-Lucia viu quando Sawyer deixou a oficina com Kate Austen na garupa de sua moto. Sabia o que eles estavam fazendo lá dentro e isso a deixou enfurecida. Fazendo um esforço enorme para conter as lágrimas do ciúme que sentia do empregado do pai, ela saiu correndo para dentro de casa disposta a contar ao pai que Sawyer andava levando mulheres para a oficina. Seu pai não toleraria isso, ele era um homem tradicional e correto.

Manoel Cortez estava sentado diante da TV com uma garrafa de cerveja na mão, assistindo a seu talk-show favorito. Ao ver a filha, ele sorriu com ternura e falou:

- Hey, Analulu!

- Papa, eu...

- Quer me dizer alguma coisa, mi hija?

Naquele momento Ana-Lucia pensou melhor. Se denunciasse Sawyer a seu pai, ele o mandaria embora e ela jamais teria a oportunidade de passar as tardes com ele consertando carros como tanto gostava. Embora ele fingisse que não se importava com ela quando estava com outras garotas, costumavam ser amigos durante o período em que ele ficava na oficina e Ana não queria abrir mão disso.

- Não é nada demais, papa. Eu só ia dizer que vou até a casa da Libby, mas não vou demorar.

- Tudo bem, então.- assentiu ele. – Divirta-se! Mas esteja de volta antes que sua mãe volta da igreja.

- Sim, senhor.- Ana respondeu deixando a sala. Precisava contar à Libby o que tinha visto na oficina antes que não pudesse mais ser capaz de controlar o próprio ciúme. A amiga com certeza teria um bom conselho para lhe dar.
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Não demorou muito e Sawyer à casa de Kate. Como sempre ele parou a poucos quarteirões da casa dela casa. Kate lhe deu um beijo rápido, mas ele a enlaçou pela cintura, aprofundando o beijo.

-Chega! – ela o empurrou – Estou atrasada!

-Sardenta, sardenta, sempre me dando um gelo... Vai ter uma hora que não vai conseguir escapar, não sabe?

Kate o fitou com um sorriso de desdém.

-Vamos ver! – e se afastou, mas quando virou, parou de sorrir. Da onde estava podia ver a sua casa.

As luzes estavam acesas. “Ele já chegou”, pensou, começando a sentir as mãos suarem. Diminuiu os passos, com se assim pudesse evitar o inevitável.

Quando entrou em casa, sentiu o cheiro de sujeira e seu estômago embrulhou. Ao passar na sala soltou um palavrão ao ver Wayne estirado no sofá, a TV ligada e várias latas de cerveja pelo chão. Com uma expressão de desgosto, ela desligou a TV e se abaixou começando a catar todas as latas e os restos de comida pelo chão. “Tomara que ele não acorde”, pensou. Era sempre pior quando ele acordava. Conseguiu dar uma aparência melhor na sala e foi pra cozinha.

Sentia os pés doendo quando finalmente limpou tudo. Agora poderia ir para seu quarto, trancar a porta, ligar o som bem alto e dormir. Mas ouviu o barulho de saltos na varanda e sua mãe entrou na casa. Ela carregava uma sacola de supermercado e Kate fechou o rosto ao ver que era cerveja; Cervejas para Wayne.

-Por que faz isto mãe? – indagou triste.

Diane a encarou com frieza.

-O que está fazendo aqui?

-Esta é minha casa também. Infelizmente.

-Pelo menos limpou tudo! Estou cansada de tanto trabalhar e ter que cuidar de tudo sozinha.

-A senhora poderia colocar ele para trabalhar também.

Diane a dardejou com o olhar.

-Não se intrometa na minha vida!

Kate deu um sorrido irônico.

-Estou apenas tentando ajudar.

-Ajudar? Passa o dia na rua com este seu namorado presidiário! Acha que é melhor do que eu? Que este tal Sawyer é melhor que Wayne?

Kate se enfureceu.

-Chega!

-A verdade dói não é?

Ela ia responder, mas neste momento, Wayne entrou na cozinha.

-Que barulheira é esta aqui? Não posso nem dormir!

Diane a encarou, brava.

-Está vendo o que você fez?

-Eu?!

Wayne revirou as panelas.

-E cadê a comida? Esta vadiazinha não fez nada? – reclamou apontando para Kate.

-Eu limpei tudo aqui se não reparou! Enquanto você estava desmaiado no sofá de tão bêbado. O tapa veio sem ela perceber, fazendo sua cabeça girar. Mas não foi Wayne quem lhe bateu desta vez e sim Diane.

-Cala a sua boca! Não quero que fale assim!

Kate a encarou, a mão no rosto, o olhar cheio de lágrimas.

-È isto o que dá criar, uma vagabunda! – Wayne comentou – Está vendo o exemplo que você dá? – falou para Diane.

-Wayne...

-Isto são horas de chegar! Estava entretendo algum cliente? – e sem aviso ele sacudiu Diane como uma boneca de pano.

Kate fechou os punhos com força, o encarando com ódio, mas Wayne a desafiou com o olhar.

-Sai daqui, antes que decida dar uma lição em você também.

Kate correu.

Bateu a porta com força e foi sentar nos degraus da portas dos fundos, bem longe dos gritos, dos socos e pontapés que sua mãe levava. Bem longe da escória que era sua família.

Ela tremia inteira, de medo e de horror. As lágrimas vieram sem que ela conseguisse contê-las. Odiava aquela vida. Odiava aquela casa e odiava Wayne. Enxugou o rosto com força. Mas não daria o gostinho a ninguém de vê-la fraca. Porque ela era melhor e mais forte do que todos eles.

Era mais forte do que aquele irmão playboy de Claire que a olhava como se fosse um pedaço de carne num açougue.
Mas alguma coisa naquele olhar mexeu com ela de uma maneira que nunca tinha acontecido antes. E continuava a atormentá-la mesmo agora. Mas ele era mais um canalha de nariz empinado. Um homem que sempre tivera tudo e nunca precisava enfrentar o tipo de coisa que ela tinha que enfrentar. E só por isto Kate decidiu odiá-lo. Ele e Wayne que fossem para o inferno!
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- Eles estavam juntos no carro, Libby! Fazendo você sabe o quê!- Ana-Lucia falava atropelando as próprias palavras. – Se ele continuar saindo com ela, nunca vai olhar pra mim!

- Lu, amiga! Você devia esquecê-lo.- disse Libby sentada numa cadeira de frente para a amiga, enquanto Ana estava deitada na cama dela. Pareciam a doutora e a paciente. Mas a verdade é que Libby adorava bancar a psicóloga com suas amigas e nunca reclamava de ter de ouvi-las.

- Eu já tentei esquecê-lo, Libby! E você sabe disso. Eu não consigo.

- Bom, se não quer esquecê-lo, deveria tentar chegar junto. Sei lá! Você me disse que vocês costumam trabalhar juntos na oficina e que ele age diferente com você quando estão sozinhos.

- Sim, eu disse.

- Então! Talvez você devesse aproveitar uma oportunidade dessas quando estiverem trabalhando na oficina e dizer a ele o que sente.

- Eu tenho tanto medo que ele me rejeite! Que ele diga que eu sou criança demais pra ele, mas eu não sou. Eu faria tudo o que ele quisesse, até...aquilo!

As bochechas de Libby coraram e ela levou uma das mãos à boca para conter uma risadinha nervosa.
- Você teria mesmo coragem, amiga?

- É claro que teria!

- Mas eu ouvi dizer que pode doer...

- Eu não me importo! Além do mais, a Naomi me disse que a prima dela já fez e que nem doeu tanto assim.

- Não sei não...

- A Naomi disse que se as coisas ficarem sérias entre ela e o Des, eles vão transar!

- Eu não duvido disso.- disse Libby. – Mas Lu, eu não quero que você se machuque. O Sawyer deve ter uns vinte e poucos anos, é velho demais pra você. Talvez você devesse namorar alguém da nossa idade.

- Eu não quero mais ninguém além dele!- Ana retrucou, zangada. – Um dia ele vai parar de correr atrás da Kate e só vai olhar pra mim.
- Pois eu espero que este dia chegue mesmo, Lulu. Eu vou adorar ver isso!

- Nunca duvide de mim, Libby. Eu sou uma mulher persistente!

As duas riram juntas e Ana jogou um travesseiro cor de rosa na amiga que jogou outro de volta nela, rindo muito.
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Jack levou Claire para a escola no dia seguinte e não notou a presença de nenhum daqueles “amigos” na porta. Talvez tivesse sido precipitado. Mas era melhor ficar de olho na irmã.

-Eu mesmo virei buscá-la na saída – avisou.

Ela apenas deu de ombros e entrou na escola. Sawyer esperava Kate na saída.

Ela apareceu vestindo calça jeans justa e um top preto. Mas ao vê-lo o ignorou. Sawyer se irritou e atravessando a rua foi até ela.
-Olá, doçura - tentou beijá-la, mas ela virou o rosto.

-Hey, o que foi?

-Nada!

Sawyer olhou para cima e viu a moça loira, a irmã riquinha de Jack Shephard descendo as escadas. Ele sorriu. Já que Kate resolvera lhe dar uma gelada, talvez devesse pastar em outras gramas. Aproximou-se, mas antes que conseguisse chegar perto dela, Charlie apareceu e deu um beijo em seu rosto, segurando o material dela. Sawyer soltou um palavrão.
-Hoje não é seu dia de sorte, não é?

Ele olhou para trás e viu Ana-Lucia. Ele a mediu da cabeça as pés com ar de deboche e disse:
-O que você quer garota? Perdeu alguma coisa? Não tenho tempo pra isso agora não! – falou irritado e passou por ela.

Ana o acompanhou com o olhar, sentindo-se péssima. Não deveria ter ido falar com ele, devia ter deixado para confrontá-lo sobre seu estranho comportamento com ela na oficina. Mas quando o viu na escola, sentiu que precisava falar com ele.
-Sua garota estúpida! – falou consigo mesma e se afastou.
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-Oi Kate – Claire aproximou-se de Kate com Charlie ao seu lado.

Kate parecia distante, hoje. E Claire se perguntou qual seria seu problema. Era bonita, popular e tinha liberdade para fazer o que bem entendesse. Claire a invejava.

-Olá, o que faz aqui? Achei que depois de ontem seu irmão não fosse mais deixá-la voltar – Kate comentou e olhou para Charlie – Tem um cigarro aí?

Charlie respondeu que não. Claire apressou-se em tirar um maço do bolso.

-Eu tenho!

Kate hesitou e depois pegou um cigarro. Mediu Claire.

-Por que quer ser nossa amiga? Com certeza deve morar em Beverly Hills numa mansão!

-Não sou rica, eu já falei!

.Kate riu.

-Corta esta, Claire, eu vi o carro do seu irmão.

-Eu o odeio! É um esnobe! Odeio todos eles!

-Odeia sua família?

-Sim! São uns hipócritas! Você acha que gente rica é melhor que os outros? Que não têm problemas? Eles são piores que a maioria, só isto! É tudo uma sujeira!

-È Claire, talvez tenha razão. Acho que vou deixar você tentar me convencer desta tua teoria. Quer dar um rolê com a gente agora à tarde?

Claire hesitou.

-Eu não posso... Meu irmão disse que ia vir me buscar...

-Melhor ainda. Não quer deixá-lo irritado?

Claire sorriu lentamente.

-Sim, acho uma boa ideia! – ela falou. Mas no fundo sentia-se meio culpada. Jack parecia tão sincero às vezes. Mas ela queria ser amiga deles. Por isto não podia demonstrar que se preocupava com a opinião de Jack. – Ok, vamos dar uma volta!
-Òtimo! – Kate procurou Sawyer com o olhar e o chamou – Hey, Sawyer, gatinho, que tal arranjar algum carro pra gente? Podíamos ir pra sua casa... Claire vai com a gente, e o Charlie também!

Sawyer resmungou:

- Ah, agora resolveu vir falar comigo.

- Me desculpe, baby, só estou de TPM. Você pode me perdoar?- ela brincou com o dedo indicador no colarinho da camisa dele. Sawyer se deixou levar pelo gesto sedutor dela como sempre.

- É, ouvi dizer que TPM é um troço bem complicado.

- Você vai conseguir o carro pra gente?- Kate insistiu.

-Só se for agora!- respondeu Sawyer.
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Jack chegou à escola no horário de saída e não encontrou Claire. Irritado se perguntou onde ela tinha se metido. Só podia estar com aquela turma de arruaceiros de novo! Deu uma volta na cidade por horas e nada de encontrá-la. Então decidiu voltar à escola. Alguém teria que lhe dar satisfações!

Ao chegar à porta viu uma menina esperando o ônibus. Ela tinha cabelos negros muito desarrumados e usava roupas muitos largas para o corpo dela.

-Hey, você! – ele a chamou – Por acaso conhece uma moça chamada Claire?

-A aluna nova?

-Sim.

Ana reconheceu aquele como o irmão de quem Claire e Kate estavam falando de manhã.

Acabara escutando uma das conversas delas no banheiro feminino sem querer.

-Por acaso sabe onde ela foi?

Ana mordeu os lábios e desviou o olhar e Jack percebeu que ela sabia de alguma coisa.

-Por favor – pediu.

-Acho que ela está esta na casa do Sawyer... com a Kate e mais algumas pessoas.

Jack soltou um palavrão.

-Sabe onde fica a casa dele?

-Sei sim – Claro, ela sabia tudo sobre Sawyer.

-Será que poderia me indicar o caminho? Aproveito e te dou uma carona até em casa se você quiser.

Ana hesitou, mas acabou concordando e entrou no carro.
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Quando Jack chegou no muquifo que Sawyer dividia com outros desocupados, saiu do carro e foi logo entrando, deixando Ana para trás.

-Hey, onde pensa que vai?– um homem com cabelo rastafári tentou barrá-lo, mas Jack o empurrou.

-Claire! – gritou abrindo as portas que encontrava pela frente.

-Ora, ora, olha só quem veio me fazer uma visita! – Sawyer apareceu atrás dele e Jack virou um reflexo e jogou Sawyer numa parede.

-Onde esta minha irmã?

-Hey, pergunta com educação, ô playboyzinho!

-Cala a boca, seu ordinário! Eu poderia chamar a polícia agora!

- É claro que poderia. Chamar a polícia é a sua especialidade, não é mesmo?

-Jack, o que esta fazendo?

Jack ouviu a voz de Claire e virou-se.

-O que aconteceu com você? – indagou horrorizado a ver os cabelos da irmã tingidos de preto e um piercing em forma de argola preso no nariz. O queixo de Claire tremeu de medo. Mas então Kate apareceu ao seu lado e lançou-lhe um olhar de encorajamento e Claire levantou o rosto.

-Qual o problema, nunca ouviu falar de tintura?

-Claire, o que foi que eu te falei? Como pôde me desobedecer e vir para este lugar?

-Você não é meu pai, não tenho que obedecê-lo!

-Isto mesmo Claire – Kate falou ao seu lado – Não deixa este idiota mandar em você!

Jack se irritou ao ouvir as palavras da moça, mas tentou manter a calma. “Ela é só uma adolescente”, dizia a si mesmo.

-Qual seu nome?

-Kate, por quê? – ela indagou desconfiada.

-Kate, a Claire é minha irmã. E eu também sou responsável por ela.

Kate riu.

-E o que eu tenho a ver com isto?

-Você a está encorajando a ter um comportamento deplorável.

Kate riu mais ainda.

-Ora, seu playboyzinho, qual o problema com você? Ela só quer se divertir!

-È este o problema. Sinceramente, não quero que ela fique igual a você – Jack falou com desprezo.

Kate se enfureceu.

-Seu filho da mãe! - ela avançou para cima dele, para fazer o quê, não sabia. Mas Sawyer a segurou.

-Segura a onda sardenta, ele só veio buscar a irmãzinha dele!

-Ele é um imbecil isto sim!

Jack ignorou a palavras de Kate e virou-se para Claire.

-Vamos embora!

-Eu não vou!

-Claire...

Sawyer resolveu se intrometer.

-È loirinha, acho melhor ir com seu irmão, senão ele vai chamar a polícia e eu não quero problemas para o meu lado...

Claire olhou para Kate.

-Você não precisa fazer o que não quer Claire.

Jack se irritou. Aquela mocinha atrevida estava incitando Claire contra ele na cara dura. Claire voltou a fitá-lo.

-Ok, eu vou com você, mas a Kate vai junto.

-O quê? – Jack e Kate falaram ao mesmo tempo.

Claire virou-se para Kate com um olhar suplicante.

-Por favor. Não quero ficar sozinha com ele!

Kate mordeu os lábios. Olha no que tinha se metido! Não estava a fim de ficar na presença do irmão de Claire nem mais um minuto, mas também sentia uma certa compaixão por ela. E também... Podia aproveitar para irritar aquele mauricinho mais um pouco.

-Tudo bem!

Kate passou por Sawyer e deu-lhe um demorado beijo. Jack virou o rosto, sem saber por que aquela demonstração ridícula de afeto o irritava tanto.

As duas jovens entraram no carro e Jack deu partida. Kate sentou atrás, mas assim que começaram a seguir pelas ruas de Los Angeles, Claire ligou o rádio e as duas começaram a cantar acompanhando a música e sem querer Jack sentiu vontade de sorrir.
Claire parecia diferente da moça rebelde e fechada e Kate... Bem, ele olhava para ela pelo espelho retrovisor, ela tinha os olhos fechados e cantava a música. Jack fixou o olhar em sua boca. E então ela abriu os olhos e o flagrou. Jack desviou o olhar, irritado consigo mesmo.

-Onde você mora, Kate?

-Longe.

-Longe onde?

-Olha, não precisa me levar em casa, ok?

Jack olhou o relógio, já escurecia e ele não a deixaria em qualquer lugar. De repente uma ideia passou pela sua cabeça. Estavam perto da sua casa e então decidiu deixar Claire primeiro.

-Onde estamos? - Kate indagou ao ver a casa enorme a sua frente.

-Na minha casa. Pode descer Claire, vou levar a Kate.

-Não, mas... – Kate protestou, não querendo ficar sozinha com ele.

Claire, que estava feliz por poder adiar a bronca que ia levar, desceu do carro.

-A gente se vê amanhã na escola!

Vencida, Kate passou para o banco da frente e Jack seguiu.

- Você não vem com a gente?- Jack perguntou a Ana-Lucia, parada diante deles ainda com sua mochila nas costas.

- Não, obrigada.- respondeu ela. - Posso ir a pé. Já está perto da minha casa. Obrigada pela carona.

Jack assentiu e deu a partida no carro. Eles ficaram em silêncio por alguns instantes.

-Preciso que me diga como chegar à sua casa. A contragosto Kate foi dizendo as ruas.

Jack reconheceu o bairro como um lugar meio barra pesada, mas não falou nada.

-Pode me deixar aqui! – ela disse de repente.

Jack parou, mas não havia nenhuma casa por perto.

-Mas...

-Olha, cara, meu padrasto é muito bravo e não vai gostar de me ver chegando acompanhada, mesmo sendo de um bacana!

-Certo – Jack não discutiu.

Não lhe interessava nada sobre vida daquela moça. Mas ele estava ali por um motivo.

Ela pôs a mão na maçaneta para abrir a porta.

-Espere!

Kate o fitou.

Jack pegou a carteira e começou a preencher um cheque. Kate esperou intrigada e então ele lhe estendeu o cheque. Ela pegou e olhou o valor exorbitante.

-O que é isto? – ela já desconfiava o que era, mas não queria, não podia acreditar!

-Isto é para você e seus amigos deixarem minha irmã em paz.

-O quê?

-Olha, sei que deve precisar de dinheiro. E isto não fará falta pra mim. Tudo o que eu quero é que se afaste de Claire.

Kate o encarou, boquiaberta. A fúria e a humilhação foram crescendo dentro dela.

-Está me pagando para me afastar de sua irmã?

-Sim.

Kate não soube o que deu nela, mas no minuto seguinte, ela picava o cheque em vários pedaços e jogava em cima dele.

-Pode ficar com seu dinheiro sujo! Ele não me interessa.

-Kate...

-Chega! O que pensou? Que podia me comprar? É típico de gente como você, achar que com dinheiro pode tudo, mas está enganado! Minha lealdade não esta à venda. E quer saber? Tenho pena da Claire por ser sua parente!

-Eu só quero protegê-la!

-Devia pensar em protegê-la de você e de sua família! Passar bem!

Kate saiu do carro quase correndo sem olhar para trás.

-Maldito, maldito, maldito!

Nunca fora tão humilhada na sua vida Que imbecil! Achar que ela aceitaria dinheiro!

Podia ser pobre, mas tinha orgulho. Ele que fosse para o inferno. Talvez devesse mesmo se afastar de Claire, se ser sua amiga significava agüentar o idiota do irmão dela; mas ela gostava de Claire. E sentia uma certa pena dela. Algumas vezes parecia ainda mais perdida do que ela. E Kate achava que tinham isto em comum.

Entrou em casa e seu padrasto a chamou da sala. Estava bêbado como sempre.

-Kate, trás uma cerveja pra mim!

Kate já estava a meio caminho do seu quarto, mas voltou e pegou a cerveja, passou pela sala e jogou em seu colo.

-Agora vê se me deixa e paz!

Trancou-se no quarto e se jogou na cama, abraçando o corpo em posição fetal.

-Não vou chorar. Não vou chorar... Não vou chorar - repetia como um mantra, mas as lágrimas desciam sem que ela conseguisse conter. Chorava não só pela vida que tinha, mas por aquele homem que com sua oferta suja a tinha feito se sentir mais miserável ainda.

Continua...
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Razões do Coração-UA/ Lost-Jate, Skate, Sana(NC-17) Empty
MensagemAssunto: Re: Razões do Coração-UA/ Lost-Jate, Skate, Sana(NC-17)   Razões do Coração-UA/ Lost-Jate, Skate, Sana(NC-17) Icon_minitimeSáb Jan 23, 2010 10:17 am

Capítulo 2

- Vocês deixaram o meu irmão bem zangado!- exclamou Claire com ar de riso, se aproximando dos adolescentes bagunceiros que tinham mexido com Jack. Era estranho se referir à ele como seu irmão, mas de que outra forma poderia explicar seu parentesco com ele?

A garota de botas pretas, saia curta e piercing no nariz sorriu para Claire, amigavelmente.

- Seu irmão é um almofadinha e nós detestamos tipos como ele.- ela explicou. – Primeiro dia?

- Está tão óbvio assim?- retrucou Claire.

- Bem vinda ao nosso humilde lar.- a garota disse com deboche e estendeu sua mão cheia de pulseiras prateadas para Claire, esperando um cumprimento.

Claire apertou a mão dela.

- Meu nome é Katherine, mas meus amigos me chamam de Kate. Este é o Charlie, o famoso cabeça-de-nabo.- Claire riu para o garoto loiro, baixinho, vestido de preto e com as unhas pintadas da mesma cor, em alguns cantos o esmalte já estava começando a ficar comido tornando a aparência dele ainda mais desleixada, mas Claire gostou do tipo dele. Kate continuou as apresentações. – E esse aqui, com cara de zangado mas que não morde é o Scott. Tem um irmão gêmeo, o Steve, o oposto dele.

- O idiota pertence ao clube de xadrez, dá pra acreditar?- disse Scott mascando um chiclete. Ele era um belo rapaz de cabelos negros e olhos escuros, com um porte atlético que deveria fazer inveja a muitos, embora sua aparência também fosse desleixada, as roupas amassadas e o tênis sujo.

- E qual é o seu nome, senhorita?- indagou Charlie, fazendo uma mesura, o que fez Kate e Scott rirem.

- Claire.- respondeu ela.

- Nome de patricinha.- comentou Kate para provocá-la.

- Não tanto quanto Katherine.- devolveu Claire e os três riram.

- Cara, tu vai ter uma rival aqui na escola, Kate! A garota é do nosso time!

- Você está em que classe?- perguntou Kate.

- Na 302, terceiro andar.- disse Claire consultando um caderninho preto que tirou da mochila.

- Mas que sorte, está na nossa classe!- comemorou Kate.

- Isso é ótimo!- falou Claire. – Assim, depois da aula vocês podem me mostrar o que tem de bom pra fazer nessa porcaria de cidade.

- Depois da aula?- questionou Kate. – Qual é? Acha que a gente fica para assistir todas as aulas?

- È claro que não- disse Claire rapidamente, arrependendo-se de seu lapso de responsabilidade.

Scott caminhou ao lado dela.

- Tu é riquinha né, gata?

- Não, não sou.- respondeu Claire. – Sou uma pobretona que acabou de perder a mãe e foi obrigada a vir morar com o pai ricaço e cafona, e ainda por cima tenho que agüentar a madrasta histérica e o irmão almofadinha.

- Cara, que chato esse lance da tua mãe!- disse Charlie.

- Não esquenta, a vida é uma droga mesmo!

- Bem, já que você odeia tanto o dinheiro do seu pai, o que acha de esbanjarmos ele “depois da aula”?- sugeriu Kate.

- Ohhhhhh!- fizeram Scott e Charlie.

- Ela já começou! È uma interesseira mesmo!- disse Charlie.

- È, cuidado com ela!- concordou Scott, rindo.

- Pra mim parece uma boa idéia.- disse Claire. – No que vamos esbanjar o dinheiro do velho? È tão estúpido que me deu um cartão de crédito com um limite polpudo.

- Cerveja e cigarro.- respondeu Kate. – Tem coisa melhor?

- Tudo bem pra mim.- falou Claire. – Mas como vamos conseguir comprar essas coisas sendo menores de idade nessa cidade careta?

- Deixa comigo.- disse Kate. – Eu conheço alguém.- ela piscou matreira. – Agora vamos pra sala de aula, você precisa conhecer o Professor Eko, ele é o nosso professor preferido. Podemos perder todas as aulas, menos a dele.

- Por quê?- indagou Claire.

- Você vai descobrir.

xxxxxxxxxxxxxx

O Sr. Eko Agbage, mais conhecido como Professor Eko era um homem de quase dois metros de altura, de pele retinta e corpo atlético. Porém, aquela imagem de guerreiro invencível se dissolvia quando o homem sorria com seus dentes muito brancos e jeito de falar amável.

Claire logo descobriu porque seus novos amigos gostavam tanto dele, era um homem muito inteligente, com idéias revolucionárias e sua aula não era aborrecida como era de se esperar apesar de sua disciplina ser filosofia.

- O mundo é grande e pequeno ao mesmo tempo.- dizia ele enquanto escrevia algumas anotações no quadro negro. – Pensem em quantas pessoas conhecemos, que conhecem alguém que talvez nos conheça? Tudo está interligado.

Durante a aula, Claire aproveitou para observar seus colegas de classe. Como se tratava de uma escola pública pôde ver todo o tipo de pessoas lá dentro. A começar pelas duas patricinhas loiras que trocavam bilhetinhos em plena aula, rindo e cochichando enquanto lixavam suas unhas quase compulsivamente.

Viu também um garoto de óculos, com ar retraído e olhos muito azuis, suas bochechas eram tão vermelhas que o faziam parecer um pimentão ambulante. Vez por outra ele dirigia um olhar feio a uma das patricinhas, que se limitava a fazer expressão de desdém. No canto direito da sala, havia uma garota encolhida na carteira. Ela tinha cabelos negros e eles estavam presos de qualquer jeito, alguns cachos cobrindo seu rosto, também estava mal vestida, suas roupas folgadas e desbotadas não deixavam ver se ela era magra ou gorda. Apenas uma garota vestida num saco.

No canto esquerdo, na primeira carteira, tinha um garoto acima do peso, com cabelos muito encaracolados e cheios, e olhar bondoso. Sorriu para Claire quando ela entrou na sala e ela se sentiu acolhida, simpatizou com o gordinho. Duas carteiras atrás dele estava uma garota loira de olhos verdes e um par de tranças, era bonita e vestia-se bem, não parava de fazer anotações e seus olhos não saíam do professor que explicava a matéria, enquanto o gordinho da primeira carteira não tirava os olhos dela.

Nesse momento, um rapaz alto de cabelos castanhos e ligeiramente compridos apareceu à porta da sala e colocou um pedaço de papel no vidro que a revestia. A classe inteira começou a rir e o Professor Eko, franziu o cenho, antes de dizer:

- Seja bem vindo Sr. Hume.

O rapaz sorriu e Claire notou que ele tinha um belo sorriso.

- Licença aí, brother!- pediu ele, entrando na sala e indo sentar-se em uma cadeira ao lado de uma garota morena de cabelos lisos. Quando tomou seu lugar, esbarrou nos lápis da garota sobre a carteira. Ela fez cara de zangada. – Desculpa aí, Naomi!

Ela nada respondeu, apenas voltou sua atenção para o professor. Quinze minutos depois, o sinal tocava e os estudantes arrumavam suas coisas nas mochilas fazendo o maior alarde, enquanto o Sr. Eko sobrepunha sua voz de trovão àquela mistura de vozes empolgadas.

- Eu quero a dissertação para a semana que vem, não se esqueçam!

- Vem Claire, agora é a hora mais divertida do dia, a hora do almoço!- anunciou Kate, puxando Claire pelo braço.

xxxxxxxxxxxxxxxx

O refeitório na hora do almoço era uma festa. Claire sentiu-se praticamente em casa quando ela e seu novo grupo de amigos chegaram lá. Kate expulsou alguns integrantes do clube de xadrez de uma das mesas perto da janela e sentou-se com seu almoço.

- Ah, Kate, pobrezinhos!- disse Claire se compadecendo dos meninos que pareciam ter saído de lá muito chateados. – Você poderia ter sido mais suave.

Kate deu uma gargalhada, assim como Charlie e Scott.

- Querida, se eu fosse mais suave, teria que ir para a cama com algum deles.

- Uh! Parece nojento... – disse Claire, rindo também. Ela observou o conteúdo da comida em seu prato. Tudo parecia pastoso demais. – Mas o que é isso? Lavagem para porcos?

- Eu não pensava que pudesse existir comida pior do que a comida do meu antigo colégio.

- Você se acostuma.- comentou Charlie levando uma grande porção de purê de batata à boca.

- Além disso, a comida pode servir de munição em algumas ocasiões.- afirmou Kate apontando para a fila da comida onde se podiam ver Shannon, a líder de torcida e Ana-Lucia, a garota retraída da sala de aula.

- Munição? O que quer dizer?- perguntou Claire.

- Claire, agora você vai descobrir porque essa é a melhor mesa para se sentar nesse refeitório. Apenas assista.

Todos os rostos naquele momento estavam voltados para o confronto iminente que aconteceria entre aquelas duas garotas, o que já era de praxe no horário do almoço, assim como em outros horários também, bastava que uma estivesse ao lado da outra.

- Alguém já te disse que bacon engorda?- Shannon provocou ao ver Ana servindo-se de um pouco de bacon frito.

- Se vou engordar ou não, não é da sua conta!- Ana respondeu malcriada.

- Ah, é claro que não. Eu só estava tentando ser simpática.- disse Shannon com a voz afetada. Nikki, uma das amigas dela que estava ao seu lado começou a dar risadinhas de escárnio. – Mas com certeza uma celulite a mais, outra a menos no seu traseiro gordo não fará diferença.- acrescentou Shannon e Ana-Lucia deu a ela um olhar mortal, mas não revidou, não ainda. – E é claro, não vamos esquecer que mecânicos pobres e mexicanos não são muito exigentes em relação à mulher, uma dona de casa feia e sem graça como a sua mãe dão pro gasto!

Pronto, aquilo foi o estopim. Ana-Lucia podia tolerar Shannn falando sobre seus supostos defeitos físicos, mas falar mal de seus pais era bem diferente. Não deixaria aquilo passar em branco, de jeito nenhum.

- Repete o que você disse, hija de puta!- Ana-Lucia gritou ainda segurando seu prato de comida.

- Olha só!- Shannon exclamou. – Você não sabe nem me xingar no meu próprio idioma, não sei por que você está na escola se não aprendeu a falar inglês. Volta pro seu país!

- Você é que vai voltar pro inferno da onde você veio!- berrou Ana-Lucia atirando seu prato contra Shannon fazendo com que toda a comida se espalhasse pelos cabelos loiros dela, principalmente a salada de maionese.

Shannon revidou, pulando em cima da outra menina. As duas se engalfinharam no meio do refeitório, e houve socos, pontapés, arranhões e puxões de cabelo até que o diretor da escola apareceu.

- Vai lá, Scott, antes que elas se matem!- disse Kate, rindo muito.

O garoto foi até lá e desapartou a briga com a ajuda de Desmond que também foi ajudar. O diretor olhou para as garotas com seus enormes olhos azuis esbugalhados e gritou, o rosto vermelho como se ele fosse uma chaleira prestes a explodir:
- Você e você! Na minha sala agora!- disse apontando para Shannon e Ana-Lucia.
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- O que eu devo fazer com vocês, meninas? Podem me responder?- indagou o diretor da escola, Benjamin Linus, tirando os óculos e pousando-os em sua mesa.

Shannon Rutherford e Ana-Lucia Cortez estavam diante dele, com os cabelos bagunçados e alguns arranhões pelo rosto. Shannon era a mais prejudicada, pois tinha grãos de arroz no cabelo e maionese na ponta do nariz.

- Qual foi o motivo da briga dessa vez?

- Nenhum, diretor.- respondeu Shannon, a patricinha loira. – Eu apenas estava caminhando pelo refeitório quando essa louca me atacou, diretor ela não bate bem da cabeça não, deveria estar no hospício.

- Srta. Cortez?- o diretor dirigiu sua pergunta à morena, ignorando o comentário de Shannon, sabia que a loira deveria ter feito algo para que a outra a agredisse daquele jeito.

- Ela ofendeu a minha família.- respondeu Ana-Lucia e não disse mais nada.

- Certo! As duas estão erradas, A Srta. Rutherford porque não pode ofender a família de ninguém e a Srta. Cortez por resolver usar a força física em detrimento da conversa. Quero as duas de detenção o resto da tarde e se isso voltar a acontecer de novo chamarei seus responsáveis.

- Mas diretor, detenção hoje não dá, tenho ensaio da torcida, o senhor sabe, eu sou a líder e preciso treinar...o Bryan vai me ver hoje...

- Devia ter pensado nisso antes de ter ofendido a família da Srta. Cortez, agora vão, pensem bem no que fizeram.

Bufando, as duas deixaram a sala do diretor e se dirigiram à uma sala contígua à biblioteca onde funcionava a detenção dos alunos problemáticos. Quando Shannon entrou na sala percebeu que dessa vez seriam só ela e Ana. Puxou uma cadeira bem longe dela e praguejou:

- Saco!- tirou seu estojo de maquiagem de dentro da bolsa, pegou uma pequena pinça e pôs-se a ajeitar as sobrancelhas para passar o tempo.

Ana-Lucia também sentou afastada dela, no outro canto da sala e retirou seu diário de dentro da mochila. Por fora, era um caderno de capa escura, sem nenhum enfeite como era comum às agendas das meninas, mas por dentro as páginas eram cor de rosa e perfumadas, com adesivos de coração e outros desenhos meigos.

Ela abriu na página correspondente ao dia, pegou sua caneta e escreveu:

“Que droga, estou de detenção por culpa daquela magrela abusada. Não poderei ir à oficina e ver o meu amor...”

Ana riscou um enorme coração na folha de papel e escreveu: Ana-Lucia e Sawyer se amam para sempre!

xxxxxxxxxxxxxxx

Mais de cinco horas e nada de Claire chegar em casa, o horário dela era até às quatro Jack já estava preocupado porque ela não chegava em casa. Pelo jeito, as coisas seriam mais difíceis do que ele imaginara, não poderia voltar à sua faculdade tão cedo, não sem domar a irmã antes, preocupava-se muito com ela, sabia que aquele comportamento rebelde advinha das dificuldades que estava sendo obrigada a enfrentar na vida.

- O que foi? Aquela garota insolente ainda não voltou para casa?- perguntou Margot ao ver Jack aflito na sala. – Você se preocupa com ela mais do que o Cristian que é pai dela.

- Alguém precisa assumir a responsabilidade por ela mãe, e se meu pai não o faz, eu o farei.- dizendo isso, Jack pegou seu casaco, tirou seu carro da garagem e foi até a escola. Mas ao chegar lá não encontrou Claire em lugar nenhum.

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- Então você é novata aqui na cidade?- perguntou Sawyer a Claire, o namorado de Kate, enquanto enlaçava a cintura fina de sua garota com firmeza. – Se andar com as pessoas certas vai gostar de morar aqui.

- Bom, hoje eu já me diverti bastante com a briga no refeitório.

- Briga?

- Sim, Shannon e Ana outra vez.- explicou Kate.

- Aposto que a Ana ganhou, garotinha briguenta! È a filha do meu patrão, o dono da oficina. È uma menina sem graça, sem atrativos, mas que se sai muito bem numa briga!

- Baby, a Claire tá a fim de pagar umas cervejas pra gente hoje, será que você poderia ir comprar pra gente?

Sawyer assentiu e o resto da turma aplaudiu. Claire entregou a ele algumas notas que Jack tinha lhe dado de manhã para alguma emergência. Eles estavam em um posto de gasolina e Sawyer comprou as bebidas sem problemas na loja de conveniência. Não era um adolescente como eles e já tinha deixado a escola há muito tempo, sequer terminara o terceiro ano.

Quando ele voltou com as bebidas, Charlie ligou o rádio do carro velho dele, caindo aos pedaços, herança de seu irmão Liam, mas que ainda rodava bons quilômetros. O grupo brindou à chegada de Claire na cidade.

xxxxxxxxxxxxxx

Jack rodava de carro em busca da irmã, já estava quase desistindo de encontrá-la, imaginando que à essa altura ela já tivesse voltado para casa quando a viu rodeada de uma turma barra pesada em um posto de gasolina, fumando e tomando cerveja à vontade.

Aquilo o enfureceu imensamente. Ele desceu do carro e se dirigiu ao grupo com faíscas de raiva no olhar.

- Ih Claire, lá vem o seu irmão almofadinha!- avisou Kate, fumando, sentada no colo de Sawyer que estava escorado ao capô do carro de Charlie.

- Claire, o que você está fazendo aqui?- ele esbravejou.

- Me divertindo, maninho!- ela respondeu, sem se abalar.

- Você é menor de idade, não deveria estar fumando e nem bebendo. Largue isso agora mesmo e vamos para casa!- ele ordenou.

- Você não manda em mim.- disse ela, fazendo seus companheiros rirem.

- Pelo que eu saiba todos aqui são menores de idade à exceção desse indivíduo.- ele se dirigiu diretamente a Sawyer. – Será que seu agente da condicional ia gostar de saber que anda comprando bebida e cigarro para menores de idade, Sawyer?

- Qual é Shephard?- Sawyer retrucou. – Eu não sabia que a mocinha aí era tua irmã, aliás nem sabia que você tinha irmã. Se eu soubesse disso, não teria contado para ela que não são as cegonhas que trazem os bebês.

Todos começaram a rir e Jack ficou com ainda mais raiva. Focou seu olhar no sorriso petulante da garota de olhos verdes e sardas que ele vira pela manhã. Assim de pertinho ela parecia ainda mais linda e sem que percebesse seu olhar focou a menina de cima a baixo. Era só uma adolescente, ele sabia, mas tinha um corpo adorável e sem nenhuma explicação fazia os hormônios masculinos dele ferverem. Afastando completamente essa idéia, Jack puxou Claire com força pelo braço.

- Vamos embora, ou chamarei a polícia para prender o amigo de vocês por oferecer bebida à menores de idade!

Relutante, Claire aceitou ir com ele para que Sawyer não fosse preso.

- Vejo vocês amanhã.- disse quando Jack praticamente a arrastou para dentro do carro.

O grupo também se dispersou antes que Jack chamasse mesmo a polícia, Charlie, Scott e Naomi entraram no carro dele e Kate montou na moto de Sawyer, empinando o corpo e rindo sensualmente para Jack enquanto abraçava Sawyer, se acomodando na garupa.

Ele deu partida no carro e Kate cochichou no ouvido de Sawyer para que ele emparelhasse a moto com o carro de Jack. Sawyer o fez e Kate gritou, cheia de si:

- Sei que você me quer, almofadinha...mas sou mulher demais pra você!

Quando a moto se afastou cantando pneus, Jack rugiu para Claire:

- Não quero ver você nunca mais em companhia daquela garota Claire, nunca mais!

Continua...
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MensagemAssunto: Razões do Coração-UA/ Lost-Jate, Skate, Sana(NC-17)   Razões do Coração-UA/ Lost-Jate, Skate, Sana(NC-17) Icon_minitimeQui Jan 21, 2010 5:22 pm

Disclaimer: Lost e seus respectivos personagens não me pertencem, estou apenas pegando emprestado por uma boa causa! Todos os direitos reservados e garantidos à JJ Abrams e a ABC television.

Categoria: Drama/ Romance.

Censura: NC-17

Presente, passado e futuro se encontram nessa história, mostrando que cada ato tem uma conseqüência.


Sinopse: Los Angeles, 2002. Claire Littleton perdeu a mãe e descobriu que tem um pai, mas viver na casa dos Shephard será um desafio. Seu meio irmão Jack está disposto a afastá-la da má influência de pessoas como Kate Austen e James Sawyer. Ana-Lucia Cortez sonha com um futuro romântico ao lado de Sawyer, mas a imaturidade dele e o espírito irresponsável dele não conseguem ver o que se esconde atrás dos olhos escuros amorosos dela.

Capítulo 1

Claire olhou o relógio pela enésima vez. Levou a mão à corrente em seu pescoço, torcendo o fio prateado nervosamente. Quando será que isto tudo ia acabar?

Cansada de ficar sentada ela levantou-se e passou por entre as pessoas. Todos a olhavam, uns disfarçadamente outros abertamente. Respirou fundo, sentindo o estômago dar voltas. Eles não entendiam. Nenhum deles a entendia. Estavam todos ali apenas para fazer sala, nenhuma deles sentiam realmente a morte de sua mãe.

Ela saiu do salão apinhado e caminhou até a outra sala, rumo à porta. Deu a volta propositalmente para não passar pelo caixão. Saiu para a tarde fria e respirou o ar puro. A vontade de vomitar tinha passado, mas ainda sentia-se mal como nunca antes.

Hoje era quarta feira. Onde estaria neste momento se a morte não tivesse cruzado o seu caminho mudando tudo irremediavelmente? Na escola, pensou. Aula de geometria. Como se isso importasse.

Mexeu nervosamente nos bolsos da saia prata em busca do cigarro. Pegou o maço com as mãos trêmulas. O hábito a fez olhar nervosamente para os dois lados, para ver se ninguém a estava vendo. Quer dizer, para ver se a sua mãe não estava por perto. Sorriu com o absurdo da situação. Ela não estava mais ali para repreendê-la pelo seu vicio inútil. Nunca mais estaria. Claire engasgou olhando o cigarro. Sentiu as lágrimas que tentava segurar ameaçando romper fortemente e com um engasgo arremessou o maço longe.

Uma lufada de vento bagunçou seus cabelos loiros e ela censurou-se por não tê-los prendido. Ou cortado como queria fazer há mais de um ano. Mas sua mãe não deixava. Menina tem que ter cabelos compridos, falava.

“Não sou mais menina, mãe” respondia rebeldemente, mas ela fazia aquela cara de “não fale besteiras” e continuava com seus afazeres.

Depois quisera tingir as mechas claras de preto. O que fora sumariamente proibida de fazer também. De nada adiantara as ameaças de fazer escondida. Ela não tinha coragem. Nunca tinha coragem de contrariar sua mãe. Tirando o cigarro, pensou, irônica.

Começara a fumar há alguns meses. Escondido. Apenas para fazer algo que fora totalmente de sua vontade e não da vontade de sua mãe. Sentia-se bem em pensar que a estava contrariando de alguma forma. Não podia tingir os cabelos de preto ou pink, mas podia fumar.

Não fumava muito, apenas quando brigavam, por algum motivo inútil, como da última vez. Claire fora num daqueles brechos e gastara todo o seu dinheiro ganho trabalhando de babá com roupas pretas. Também comprar maquiagens escuras e quando aparecera na frente de Carol vestida e maquiada como uma gótica para ir à escola, ela quase tivera uma síncope e fizera Claire tirar as roupas no mesmo instante.

De nada adiantara bater o pé e dizer que comprara com seu dinheiro, no final tivera que fazer a vontade da mãe. Aquela fora a última briga. Claire emburrara a cara no caminho para a escola em Sidney e a mãe insistira em saber os motivos desta súbita rebeldia. Claire ficara em silêncio, mas Carol insistira e elas entraram em mais uma discussão. Até que não vira o caminhão vindo ma direção do sedan e bateram de frente.

Claire saíra milagrosamente ilesa do acidente que roubara a vida de Carol Littleton. Depois era como se estivesse anestesiada. As horas tortuosas ate o velório passaram como se estivesse num sonho que acontecia com outra pessoa e ela observava tudo de longe. Olhou para as roupas. Que ironia que fossem perfeitas para o momento, pensou, sombria. Sentia-se perdida. Mas não podia permanecer assim pra sempre

xxxxxxxxxxxxx

Claire viu o caixão baixando e olhou para o céu. Pronto. Estava acabado. Mas para onde iria agora? Sua mãe, sua única parente estava morta. Estava sozinha no mundo.

De repente sentiu-se observada. Levantou a cabeça e viu um homem a encarando firmemente. Claire desviou o olhar, sentindo-se incomodada. Ele a fitava como se a conhecesse, mas Claire nunca o tinha visto antes. O enterro terminou e as pessoas passavam por Claire para dar as últimas condolências. Ela aceitou a tudo calmamente, a última cena daquele circo infeliz. Os abutres finalmente foram se dispersando, provavelmente decepcionados por não ter havido nenhum reação da parte dela. Foi então que o homem que a observava a pouco aproximou-se dela.

-Olá Claire – ele falou simplesmente.

Claire apenas o encarou, como se pedindo uma apresentação. E ele sorriu tristemente.

- Provavelmente nunca ouviu falar de mim, mas meu nome é Christian Shephard. Eu sou seu pai.

xxxxxxxxxxxxxx

Jack olhou para o relógio e depois para Margot. Sua mãe andava de um lado para o outro, gastando o caro assoalho com seus saltos channel, comprados com o dinheiro de cirurgião chefe de seu marido.

-Mamãe, por favor, sente-se.

Ela o fuzilou com o olhar.

-Não pensei que viveria para presenciar este tipo de humilhação! Seu pai desta vez passou dos limites!

Jack respirou fundo, vinha escutando aquele tipo de lamúria há dias, desde que a bomba recaíra sobre suas cabeças.

-Não há nada que possamos fazer agora, a não ser aceitar.

-Aceitar? Seu pai passou anos me traindo com todo tipo de mulher e o que eu fiz? Aceitei! Mas aceitar aquela pequena bastarda dentro da minha própria casa já é o cúmulo!

-O nome dela é Claire, mamãe!

-Uma bastarda!

-Eles irão chegar a qualquer momento e acho melhor a senhora se acalmar.

- E você, Jack, como pode aceitar esta palhaçada?

-A senhora sabe mais do que ninguém que sempre abominei o que meu pai fez. Mas esta menina... ela não tem culpa de nada. Acabou de perder a mãe.

-Sim, a vagabunda que teve uma filha com seu pai! Deve ser castigo!

-Não adianta falar mal de uma pessoa que está morta

- E agora teremos que aceitar aquela bastarda. É muita humilhação!

-O que o papai podia fazer? É apenas uma adolescente de 17 anos.

Mas Margot não queria ouvir. Estava muito nervosa com aquela situação. Jack levantou-se e olhou através da janela. Além do jardim viu os portões de ferro se abrindo e o carro de Christian Shephard se aproximando. Chegara a hora.

Jack não gostava daquela história tanto quando sua mãe. O estilo de vida de Christian era fonte de eterno conflito entre pai e filho. Jack seguia os passos de seu pai na medicina, mas abominava como ele levava a vida pessoal. Christian traía Margot constantemente e também andava bebendo além da conta. Para alguém com o caráter de Jack, aquilo era inaceitável.

Ele tinha 23 anos e estudava medicina em Harwad. Voltara pra casa a pedido de sua mãe, que estava descontrolada com a notícia de que Christian tinha uma filha bastada de 17 anos e que a traria para morar na casa deles. Tivera uma feia discussão com o pai quando chegara em casa, mas não fora contra a ideia da meia irmã morar com eles. Na mente dele, ela não tinha culpa de nada. Era uma vitima como ele mesmo.

Assim que esta situação se resolvesse, ele voltaria para Boston a fim de terminar seus estudos e ficaria bem longe dali. Estava farto daquelas discussões e intuia que com a chegada de Claire as coisas só tendiam a piorar. Esperava que fosse uma moça forte, pois Margot não a deixaria em paz.

O carro parou em frente à casa e Christian saltou, seguido de uma moça loira toda vestida de preto.

Jack sentiu uma estranha compaixão por ela. Tão nova e já tinha perdido a mãe e agora seria obrigada a viver com pessoas totalmente estranhas, apesar de serem do mesmo sangue. Jurou a si mesmo fazer tudo o que fosse possível para ajudá-la.

xxxxxxxxxxxxxxxxx

O jantar foi uma tortura. Quando Margot percebera que eles tinham chegado, ela foi para o quarto e se negava a sair de lá. Jack se apresentou a Claire, mas a moça parecia alheia a tudo à sua volta e se mantinha calada, mesmo quando ele se oferecera para levar suas coisas até o quarto que fora destinado a ela. Também não parecera impressionada com a decoração requintada.

Depois Jack descera e pegara seu pai já com um copo de uísque na mão e mais uma discussão ocorrera.

Jack conseguira convencer a mãe a descer para jantar, mas o clima ainda era pesado. Claire mantinha a cabeça baixa e apenas remexia no prato. Jack tentava manter uma conversa amena, mas Margot e Christian apenas discutiam. Ao fim da refeição, a qual Margot e Christian saíram discutindo, Jack encarou Claire.

-Você está bem, menina?

Ela o fitou com os olhos muito azuis e pela primeira vez Jack viu alguma emoção. Raiva.

-Por que pergunta? Duvido que você se importe.

-Eu sinto muito pela sua mãe, Claire.

Ela apenas resmungou e levantou da mesa, mas antes de ir o fitou e disse:

-Não precisa fingir que gosta de mim ou que não está com raiva por eu estar aqui; eu não me importo!

-Você está enganada!

-O velho está apenas fazendo algo que se sente obrigado!

-Mas ele é seu pai!

Ela deu de ombros.

- È o que ele diz!

-Quer queira, quer não, somos sua família agora, Claire.

Ela riu, sarcástica

-Acha mesmo? Eu sou apenas um fardo pra vocês. Vamos ver quanto tempo vai levar para me jogarem porta afora.

-Isto não vai acontecer!

-Como sabe, “doutor Jack”? Foi criado aqui nesta casa enorme, com estes jardins imensos! Você sim faz parte desta família, não eu!

-Agora você faz parte também

-Até parece. – ela se afastou, mas Jack a seguiu até o hall.

-Eu quero apenas te ajudar, Claire.

Ela o encarou.

-Quer mesmo me ajudar? Me deixa em paz!

Ela subiu as escadas correndo e Jack não insistiu. Não a culpava por sua agressividade. Mas passaria com o tempo. Claire aprenderia a viver entre eles.

xxxxxxxxxxxxxxx

No dia seguinte, Jack voltava de sua corrida matinal e a encontrou sentada na varanda, olhando o jardim com o olhar perdido. Ainda era cedo, e Jack se perguntava se ela tinha dormido.

-Bom dia.

Claire não respondeu. Jack sentou ao seu lado

-Nós a matriculamos no melhor colégio de Los Angeles. Não precisa ir hoje, se não quiser, mas seria bom se ocupar com algo.

Ela continuou em silêncio.

-E então, o que acha? - Jack insistiu

-Eu não vou!

-Você tem que estudar, Claire.

-Mas não num colégio de grã finos metidos à besta.

Jack riu com a descrição dela.

-Nisto você tem razão. Mas é um colégio muito bom.

-Eu não vou.

Ele refletiu por um instante

-Tudo bem, Claire. Vamos encontrar outro colégio pra você.

Ele se levantou e ela o chamou

-Por que está fazendo isto por mim? – indagou intrigada.

Jack deu de ombros

-Acho que é isto que irmãos mais velhos fazem

Ela não respondeu, mas Jack achou ter visto um arremedo de sorriso, antes que virasse o rosto.

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Três dias depois, Jack olhou o relógio. Ela estava atrasada. Tinha concordado com aquele colégio que escolhera, muito a contragosto. Um colégio público não era bem o que esperava para um Shephard. Mas não queria contrariá-la. Pelo menos Claire tinha concordado em ir para aquela escola.

Ouviu os passos na escada e viu Claire descendo. De jeans desbotado e uma blusa preta. Ele sorriu.

-Você só tem roupas pretas?

Ela deu ombros

-Qual o problema?

-Nada.

Ela o acompanhou até o carro e sem pedir licença, ligou o som numa rádio barulhenta, enquanto seguiram pelas ruas de Los Angeles

Jack parou em frente ao colégio, onde muitos jovens mal encarados faziam algazarra à porta

-Claire, não sei se foi uma boa idéia... – falou preocupado

Ela o fitou com raiva

-Por que não é? Não é boa o bastante para você?

-Não é isto...

-São todos iguais. Uns esnobes! Você, seu pai, sua mãe! Todos uns esnobes! Odeio vocês!

Ela saiu do carro batendo a porta e Jack soltou uma imprecação.

-Claire! – gritou, mas ela virou e fez um gesto obsceno com o dedo e se afastou.

Os estudantes na rua riram e Jack deu partida no carro, ainda acompanhando Claire com o olhar. Então ele a viu. Uma moça de longos cabelos castanho-avermelhados e botas pretas de cano alto. Ela ria, junto a dois adolescentes mau encarados. Riam dele, provavelmente, depois do espetáculo de Claire.

Ela olhou diretamente pra ele, com um olhar malicioso de desprezo. Jack sentiu um baque. Olhos verdes desafiantes, num rosto com sardas, que a maquiagem pesada não conseguia esconder, os lcabelos estavam despenteados pelo vento e ela tinha um piercing em forma de diamante no nariz. Era uma moça bonita e não devia ter mais de 17 anos.

Mas Jack se pegou admirando seu corpo coberto pela saia preta muito curta e a meia arrastão sumindo dentro da bota preta. Então ela franziu o olhar e fez a mesma coisa que Claire tinha feito, mostrou o dedo do meio a ele e os outros ao seu lado riram ainda mais, gritando palavrões. Jack deu partida no carro e se afastou, irritado. Não era mais um adolescente movido pelos hormônios. E aquela era uma adolescente. E da pior espécie, pelo o que pode reparar. Jack só esperava que Claire não se envolvesse com aquele tipo de gente. Talvez tivesse que insistir para que ela fosse para a outra escola. Influências como a daquela moça de olhos verdes não seria admissível.

Continua...


Última edição por Renata Holloway em Sáb Jan 23, 2010 11:00 am, editado 1 vez(es)
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